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Bolsas amanhecem em alta no pré-feriado, de olho no Fed e na inflação local

No Brasil, o destaque fica com o IPCA de setembro. A expectativa é que o índice avance 0,32% no mês.

Por Jasmine Olga e Sofia Kercher
11 out 2023, 08h27

Bom dia! 

O ritmo de feriado ainda não chegou à bolsa de valores – os investidores terão um dia cheio antes de fazer as malas para a pausa de amanhã.

É que esta quarta-feira concentrou uma tonelada de indicadores. No Brasil, o IBGE divulga o IPCA de setembro. Nos EUA, teremos o resultado da inflação ao produtor (PPI) de setembro, ata da última reunião de política monetária do Fomc (o Copom deles) e discursos de pelo menos quatro dirigentes do Fed ao longo do dia. 

Nos últimos dias, falas de Fed Boys vêm apagando o incêndio que havia começado lá em 20 de setembro, com a última reunião do Fomc. Na ocasião, o Fed manteve a taxa de juros inalterada, mas sinalizou que ainda será preciso voltar a subi-la nos próximos meses. Além de avançar mais, a taxa que hoje é de 5,50% ao ano, deve ficar nas alturas por mais tempo.

Nas semanas seguintes, dados de um mercado de trabalho robusto e muito acima do esperado ajudaram a jogar mais lenha na fogueira. A devastação veio em forma de pressão na curva de juros — e os Treasuries chegaram ao maior patamar desde 2006, pré-crise econômica de 2008. 

Mas desde segunda-feira, o time de bombeiros do Fed está em campo — e a tática tem funcionado. Os juros futuros nos EUA entraram em trajetória de queda e acabaram deixando em segundo plano as incertezas com o tamanho do conflito no Oriente Médio.

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Por mais que nenhum dirigente negue que a inflação ainda se encontra em patamar elevado ante a meta de 2% ao ano, o discurso unificado é de que a forte alta do rendimento dos títulos do Tesouro das últimas semanas pode funcionar sozinho como um freio para a economia, dispensado novos aumentos de juros. 

Hoje, os investidores devem coletar mais sinais sobre o que esperar do futuro da política monetária. A ata da última reunião do Fomc será divulgada às 15h e, como o comunicado da época, deve adotar um tom mais duro. Só que mais uma bateria de Fed Boys fala nesta quarta-feira e Wall Street espera que o tom mais suave (dovish, no jargão do mercado) se mantenha. 

O alívio também reflete na B3. É que com o estresse recente nos Treasuries, uma parcela do mercado havia voltado a considerar uma alteração nos planos do Copom para a próxima reunião — ao invés da já anunciada queda de 0,50 ponto percentual na Selic, apenas um corte de 0,25 p.p. Ontem, esse cenário voltou a ser descartado. 

Os dados de inflação nesta manhã devem ajudar a consolidar as projeções. Segundo projeção coletada pelo Broadcast, os economistas esperam uma alta de 0,32% para o IPCA de setembro. Uma aceleração frente aos 0,23% de agosto, puxada principalmente pela alta da gasolina. Em 12 meses, o índice deve chegar a 5,25%

Além de uma curva de juros mais benigna para os ativos brasileiros, o minério de ferro também pode ajudar o Ibovespa a afastar a tradicional cautela pré-feriado. A commodity voltou a fechar em alta de 1,04% na China, após dois dias de queda. É que há expectativas de que Pequim aumente o seu pacote de estímulos com US$ 147 bilhões em projetos de infraestrutura e persiga sua meta de crescimento de 5%. 

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Bons negócios!

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta
(VCSA/Você S/A)

Futuros do S&P 500: 0,29%

Futuros do Nasdaq: 0,39%

Futuros do Dow Jones: 0,28%

*às 8h15

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market facts

Dólar paralelo chega a 1.000 pesos argentinos

Nesta terça-feira (10), pela primeira vez na história, o dólar blue — principal cotação paralela da Argentina, que mais se aproxima da realidade da população — ultrapassou o patamar de mil pesos. Para comparação, a cotação oficial do governo estava em cerca de 400 pesos.

Além das tensões causadas pela eleição presidencial, que deve ocorrer no dia 22 deste mês, o governo anunciou a unificação de três cotações paralelas do dólar para turismo e poupança — o Catar, o tarjeta (cartão) e solidário. Neles, serão aplicados impostos para desencorajar a compra da moeda estrangeira, e tentar melhorar a inflação galopante do país, que subiu para 124,4% em agosto (maior nível registrado desde 1991). 

(Para entender melhor o cenário geral da economia do país, e saber mais sobre as cotações paralelas que existem, vale a leitura desta matéria da VCSA).

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Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
  • 9h – Brasil: IBGE divulga o IPCA de setembro
  • 9h30 – EUA: Departamento do Trabalho divulga a inflação ao produtor (PPI)
  • 15h – EUA: Ata da última reunião de política monetária do Fed

*Quatro Fed Boys devem discursar ao longo do dia: Michelle Bowman (5h15), Christopher Waller (11h15), Raphael Bostic (13h15) e Susan Collins (17h30)

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
      • Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,28%
      • Londres (FTSE 100): 0,20%
      • Frankfurt (Dax): 0,03%
      • Paris (CAC): 0,33%
      Fechamento na Ásia
      (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
      • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,28%
      • Hong Kong (Hang Seng): 1,29%
      • Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,60%
      Commodities
      (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
              • Brent: -0,23%, a US$ 87,45
              • Minério de ferro: 1,04%, a US$ 113,31 por tonelada na bolsa de Dalian, China

              *às 8h20

              Vale a pena ler:
              (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

              Nobel de Economia 2023

              Essa semana, o prêmio Nobel de Economia de 2023 foi dado à americana Claudia Goldin. A pesquisadora fez o primeiro levantamento abrangente sobre ganhos e participação de mulheres no mercado de trabalho dos EUA, coletando mais de 200 anos de dados.

              Esta reportagem do New York Times conta quem é Goldin e detalha o trabalho laureado.

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