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Bolsas buscam recuperação após proposta para evitar “shutdown” nos EUA

Indústria chinesa também traz boas notícias. No Brasil, o destaque fica com Haddad, que tenta desenrolar as pautas econômicas travadas no Congresso.

Por Jasmine Olga e Sofia Kercher
Atualizado em 27 set 2023, 08h29 - Publicado em 27 set 2023, 08h27

Bom dia! 

Dois dos três bichos-papões que assombraram o mercado financeiro recentemente parecem ter tirado o dia de folga — o que pode levar as bolsas globais de volta ao positivo após as últimas sessões de perda. 

O primeiro deles é a China. Depois de a Evergrande voltar a dar um calote milionário em seus credores, adicionando pressão ao setor imobiliário e às perspectivas de crescimento para o país, o dragão chinês mostrou sinais de recuperação no setor industrial: alta de 17,2% no lucro em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado. Em julho, tinha sido uma queda – de 6,7%. 

O banco central chinês também fez a sua parte. Em um comunicado nesta quarta-feira, o PBoC se comprometeu a intensificar o apoio à economia do país, buscando expandir a demanda e aumentar a confiança no país. 

O segundo bicho-papão que promete dar uma folga para os índices globais é o do “shutdown”. O medo de que o governo americano precise paralisar as suas operações no início do novo ano fiscal (1º de outubro) e acabe atrasando a divulgação de dados importantes como o PIB, indicadores de inflação e números do mercado de trabalho. 

Depois de um fim de semana de negociações, o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, e o líder republicano, Mitch McConell, apresentaram uma proposta para evitar o “apagão” por pelo menos algum tempo. 

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A nova lei tem mais de 79 páginas e, se aprovada, deve garantir o funcionamento do governo até o dia 17 de novembro — dando fôlego para que as negociações do orçamento do próximo ano caminhem. 

No documento, republicanos e democratas incluíram a manutenção de uma ajuda de US$ 6 bilhões para o governo ucraniano e US$ 6 bilhões para desastres ambientais que atingiram a Flórida e Maui no último mês. 

A apresentação do texto bipartidário é um passo importante e significativo, mas a pauta ainda está longe de um consenso. Há entraves possíveis tanto do lado republicano quanto do lado democrata. Para dar o respiro necessário ao governo americano, o texto precisa ser aprovado até o próximo sábado. 

O bicho-papão que segue embaixo da cama é o dos juros altos por mais tempo, com o mercado ainda digerindo os recados deixados pelo Fed na última quarta-feira. Mas, na ausência de seus dois outros companheiros, hoje pode acabar dando uma folga para as bolsas globais voltarem a subir —- em Nova York, os índices futuros apontam para um dia no azul. 

No Brasil, o destaque fica com a tentativa de dar andamento às pautas econômicas travadas em Brasília – que pressionaram o Ibovespa para baixo ontem. Para isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entra em ação. O dia será focado na articulação política — uma tentativa de dar celeridade à tramitação dos projetos.

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Bons negócios.

humorômetro: o dia começou com tendência de alta
(VCSA/Você S/A)

Futuros do S&P 500: 0,31%

Futuros do Nasdaq: 0,30%

Futuros do Dow Jones: 0,23%

*às 8h10

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market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Oi pede financiamento de US$ 300 milhões

Em recuperação judicial desde março deste ano, a Oi comunicou à CVM que recebeu US$ 300 milhões em crédito do BTG Pactual nesta terça-feira (26). 

A modalidade do crédito foi do tipo deptor in possession, ou DiP. Ele geralmente é concedido para empresas que já estão em plano de recuperação judicial, ou seja, tem um plano traçado e um diálogo e, aberto com credores para o pagamento de dívidas. A ideia é suprir a falta de caixa para financiar despesas operacionais (como pagamento de fornecedores, salários e despesas administrativas). 

A empresa já havia pedido esse mesmo tipo de financiamento em junho, para um grupo de credores financeiros da Oi, no valor de US$ 200 milhões. As condições do empréstimo contratado junto ao BTG são, segundo o fato relevante, semelhantes às condições do empréstimo anterior: uma única parcela, ao custo de 20% ao ano, com prazo de vencimento para 15 de dezembro de 2024 — tendo como garantia 95% das ações da Oi na V.tal.

Segundo a empresa, além do pagamento do DiP anterior, o saldo será utilizado para capital de giro e investimentos necessários à manutenção de suas atividades.

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Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

17h30:  Lula tem reunião com  presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad

19h15:  Haddad se reúne com relator da reforma tributária, senador Eduardo Braga

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
      • Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,22%
      • Londres (FTSE 100): -0,23%
      • Frankfurt (Dax): -0,03%
      • Paris (CAC): 0,42%

      *às 8h12

      Fechamento na Ásia
      (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
      • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,21%
      • Hong Kong (Hang Seng): 0,83%
      • Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,18%  
      Commodities
      (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
        • Brent: 0,97%, a US$ 93,39 por barril
        • Minério de ferro: 0,59%, a US$ 115,76 por tonelada em Dalian (China)

        *às 8h13

        Vale a pena ler:
        (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

        Forever young

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        O número de centenários vem crescendo nos últimos anos. Dados do Pew Research Center mostram que o mundo terá 3,7 milhões deles até 2050 — três vezes mais do que em 2015. Contudo, apenas um em cada mil vive além dos 110 anos. Dos 120, nem se fala. 

        Nesse contexto, prorrogar o envelhecimento humano se tornou prioridade de médicos, cientistas, investidores e bilionários ao redor do mundo. Peter Thiel, do PayPal, Larry Page e Sergey Brin, do Google, e Jeff Bezos, da Amazon, investiram e participaram da criação de empresas que tentam prolongar a vida útil e a saúde da população. Sam Altman, presidente da OpenAI, revelou neste ano que investiu US$ 180 milhões nesse objetivo. 

        Mais questões financeiras, biológicas e existenciais sobre a questão, você encontra nesta reportagem da Economist.

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