Bolsas globais começam o dia em alta antes da Super Quarta

As decisões de juros nos EUA (às 15h) e no Brasil (após às 18h30) não devem trazer surpresas, mas todos os ouvidos estão atentos para as falas dos BCs.

Por Jasmine Olga
Atualizado em 21 out 2024, 10h21 - Publicado em 20 set 2023, 08h44
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 (Tiago Araújo/Você S/A)
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A Super Quarta está enfim entre nós. Depois de dias marcados pelos investidores pisando em ovos, as decisões de juros no Brasil e nos EUA podem dar um novo fôlego para os negócios. 

Se nas reuniões anteriores os investidores estavam ávidos para ler o que o Fed tinha a dizer sobre a quebradeira dos bancos médios nos EUA e como o fenômeno poderia afetar a economia local, desta vez é o petróleo que estará sob os holofotes. Isso porque a alta de mais de 20% no preço do barril desde julho pode levar a um efeito dominó em quase todos os setores, encarecendo bens e serviços — o que atrapalha os sonhos de um corte na taxa de juros ainda em 2023. 

Por enquanto, as apostas para as últimas duas reuniões do ano (em novembro e dezembro) seguem sendo de manutenção em 5,50% — de acordo com o CME FedWatch Tool,  apenas 27% dos investidores veem probabilidade de alta em novembro. Para dezembro, as chances de permanência dos juros no patamar atual é de 61,5%. Já para a reunião de hoje a chance de manutenção é de 99%.

Apesar da estabilidade nos juros ser um cenário mais benigno do que uma eventual nova, os sinais são de que o Fed pode deixar a taxa estacionada em 5,50% por um longo período de tempo — na tentativa de levar a inflação para a meta de 2%. 

Quatro vezes ao ano (incluindo hoje), os investidores ganham uma ferramenta adicional para projetar os próximos passos do Fed — o “dot plot”, um gráfico em que cada dirigente com direito à voto no Fomc posiciona as suas opiniões pessoais sobre a trajetória de indicadores importantes como o PIB, a inflação, o desemprego e, claro, a taxa de juros. O documento será divulgado às 15h, junto com o anúncio do Fed. 

Após às 18h30, será a vez do Copom — com menos espaço para surpresas. O colegiado já sinalizou três quedas de 0,50 p.p na Selic em 2023. Se o plano seguir, hoje veremos a taxa de juros indo a 12,75%, e ele fechará o ano em 11,75%. 

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Mesmo com o caminho já traçado, há quem nutra expectativas de um corte maior nos juros. A depender do tom utilizado na comunicação da decisão, essas apostas podem voltar a ser precificadas pelo mercado. Neste momento, só uma minoria leva essa hipótese a sério — segundo dados do Broadcast, 81% das 68 casas consultadas pela plataforma esperam pelos cortes de 0,5 p.p. 

Enquanto isso, nos EUA, os índices futuros em Wall Street exibem uma leve alta nesta manhã. O EWZ, o principal ETF da bolsa brasileira em Nova York, se mantém estável, em 0,03%.

E não é só de Fomc e Copom que os investidores irão se alimentar hoje. Durante a madrugada, o banco central da China (PBoC) manteve suas principais taxas de juros — as de 1 e de 5 anos — inalteradas em 3,45% e 4,2%, respectivamente. Isso mostra que o BC chinês segue empenhado em estimular a economia ao manter condições mais acomodatícias de política monetária. 

A bateria de decisões de juros desta semana ainda não acabou — amanhã será a vez do Reino Unido. Hoje, a inflação ao consumidor anual recuou a 6,7% por lá, surpreendendo aqueles que esperavam uma pressão extra da alta recente do petróleo. Com isso, as apostas de uma manutenção na taxa básica passaram de 20% para 55%, segundo a CNBC. 

Para finalizar essa grande salada de decisões de juros pelo mundo, o Brasil lança um temperinho extra aos negócios: a preocupação com as contas públicas. 

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O relator do orçamento 2024, Luiz Carlos Motta, disse querer “um espacinho” para encaixar um reajuste de servidores federais em 2024. Isso enquanto a improvável meta de déficit zero ainda gera incômodo duplo — a chance de atingi-la é baixa, mas uma tentativa de alterar a meta pode aumentar as dúvidas com relação ao real compromisso do governo em ajustar suas contas.

 Bons negócios!

humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros do S&P 500: 0,16%

Futuros do Nasdaq: 0,10%

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Futuros do Dow Jones: 0,18%

*às 8h

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market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Americanas apresenta suposta prova contra o antigo CEO

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Na noite de segunda-feira (18), a empresa pediu à Justiça para anexar manuscritos do ex-CEO, Miguel Gutierrez, ao processo em andamento.

Segundo a Americanas, as anotações (de abril de 2022) comprovam que Gutierrez não apenas sabia, como participava ativamente das discussões sobre a fraude que deixou um desfalque de R$ 40 bilhões nas contas da varejista.

Divulgado na semana passada, um depoimento enviado à CVM em março mostrou que o ex-CEO apontou o dedo para os três acionistas de referência da companhia, Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles. Eles negam todas as acusações.

 

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

▪️ 13h: Lula se encontra com Joe Biden em NY

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▪️ 15h: Fed divulga decisão de política monetária e projeções

▪️ 15h30:  Coletiva com o presidente do Fed, Jerome Powell

▪️ 16h: Lula se encontra com Volodymyr Zelensky em NY

▪️ BC anuncia decisão do Copom após às 18h30

Europa
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  • Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,48%
  • Londres (FTSE 100): 0,79%
  • Frankfurt (Dax): 0,55%
  • Paris (CAC): 0,37%

*às 8h02

Fechamento na Ásia
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  • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,40%
  • Hong Kong (Hang Seng): -0,62%
  • Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,66%
Commodities
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  • Brent: -0,94%, a US$ 93,44
  • Minério de ferro:  0,46%, a US$ 119,72 por tonelada em Dalian

*às 8h03

Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

O fim da globalização?

Dados da Bloomberg mostram que, em 2022, os investimentos estrangeiros diretos do tipo greenfield (quando uma empresa estabelece operações em um país estrangeiro) somaram US$ 1,2 trilhão. Desses, cerca de 15% se deslocaram de países que apoiaram a invasão russa à Ucrânia para nações que a condenaram (apesar das declarações de Lula simpáticas a Putin, o Brasil segue oficialmente no segundo grupo).

Os números mostram que, pelo cenário geopolítico incerto — guerra na Ucrânia, tensões entre EUA e China e desordem econômica pós-pandemia — o mundo está voltando a se organizar em blocos rivais, e que as empresas começam a fazer apostas geopolíticas. Entenda as particularidades dessa Nova Ordem Mundial nesta reportagem da Bloomberg.

nesta reportagem da Bloomberg.

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