Bolsa americana ensaia pior primeiro semestre desde 1970
É a maior queda do S&P 500 em mais de 50 anos: 18%. Ibovespa tombou o mesmo tanto nos últimos três meses. E a tendência é piorar.
Se a bolsa americana confirmar hoje a queda de 18% desde o início do ano, estaremos diante de uma estatística fúnebre: será a maior queda do S&P 500 desde 1970, e a quinta maior em todos os tempos.
E a bola de cristal dos índices futuros prevê que isso vai acontecer de fato. Neste último dia de semestre, os do S&P 500 abrem em tétrica baixa, ao norte de 1%.
No Ibovespa, a queda no semestre é bem mais branda: 5%. O ritmo aqui foi um pouco diferente. O índice saltou de 104 mil pontos, no encerramento de 2021, para 121 mil em abril, nadando contra a corrente da bolsa americana. Desde esse pico, porém, a queda foi de… 18%. Os deuses do mercado são ardilosos.
Opa. Então melhor sair dessa coisa coisa de véio (ações) e partir para cripto, certo? Afinal, essas já caíram tudo o que tinham para cair e agora vai ser só festa. Hum… Parece que não. O Bitcoin cedeu outros 5% nas últimas 24 horas, e caiu a US$ 19 mil. A perda do patamar de US$ 20 mil é especialmente perigosa, já que muita gente comprou com a cripto a esse valor. Com as cotações ao sul dos 20k, então, muita gente tende a vender para escapar do prejuízo, e isso retroalimenta a queda.
Por aqui, o momento também não é dos mais animadores. Ainda mais agora que o teto de gastos está para ser jogado no lixo, com a eventual aprovação do aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 e do voucher de R$ 1 mil para caminhoneiros, entre outras benesses eleitoreiras.
Além de queimar a credibilidade do país, que dá mais uma prova de não ser confiável no quesito responsabilidade com as contas públicas, o gasto extra-teto, de R$ 38,7 bilhões, ainda tem o potencial de acelerar a inflação. Teria sido menos imprudente focar os gastos públicos no subsídio ao diesel, em vez de “aproveitar a oportunidade” para tirar da cartola um suborno eleitoral, na forma de aumento do Auxílio. Mas é isso: nada de novo para quem está acostumado com o Brasil.
Boa quinta – na medida do possível.
Futuros S&P 500: -1,42%
Futuros Nasdaq: -1,73%
Futuros Dow: -1,15%
*às 7h42
Índice europeu (EuroStoxx 50): -2,59%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -1,95%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -2,69%
Bolsa de Paris (CAC): -2,73%
*às 8h02
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,44%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,54%
Hong Kong (Hang Seng): -1,62%
Brent: -0,54%, a US$ 115,63
*às 8h06
9h30: Pedidos de seguro-desemprego nos EUA na última semana.
16h: PEC dos Combustíveis entra em votação no Senado.
Balanço da Oi, finalmente
A Oi divulgou resultados do primeiro trimestre de 2022. A empresa reportou lucro de R$ 1,78 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 3,04 bilhões no mesmo período do ano passado. O documento, que inicialmente seria publicado no dia 12 de maio, foi divulgado na noite da última terça-feira, após o fechamento do mercado. O resultado refletiu sem grande estardalhaço nas ações OIBR3 no pregão de ontem: alta de 1,85%, a R$ 0,55.
O fim do do motor a combustão
A União Europeia fechou um acordo para zerar a emissão de carbono de carros novos até 2035. Depois dessa data, novos modelos com motor a combustão não poderão mais ser vendidos nos 27 países membros. A pedido da Alemanha, maior mercado automobilístico do bloco, o acordo abre uma brecha para a futura permissão de combustíveis sintéticos neutros em carbono. Ainda assim, a medida torna provável que a maioria das fabricantes do setor automobilístico precise mudar para produção de modelos elétricos em pouco mais de uma década.
Inverno cripto
O desmoronamento do mercado de criptoativos não deixou nenhum investidor de cripto escapar totalmente ileso. Mas o tombo foi maior para quem já estava mais embaixo. Funcionários demitidos de empresas do setor e investidores comuns que tinham boa parte de seu patrimônio em cripto saíram como os maiores perdedores. Enquanto isso, os executivos de alto escalão de empresas como Coinbase, Crypto.com e Gemini mantêm patrimônios gigantescos. Esta reportagem do The New York Times mostra como anda a vida (e o patrimônio) dos bilionários do mundo cripto.