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Agosto mês do desgosto? Vale para Nova York, mas não para o Ibovespa

Índices americanos começam a última semana do mês remoendo Powell e com medo da recessão. Bolsa brasileira vai garantindo a alta.

Por Tássia Kastner
29 ago 2022, 08h05
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

A segunda começa com cara de fim de festa – e atenção total para o que vem na sexta-feira. Os futuros das bolsas americanas abriram em queda robusta, ali na faixa de 1%, e dragaram junto as bolsas Europeias (que nem andam com muito motivo para subir).

O tombo ainda é ressaca da fala de Jerome Powell, no mais importante evento anual do Fed, o simpósio de Jackson Hole. O presidente do BC americano afirmou de maneira contundente que todos os canhões estão voltados à redução da inflação. Subir juros não basta, ele disse. Depois da escalada Everest acima, as taxas ainda deverão se manter no pico por um bom tempo, até que os ânimos inflacionários realmente se acomodem.

Sinais de esperança agora só na sexta, quando já será setembro e serão divulgados os dados de desemprego dos EUA.

Durante o mês de agosto, investidores tentaram contrariar o ditado do “mês do desgosto” e apostaram em uma recuperação do fundo do poço.

Do pico registrado no fim de 2021 até o buraco, o S&P 500 tombou 23% – entrou no chamado bear market. No melhor momento de agosto, a baixa foi reduzida para 10%. E investidores alimentaram a esperança de que o pior havia ficado para trás.

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O breve otimismo foi preparado em uma mistura de alívio com a desaceleração nos preços das commodities, que poderia baixar a inflação, e a redução no volume de negócios típica da época do ano nos Estados Unidos. Investidor também é filho de deus e gosta de tirar férias no verão, afinal.

O alívio durou pouco e o caldo entornou. E Powell deu o empurrão que faltava para cimentar qualquer chance de decolagem dos mercados.

Curiosamente, porém, o Brasil habituado ao mês do cachorro louco consegue escapar do voo de galinha. O Ibov vai subindo 8,9%, isso mesmo após o susto que Powell deu no mercado na sexta.

A segunda, de qualquer maneira, começa complicada. O minério tomba quase 3% em Singapura, o que tem tudo para derrubar a Vale (VALE3) e puxar o índice. Para se segurar no azul, vai depender da Petrobras (PETR4) e da alta do petróleo.

O barril começou a semana subindo e se firmando acima dos US$ 101, mas não por aumento de demanda (o que até poderia ser uma notícia boa, sinal de que a economia global vai bem). Acontece que a Opep+, o cartel dos exportadores do óleo, quer reduzir a oferta do produto para controlar o preço – justamente porque acreditam que a economia global vai desacelerar ainda mais a demanda. 

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Boa semana.

 

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros S&P 500: -0,86%

Futuros Dow: -0,77%

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Futuros Nasdaq: -1,03%

às 7h57

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -1,50%

Bolsa de Londres (FTSE 100): fechada

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Bolsa de Frankfurt (Dax): -1,23%

Bolsa de Paris (CAC): -1,63%

*às 7h55

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,44%

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Bolsa de Tóquio (Nikkei): -2,66%

Hong Kong (Hang Seng): -0,73%

Commodities

Brent*: 0,39%, a US$ 101,38

Minério de ferro: -3,54%, a US$ 102,25 por tonelada na bolsa de Singapura

*às 7h56

market facts

Querosene de aviação

A partir de quinta-feira, 1º de setembro, a Petrobras vai reduzir em 10,4% o preço de venda do querosene de aviação (QAV) para as distribuidoras. Esta é a segunda redução seguida no preço do insumo: no início de agosto, o QAV caiu 2,6%. A queda, que acompanha as variações de preços internacionais, é significativa para o mercado de aviação, já que o combustível representa mais de um terço dos custos totais das companhias. 

Vale a pena ler:

The Merge 

Um upgrade no Ethereum, a blockchain mais usada no mundo, está previsto para acontecer no próximo dia 15. A mudança ficou conhecida como The Merge e promete reduzir o gasto de energia da plataforma em 99%. Uma parte das críticas em relação às criptomoedas gira em torno dos efeitos climáticos negativos que elas provocam. Só tem um problema: a mudança vem sendo debatida há 8 anos, e adiada por conta dos riscos. O NYT explica como vai funcionar a mudança – e o que pode dar errado.

Bichinhos no Imposto de Renda 

O judiciário está começando a reconhecer os animais domésticos como membros da família – por isso, tem gente querendo incluir os animais no regime fiscal da casa. O Valor conta o caso da tutora que entrou na justiça pelo direito de descontar do Imposto de Renda os valores gastos com despesas médico-hospitalares veterinárias para seu cão. 

Agenda

9h30 Ministério do Trabalho divulga dados do emprego formal de julho 

10h Campos Neto, presidente do BC, fala com investidores do JP Morgan

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