Brasil e EUA divulgam inflação de outubro nesta quinta

Na comparação anual, o IPCA deve desacelerar para 6,34% e o CPI, para 8,0%.

Por Júlia Moura, Camila Barros
10 nov 2022, 08h22

Bom dia!

A inflação de outubro é o destaque desta quinta-feira. Logo mais, às 9h, o IBGE divulga o IPCA. Às 10h30, é a vez do governo dos Estados Unidos publicar os dados do CPI, o IPCA deles.

Para o índice brasileiro, economistas esperam uma desaceleração de 7,17% em setembro, para 6,34% em outubro. Na evolução mensal, porém, a deflação de 0,29% em setembro deve ficar para trás, com uma alta de 0,48% nos preços.

Já para o CPI, a expectativa é de mudanças menores. Em relação a 2021, o índice deve sair de 8,2% em setembro para 8,0% em outubro. Entre os meses passados, espera-se que a inflação tenha acelerado de 0,4% para 0,6%.

O Banco Central Brasileiro já sinalizou ter encerrado o ciclo de juros, a 13,75%, mas se surpresas inflacionárias vierem no curto prazo, ele já deixou avisado que pode subir a Selic um pouquinho mais.

O Fed (bc dos EUA) está no meio desse ciclo e ninguém sabe ao certo quando e onde ele terminará. Uma desaceleração tão lenta do CPI na comparação anual deve estimular o banco a promover uma alta de 0,75 ponto percentual em sua faixa de juros em dezembro, o que a levaria para 4,5% a 4,75%.

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Durante toda esta quinta, dicas do que pode acontecer com os juros nos EUA devem pipocar. Isso porque seis dirigentes do Fed participarão de eventos públicos após a divulgação do CPI. E eles costumam comentar os dados. Hablam mesmo.

Outras sinalizações sobre o futuro devem vir de Brasília. O governo Lula discute com o Congresso o financiamento dos auxílios sociais do ano passado. Uma das soluções para a falta de espaço no Orçamento é deixar o Bolsa Família permanentemente fora do teto de gastos, uma ideia que nada agrada a Faria Lima.

Bons negócios.

humorômetro: o dia começou com tendência de alta — – (VCSA/Você S/A)

Futuros S&P 500: 0,23%

Futuros Nasdaq: 0,39%

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Futuros Dow: 0,13%

*às 8h15

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,33%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,18%

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Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,20%

Bolsa de Paris (CAC): -0,71%

*às 8h05

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,77%

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Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,98%

Hong Kong (Hang Seng): -1,70%

Commodities

Brent: -0,78% , a US$ 91,93 o barril

Minério de ferro: -1,39% na bolsa chinesa de Dalian, US$ 93,37 a tonelada

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market facts

Sem Kanye West, Adidas corta previsão de lucro

Em 26 de outubro, a Adidas anunciou que encerraria sua parceria com Kanye West, depois que o rapper americano fez comentários antissemitas no Twitter. Desde lá, todos os produtos da marca Yeezy pararam de ser fabricados. A ruptura forçou a Adidas a reduzir, pela quarta vez no ano, a expectativa de lucro para 2022. E que corte: ontem, a empresa alemã divulgou a previsão de lucro de 250 milhões de euros no final do ano – metade do que originalmente esperava.

Meta demite 11 mil funcionários

Ontem, a Meta anunciou que vai demitir 11 mil funcionários, o equivalente a 13% do quadro da companhia em todo o mundo. Em mensagem para os funcionários, Zuckerberg disse que a medida se deve à forte queda de receita da companhia, que enfrenta aumento de concorrência e perda no número de anunciantes no Facebook. No Brasil, a fase low budget da Meta já chegou: segundo fontes consultadas pela EXAME, a empresa deixará seu escritório na Infinity Tower, onde opera desde 2012. Agora, permanecerá apenas com os escritórios do edifício B32, localizado na Faria Lima.

O mercado recebeu a notícia de contenção de gastos de forma positiva: na Nasdaq, as ações da companhia fecharam em alta de 5%, a US$ 101,47.

Vale a pena ler:

Smartphones são como carros

Em média, uma pessoa costuma trocar de carro a cada oito anos. Quando o veículo quebra antes disso, a gente leva no mecânico e conserta o que for necessário. Volta novinho em folha. Já a vida útil dos smartphones tende a durar três anos e meio – quando bem cuidado, pode durar até seis. Mas, se ele dá algum problema nesse meio tempo, nós geralmente optamos por comprar um novo aparelho. Assim como os carros, novos modelos de smartphones têm ficado praticamente indistinguíveis de um ano para outro. Neste artigo do NYT, o colunista Brian X. Chen discute porquê, então, tratamos celulares como descartáveis, ao invés de adotar a mentalidade (mais sustentável) de reparação.

Pérsio Arida sobre a transição econômica

Ex-presidente do Banco Central e um dos criadores do Plano Real, o economista Pérsio Arida agora é membro da equipe de transição para o governo Lula. Durante um webinar promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil, ele pontuou o que pensa sobre reforma tributária, programas de transferência de renda e o avanço de uma agenda ambiental para o Brasil. O Estadão contou tudo aqui.

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