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BC prevê inflação abaixo da meta caso não baixe a Selic em 2023

Órgão decidiu manter os juros brasileiros em 13,75% e economistas estimam queda apenas em agosto. Nos EUA, outro banco, o PacWest, está em crise. E há ainda o balanço da Apple.

Por Tássia Kastner, Camila Barros
4 Maio 2023, 08h04

A essa altura você já sabe. Inflação boa é a controlada e que fique na meta fixada pelo Banco Central. Na noite de ontem, o Copom decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano, como era esperado.

A surpresa ficou por conta de algumas projeções divulgadas no comunicado. De acordo com o Copom, se a Selic for mantida em 13,75% até o fim do ano, a inflação pode cair para 5,7% neste ano e 2,9% em 2024.

Em outras palavras, o BC colocou no seu radar, pela primeira vez uma inflação abaixo da meta austera de 3%. Seguindo as apostas que o mercado tem feito para a direção da taxa de juros, aí teríamos inflação de 5,8% no fechamento deste ano e de 3,6% no próximo. O consenso mais recente, de acordo com o Boletim Focus, é de que a Selic termine o ano em 12,50%.

Esse número, porém, deve ser revisto por economistas. É que o BC fechou a porta para o começo do ciclo de corte de juros em junho. Ele fez isso de duas maneiras: uma mostrando que a redução da Selic, como a estimada pelo mercado, deixaria a inflação relativamente alta em relação à meta no próximo ano.

Depois, ele arrematou dizendo que ” o comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”. Ou seja, o foco é ter inflação o mais perto possível de 3% em 2024.

Esse continua sendo um dos flancos que coloca o BC brasileiro sob ataques de uma parte dos economistas. Está certo que o trabalho da autoridade monetária é perseguir a meta de inflação, o questionamento é sobre a velocidade do ajuste. A pressa em subir juros e juros muito elevados por período prolongado podem baixar a inflação, mas não sem matar a economia e levá-la a uma recessão.

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Para reduzir os atritos com o governo, o Copom colocou em seu comunicado um aceno à proposta de novo arcabouço fiscal, indicando que a medida reduz riscos para a dívida pública. Ainda assim, o órgão disse que a eventual aprovação do pacote não tem relação direta com a queda dos juros. Essa novela vai longe ainda.

O balanço, no entanto, tende a ser relativamente positivo para o mercado.

Nos EUA

Lá, mais um banco está na mira dos investidores. Agora o PacWest está tentando negociar uma venda, depois de sofrer uma onda massiva de saques. Foi o efeito contágio do First Republic e do SVB.

A notícia boa é que se trata de um banco bem menor, com apenas US$ 44 bilhões em ativos. A ruim é que a alta de juros continua a fazer vítimas no sistema financeiro de lá, algo que pode criar uma crise financeira e desestabilizar a economia.

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Não à toa, os futuros do S&P 500 e do Dow Jones começam a manhã em baixa. A salvação dessa zika pode ser a Apple, que divulgará seus resultados após o fechamento do mercado. Ter esperança, ainda bem, não custa dinheiro. Bons negócios.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros do S&P 500: -0,24%

Futuros do Dow Jones: -0,21% 

Futuros do Nasdaq: 0,08%

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*às 7h54

market facts

Light atrai Nelson Tanure 

O empresário Nelson Tanure comprou ativos da Light esta semana. A partipação do executivo na empresa, agora, seria de 7%, segundo informações da coluna de Lauro Jardim. A companhia de geração e distribuição de energia vem buscando renegociar a dívida de R$ 11 bilhões com os credores. Boa parte desse montante precisa ser pago nos próximos três anos.

Tanure é conhecido por investir em empresas com dificuldades financeiras, como a telefônica Oi, a construtora Gafisa, e o laboratório de diagnósticos médicos Alliar. 

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A entrada de Tanure fez as ações LIGT3 saltarem. No fechamento de ontem, a alta foi de 10,57%, a R$ 3,87.

Agenda

9h15: Banco Central Europeu decide nova taxa de juros da Zona do Euro; entrevista à imprensa começa às 9h45

9h30: EUA divulgam pedidos semanais de seguro-desemprego

 

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,67%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,75%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,60%

Bolsa de Paris (CAC): -0,72%

*às 7h54

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,03%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): bolsa fechada

Hong Kong (Hang Seng): 1,27%

Commodities

Brent*: 0,77%, a US$ 72,89

Minério de ferro: -2,31%, a US$ 100,99 por tonelada na bolsa de Dalian

*às 7h53

Vale a pena ler:

Criador do Twitter é agora o maior competidor da rede social

Desde que assumiu o Twitter, em outubro, Elon Musk testa estratégias para tornar a plataforma lucrativa. Agora, os usuários devem pagar US$ 8 (algo em torno de R$ 40) por mês para conseguir o símbolo de conta verificada no perfil – que antes era entregue gratuitamente a pessoas de relevância pública. As mudanças de layout e algoritmo da rede tem incomodado alguns usuários, que agora buscam uma alternativa ao Twitter. 

O mais novo candidato é o Bluesky, uma rede social que tem Jack Dorsey, um dos fundadores do Twitter, em seu conselho de administração. A plataforma ainda é restrita a convidados e está em versão beta, com cerca de 50.000 usuários. Só que sua popularidade explodiu no último mês, quando foi baixado quase 1,5 milhão de vezes. O Financial Times conta essa história. 

 

De volta às origens

O Airbnb nasceu em 2008 como uma plataforma de aluguel de curta duração. A ideia era que pessoas com um quarto vago em casa pudessem hospedar turistas e receber uma grana por isso. Durante a pandemia, a quantidade de nômades digitais aumentou e o app decidiu mudar o seu foco: privilegiava estadias mais duradouras, com aluguel da casa inteira e incentivava que os hóspedes buscassem por destinos inusitados. 

Com a inflação alta nos EUA, os clientes estão menos dispostos a gastar com estadias mais caras. Por isso, a empresa pretende voltar às origens. Ela anunciou que vai passar a incentivar o aluguel de quartos ao invés de casas inteiras. Esta reportagem no NYT, traduzida pela Folha, explica a nova estratégia do Airbnb.

 

Temporada de balanços

Antes da abertura: Embraer e Ambev

Após o fechamento: Alpargatas, Assaí, Bradesco, CCR, Cemig, Eletrobras, Engie, Fleury, Grupo Soma, Petz, Rumo e Via

EUA

Após o fechamento: Apple e AIG

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