Bolsas americanas apontam para cima. A nossa, para baixo.
Futuros do S&P 500 sobem perto de 1% depois de uma panicada com a Apple ter derrubado o índice ontem. Por aqui, na commodity-lândia, petróleo e minério em baixa trazem maus agouros.
Entre a manhã da última quinta (14) e o alvorecer de ontem (18), o S&P 500 tinha engatado uma baita de uma alta: 4,5%. Tudo isso em meio a um tiroteio: inflação recorde nos EUA, bazuca dos juros ligada e apontada, alemães juntando cobertores para não congelar no próximo inverno por falta de gás russo, China com o motor do PIB engasopado pelo esquema de Covid Zero a qualquer custo.
Até que ontem caiu uma bomba: a sacrossanta Apple, do alto de seu faturamento trimestral que beira US$ 100 bilhões, parece estar se preparando para uma recessão. Segundo a Bloomberg, a empresa de Tim Cook planeja contratar menos gente para 2023 e reduzir os investimentos.
Isso derrubou os ânimos das bolsas americanas, que dão o tom de todas as outras. O gráfico do S&P 500, que apontava para cima desde quinta, virou. E o índice das 500 maiores empresas dos EUA fechou no vermelho: -0,84%.
Mas parece que o efeito calmante da notícia da Apple não durou muito. Os futuros do S&P 500, afinal, amanhecem em alta. Sólidos 0,79% às 8h13.
Não que o tiroteio tenha parado. O que segue é a volatilidade. Desde janeiro, o S&P 500 caiu 20%. É natural rolar um rebote, qualquer que seja. Ele tinha começado na última quinta. Perdeu fôlego com a Apple, e agora retorna.
Aqui na commodity-lândia, porém, o viés é outro: petróleo e minério em baixa (-1,52% para a mercadoria líquida; -4,16% para a sólida) pressionam o Ibovespa para o vermelho. A ver.
Boa terça.
O dia começou com tendência de alta
Futuros S&P 500: 0,79%
Futuros Nasdaq: 0,80%
Futuros Dow: 0,62%
*às 8h13
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,01%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,33%%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,11%
Bolsa de Paris (CAC): – 0,01%
*às 7h59
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): – 0,54%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,54%
Hong Kong (Hang Seng): -0,89%
*às 8h02
Brent: -1,52%, a US$ 104,65
*às 8h23
Minério de ferro: -4,16%, a US$ 96,70 por tonelada, na bolsa de Cingapura.
*às 8h34
17h30 Estoques de petróleo nos EUA, que podem determinar a cotação do barril.
Bancões em apuros
Nesta segunda, Bank of America e Goldman Sachs deram sequência à divulgação (da tragédia) dos balanços dos maiores bancos dos Estados Unidos no segundo trimestre.
Assim como J.P. Morgan, Morgan Stanley, Citi e Wells Fargo, ambos tiveram quedas de dois dígitos nos lucros. O resultado líquido do BofA, de US$ 6,2 bilhões, foi 32% menor na comparação com o mesmo período de 2021 (US$ 9,2 bilhões), pior do que o estimado por analistas.
O Goldman teve uma queda de 47% no lucro, com US$ 2,93 bilhões em comparação aos US$ 5,49 bilhões de um ano antes. Apesar da queda drástica, os números do banco vieram melhores do que o esperado pelo mercado.
Embraer sem peças
As entregas da Embraer estão sendo comprometidas pela falta de peças no setor de aviação. Em entrevista à Bloomberg, o presidente da empresa, Francisco Gomes Neto, disse que a escassez de componentes, junto com a carência de mão de obra nos Estados Unidos, tem prejudicado a companhia nos últimos meses.
Segundo ele, este trimestre será decisivo para a fabricante verificar se será possível bater as metas traçadas para 2022. O objetivo é entregar entre 60 e 70 naves do tipo E-Jet neste ano. Entre 2020 e 2021, foram exportadas apenas 50.
Fintechs em queda livre
As fintechs que bombaram no mercado financeiro nos últimos dois anos já perderam, juntas, cerca de US$ 500 bilhões em valor de mercado desde o seu pico com o ciclo de alta de juros e resultados fracos, mostra esta reportagem do Financial Times. Até o gigante de pagamentos PayPal têm se dado mal.
Caos aéreo
O sonho de voltar a viajar depois de dois anos de pandemia virou um pesadelo. Aeroportos e companhias aéreas não estão dando conta da imensa demanda neste verão no Hemisfério Norte depois de demitirem diversos funcionários e enxugarem os custos com manutenção e expansão para sobreviver à crise. Esta reportagem do Wall Street Journal mostra o tamanho do caos.
Nos EUA: Johnson & Johnson, antes da abertura de mercado, e da Netflix, depois do encerramento.