Alta do petróleo e otimismo em Wall Street sustentam Ibovespa (por pouco): +0,07%

Na véspera da Super-Quarta, o clima foi de espera e o volume financeiro foi baixo. Adiamento do arcabouço fiscal também ajudou a limitar os ganhos.

Por Bruno Carbinatto
21 mar 2023, 18h21
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 (Juliana Krauss/Fotos: Getty Images/Você S/A)
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Fosse um filme, o pregão de hoje seria aquelas cenas que os fãs chamam de fillers – sem grande peso para história, que só estão lá para ocupar o tempo até a chegada do clímax. Não é um filme, mas o clímax da semana está chegando para o mercado: é a Super Quarta, amanhã, quando tanto o Fed quanto o nosso Banco Central divulgam suas decisões quanto às respectivas taxas de juros.

Até lá, o clima desta terça-feira foi de espera e o dia nas bolsas foi morno. O Ibovespa fechou estável, com leve alta de 0,07%, quae nos 101 mil pontos. Mas o volume de negócios foi de apenas R$ 17,7 bilhões – num pregão normal, esse número costuma passar dos R$ 25 bilhões.

O que salvou o índice – por pouco – do vermelho foi, primeiramente, o dia de otimismo em Wall Street. Por lá, a alta foi mais robusta: 1,31% para o S&P 500, 1,58% para o Nasdaq. 

Janet Yellen, Secretária do Tesouro americano, voltou a tranquilizar o mercado ao confirmar que o governo poderá voltar a socorrer bancos menores caso uma corrida aos saques de fato aconteça. A atualização é só mais uma fala que se soma aos esforços das autoridades (governos e BCs) mundo afora para garantir que há liquidez no sistema financeiro internacional – estratégia que, por enquanto, parece estar funcionando. Nisso, a maior parte dos temores quanto a uma possível crise sistêmica à lá 2008 esfriou (ainda que um fiozinho de cautela sempre permaneça).

Agora o foco de todo mundo está na decisão do Fed de amanhã. Desta vez, a reunião do banco central americano está cercada de um mistério bem maior do que o normal. Antes da quebra do banco SVB, grande parte das apostas falavam em um salto de meio ponto percentual na “Selic” deles – graças à inflação muito mais alta e persistente do que o esperado. Quando o banco da Califórnia quebrou e o pânico de uma crise sistêmica se instalou, muita gente começou a achar que  o Fed sequer subiria os juros por lá.

Agora, o mercado entrou num consenso de uma alta de 0,25 ponto percentual – e parece estar ok com isso. Mas, mesmo assim, cada palavra dita por Jerome Powell amanhã sobre os próximos passos do Fed tem o poder de mudar todo o clima, para melhor ou pior.

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Petrobras

O petróleo também ajudou. O Brent subiu 2,07% nesta terça-feira, para US$ 75,32. A notícia de que a Rússia vai estender o corte na produção foi a responsável.

Em fevereiro, Moscou anunciou que reduziria a sua produção de petróleo em 500 mil barris por dia (bpd) até o final de março. Agora, disse que essa redução continuará firme e forte até junho. A medida é uma resposta às sanções do Ocidente à Rússia devido à invasão da Ucrânia.

Nisso, quem subiu junto foi a Petrobras, nossa gigante do petróleo. PETR3 avançou 2,21%, PETR4 +2,05%.

E o arcabouço, Lula?

Do outro lado, o fiscal segue pesando e cultivando medo, quase derrubando o Ibovespa para o vermelho nesta terça-feira.

Dessa vez a novela do novo arcabouço fiscal ganhou mais um capítulo. O ministro Haddad havia dito que a nova regra, que quer substituir o teto de gastos, já está pronta e inclusive entregou para análise de Lula na semana passada. 

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Se o arcabouço for sóbrio e crível (como Haddad e Tebet prometem que será), tem o potencial de reduzir as incertezas fiscais que assombram o governo petista desde o dia 1.

O problema é que o texto, que supostamente estava pronto, deverá sofrer mudanças. Isso porque Lula pediu para adiar sua finalização para depois de sua viagem à China – ou seja, só para abril.

O temor é que, neste meio tempo, os pitacos da ala governista (mais populista em prol de gastança) sejam incorporados na regra. Ou seja: mais potencial inflacionário vindo por aí? A ver aonde essa novela chega.

Até amanhã.

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Maiores altas

Alpargatas (ALPA4): 3,44%

Yduqs (YDUQ3): 3,38%

Fleury (FLRY3): 3,36%

Petz (PETZ3): 3,31%

Ultrapar (UGPA3): 2,95%

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Maiores baixas

Locaweb (LWSA3): -5,97%

Carrefour (CRFB3): -4,20%

CSN Mineiração (CMIN3): -4,05%

Raízen (RAIZ4): -3,64%

Eletrobras (ELET3): -3,48%

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Ibovespa: 0,07% aos 100.998 pontos

Em Nova York

S&P 500: 1,31%, aos 4.003 pontos

Nasdaq: 1,58%, aos 11.860 pontos

Dow Jones: 0,98%, aos 32.561 pontos

Dólar: 0,05%, a R$ 5,2457

Petróleo

Brent: 2,07%, a US$ 75,32

WTI: 2,73%, a US$ 69,67 

Minério de ferro: -2,22%, negociado a US$ 127,93 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

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