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Alta no juro americano da próxima semana já contamina os mercados

Enquanto isso, a inflação na Europa bate recorde em meio à crise energética.

Por Júlia Moura, Camila Barros
Atualizado em 16 set 2022, 14h20 - Publicado em 16 set 2022, 08h35

Antes de caminhar para a semana de aumento de juros nos Estados Unidos, investidores adotam um tom mais cauteloso. Nesta manhã, os futuros americanos operam no vermelho, dando sinais de que as perdas de quinta devem se estender nesta sexta.

Hoje, a zona do euro bateu mais um recorde inflacionário: 9,1% na comparação entre agosto de 2022 e agosto de 2021. A alta de preços acelerou em relação a julho (+8,9%) e veio acima do previsto. E, não há sinal de alívio à vista. Em uma escalada da crise energética na região, a Alemanha tomou o controle de três refinarias da companhia russa Rosneft.

Uma inflação mais alta que o esperado na Europa e o agravamento das tensões com a Rússia acendem o alerta de preços mais caros no mundo todo.

Nos Estados Unidos, dados divulgados na véspera corroboram a tese de que um aumento de um ponto percentual pode estar por vir para frear a inflação, o que iria machucar o mercado de renda variável além do previsto.

Por lá, as vendas no varejo subiram 0,3% em agosto, enquanto o mercado esperava uma leve queda de 0,1%. Enquanto isso, a produção industrial no mesmo mês caiu 0,2%, ao contrário das previsões de estabilidade. 

Os pedidos semanais de seguro-desemprego reforçam a tese de uma economia mais resistente do que o esperado. O número de novos pedidos de seguro caiu em 5 mil, indo para 213 mil, mais do que o esperado. Esta foi a quarta semana seguida de quedas nos pedidos de auxílio.

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Por enquanto, a maior parte das apostas é que na próxima quarta-feira o Fed (o BC americano) fará um aumento de juros de 0,75 ponto percentual, como já sinalizou anteriormente. Porém, um passo um pouco maior já não parece mais tão improvável assim.

Outro fator negativo para o pregão desta sexta vem da FedEx, uma das maiores transportadoras do mundo. As ações da companhia americana caíram 19% no pré-mercado, durante a madrugada desta sexta, e contaminaram o sentimento de Wall Street. O tombo veio após a empresa cortar as previsões de resultado para este ano e dizer que irá cortar cursos, dado que o volume de operações caiu com uma economia que “piorou significativamente”.

É, realmente, uma sexta-feira fria e chuvosa na Faria Lima. Bons negócios (ou boa sorte).

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Humorômetro - dia com tendência de baixa
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Futuros S&P 500: -0,83%

Futuros Dow: -0,79%

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Futuros Nasdaq: -0,96%

às 8h20

Europa
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Índice europeu (EuroStoxx 50): -1,07%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,02%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -1,58%

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Bolsa de Paris (CAC): -1,24%

*às 8h15

Fechamento na Ásia
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Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -2,35%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,11%

Hong Kong (Hang Seng): -0,89%

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Commodities
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Brent*: 0,13%, a US$ 90,96

Minério de ferro: -2,39%, a US$ 98,15 por tonelada, em Singapura

*às 7h05

market facts
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Embraer recebe US$ 1,5 bilhão

Ontem, as ações da Embraer subiram 3,58%, a R$ 13,61 – segunda maior alta do pregão. É que a empresa anunciou que vai receber um investimento de até US$ 1,5 bilhão dos fundos Apollo Global Management. O dinheiro será utilizado para expandir o programa de financiamento para clientes que queiram adquirir jatos regionais (aviões menores, feitos para distâncias mais curtas). Junto à gestora americana, a Embraer vai oferecer opções de financiamento ou arrendamento (aluguel com opção de compra no final do contrato) das aeronaves. O acordo também prevê financiamento para projetos focados em ESG e desenvolvimento de tecnologias verdes.

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Monstro da dívida 

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