Continua após publicidade

Arcabouço fiscal impulsiona papéis brasileiros em Nova York

O EWZ, ETF gringo para quem aposta em empresas brasileiras, sobe 1,8% nesta manhã. Expectativa é a de que o novo teto nos gastos públicos, limitados a 70% do crescimento da receita, faça cair os juros futuros.

Por Alexandre Versignassi e Camila Barros
Atualizado em 21 out 2024, 10h36 - Publicado em 30 mar 2023, 08h22
-
 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

A essência do novo arcabouço fiscal, pelo que a imprensa apurou até agora, deve ser a seguinte: limitar os aumentos nos gastos públicos a 70% do crescimento da receita. Exemplo: recolheu R$ 340 bilhões a mais de um ano para o outro, como aconteceu em 2022 ante 2021, fica liberado gastar R$ 238 bilhões a mais. E R$ 102 bilhões vão para o pagamento da dívida pública.

O objetivo aí é reduzir paulatinamente o déficit público sem engessar os gastos da União. O Orçamento 2023 prevê que o governo gastará R$ 228 bilhões a mais do que vai arrecadar. Trata-se de um déficit equivalente a 2% do PIB. Na semana passada, Fazenda e Planejamento diminuíram essa estimativa para R$ 107,6 bilhões – 1% do PIB.

Se essa redução vai acontecer ou não é outra história, já que ela depende de aumentos na carga tributária, que talvez não passem pelo Congresso. Caso dê tudo certo, o plano é que a economia de 30% sobre os aumentos na receita zerem o déficit já em 2024. E que o déficit se converta em superávit de 0,5% do PIB em 2025, e de 1% em 2026.

A Constituição não permite que certas despesas fiquem restritas ao teto de 70% da arrecadação. Pelo menos 15% da receita federal, seja ela qual for, deve ir para a área da saúde; 18%, para a educação. 

Se 18% já foi para a educação no ano x, a despesa no ano x+1 abrigará 100% do aumento da receita por força da Lei. Com a nova âncora fiscal, então, o governo se obriga a subir os gastos em menos de 70% da arrecadação em outras áreas, de modo a compensar os aumentos obrigatórios. 

Seja como for, o país só saberá qual é exatamente a fórmula da nova âncora quando Haddad apresentá-la ao público, o que deve acontecer nesta manhã. Às 9h, ele mostra o plano a Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e aos líderes partidários da casa. 

Continua após a publicidade

O que saiu até agora, de qualquer forma, parece ter agradado o mercado. O EWZ, ETF gringo para quem aposta em empresas brasileiras, sobe 1,81% no pre-market em Nova York. Uma demanda maior por esse papel, como a que está ocorrendo, significa uma maior confiança nos rumos da nossa economia.

A ver como a repercussão do arcabouço afetará o restante do dia. A começar pela curva dos juros. Se o plano for bem visto, ela tende a cair com força, melhorando o saldo de quem tem uma poupança em títulos públicos IPCA+ ou em prefixados.

Pela reação do EWZ, de qualquer forma, dá para dizer que esta quinta levantou da cama com o pé direito. 

O IGP-M de março também colabora para um clima favorável à queda nos juros futuros. Ele veio em 0,05%. Menor do que a expectativa do mercado (apurada pela Reuters), que era de 0,15%.

Nos últimos 12 meses, o índice está praticamente zerado, em 0,17%. Trata-se do menor nível em cinco anos. Em março de 2022, para dar uma ideia, o IGP-M em 12 meses era de 14,77%.

Continua após a publicidade

Bons negócios!

Compartilhe essa matéria via:

humorômetro: o dia começou com tendência de alta

S&P 500: 0,53%

Nasdaq: 0,55%%

Continua após a publicidade

Dow Jones: 0,46%

*às 8h05

market facts

O pedido do MME e o “não” da Petrobras 

Ontem, o ministério de Minas e Energia (MME) solicitou à Petrobras que reavaliasse o programa de desinvestimentos da companhia – mas o Conselho de Administração negou. Recapitulando a novela: no início de março, o ministério havia solicitado que a petroleira suspendesse a venda de todos os ativos por 90 dias, para analisar se os planos de privatização da gestão anterior faziam sentido para os novos rumos da empresa. No dia 17, a Petrobras informou que manteria a venda dos ativos que já tinham contrato assinado. 

Continua após a publicidade

Só que um novo time de diretores, indicados por Jean Paul Prates, tomou posse da empresa esta semana. O argumento do MME é que o tema deveria entrar novamente em pauta, agora que novos executivos estão à frente da empresa. Mas o conselho de administração, que ainda é formado por indicações do governo anterior, barrou a proposta. E o mercado ficou aliviado: as ações PETR4 fecharam a quarta-feira em alta de 1,31%, a R$ 23,90.

Agenda

9h: Haddad apresenta o novo arcabouço fiscal às lideranças do Senado.

EUA, 9h30: Número de pedidos de entrada no seguro desemprego até a semana encerrada no dia 24/03.

10h30: Haddad dá coletiva sobre o novo arcabouço fiscal. 

Continua após a publicidade

11h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, dá entrevista coletiva sobre o relatório trimestral de inflação e as perspectivas para o futuro da Selic.

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,39%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,87%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,24%

Bolsa de Paris (CAC): 1,34%

*às 8h12

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,81%

Hong Kong (Hang Seng): 0,58%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,36%

Commodities

Brent: 0,77% a US$ 78,88 o barril

*às 8h14

Minério de ferro: 1,91%, a US$ 131,64 a tonelada, na bolsa de Dalian

*às 7h00

Vale a pena ler:

Crise nova, vida nova

Ao longo da história americana, toda crise financeira foi seguida pela aprovação de um novo pacote de regulações que tentou impedir que o erro se repetisse. Costuma funcionar em partes. Mas os momentos de instabilidade tem sempre elementos em comum – irresponsabilidade dos banqueiros e ajuda estatal quase imediata, por exemplo. O último desses pacotes foi a Lei Dodd-Frank, aprovada em 2010, depois do colapso do Lehman Brothers em 2008. Parecia um regulação sólida, até agora. Para esta coluna de opinião da Bloomberg, a crise bancária desencadeada pela quebra do SVB inaugura uma nova fase no capitalismo – e vai exigir mais uma atualização nas leis regulatórias dos EUA. 

Brasil e China sem mediação

Na última quarta, Brasil e China selaram um acordo que estreita e barateia as relações comerciais entre os dois países. Agora, as transações entre empresários brasileiros e chineses poderão ser feitas direto em yuans – e não mais em dólar, como era de praxe. As operações ficarão a cargo do Banco Industrial e Comercial da China ICBC, que tem sede aqui no Brasil. Esta reportagem da BBC explica como funcionará o novo modelo, e conta que ele faz parte de um cenário maior de aproximação com a China – que já é a maior parceira comercial do Brasil há 13 anos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.