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Ações entram em liquidação na Black Friday: 2,55% off

Bolsa devolve a alta espírita de ontem com Haddad encarnando o papel de ministro da Fazenda na Febraban, e criticando o teto de gastos.

Por Alexandre Versignassi
25 nov 2022, 18h34
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Esta sexta foi mundo invertido da quinta. Ontem, TODAS as 92 ações do Ibovespa subiram, e o índice fechou em gloriosos 2,75%. Hoje, rolou basicamente o oposto. Queda de 2,55%, com 91 das ações do índice em baixa. Tipo ganhar de 7 a 0 numa rodada e levar um 7 a 1 na outra.   

O balde de água fria veio de Fernando Haddad. O ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação falou hoje na Febraban como se já fosse o novo ministro da Fazenda, deixando claro que talvez seja mesmo. Até aí, zero novidade. Ele já era mais favorito a assumir o cargo do que o gol do Richarlison para ser eleito o mais bonito da copa. 

O problema é que Haddad jogou mais gasolina na fogueira fiscal. Ao comentar sobre o teto de gastos, disse que a medida “não conseguiu frear a piora dos gastos públicos”. Vale notar que não é verdade. Em outubro de 2020, a relação dívida/PIB, o grande termômetro para o peso da dívida pública, chegou ao seu maior patamar na história, por conta dos gastos da pandemia: 89%. Hoje, dois anos depois, ela baixou para menos insalubres 77,1%. E, de acordo com o Tesouro Nacional, deve fechar o ano em 76,2%. 

Haddad também falou sobre a necessidade de uma reforma tributária. Disse que Lula dará “prioridade total” ao assunto em 2023. O provável futuro ministro citou uma proposta de reforma apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP) em 2019, e que ainda dorme em berço esplêndido no Congresso. O mentor dela é o economista Bernard Appy, que fez parte da equipe econômica dos dois primeiros mandatos de Lula – e chegou a ocupar o cargo de ministro da Fazenda de forma interina por algumas semanas, durante férias do titular Guido Mantega. 

Appy defende uma reforma racional, substituindo nossa sopa de letrinhas de impostos (ICMS, ISS, IPI, PIS/Cofins) por um só. No caso, um imposto sobre valor agregado (IVA), como acontece em boa parte do mundo desenvolvido. No mínimo, isso tornaria o cálculo de impostos mais baratos para as empresas. O Congresso, porém, jogou a proposta de reforma para debaixo do tapete por medo de que ela diminua a arrecadação dos Estados – as entidades que os elegem. 

A ideia de que o Poder Executivo vai priorizar algo tão necessário como a racionalização dos impostos é, em si, uma boa notícia. O mercado, porém, queria ouvir mais sobre responsabilidade fiscal. E não só: falou em reforma tributária, falou em tributação de dividendos – algo que até Paulo Guedes tentou emplacar. Porque, de fato: de todos os países do mundo, só Singapura, Estônia, Letônia e Brasil não cobram imposto sobre proventos (mais Hong-Kong, que não é país, mas uma cidade-estado). 

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Mas o lobby de quem quer manter tal mamata vingou. E a ideia também acabou engavetada. Caso desengavetem, será uma boa ajudar a reduzir o impacto do eventual fim do teto de gastos – que, pelos cálculos do Goldman Sachs, pode elevar a relação dívida PIB a um patamar de insalubres 90% até o fim do mandato.    

All in all, a bolsa acabou tombando de novo. E o exterior não apareceu para ajudar, o S&P 500 terminou o dia no zero a zero: -0,03%, num dia em que o pregão terminou mais cedo, às 15h, por conta da emenda do feriado de Ação de Graças.     

No mundo fantástico dos juros futuros, mais altas, claros. O DI para janeiro de 2024 (que funciona como uma espécie de previsão para a Selic no médio prazo) subiu a 14,48%, ante 14,3% ontem. Vale lembrar que, há dois anos, o DI para 2024 estava em 6%. 

Com isso, segue a festa de bizarrices no IPCA+, com o 2035 pagando 6,20% de juro real e o 2026, 6,35%. Trata-se de uma inversão, já que o normal é o título com vencimento mais longo pagar uma taxa maior. Sintoma de que o mercado espera muita bagunça para o curto/médio prazo, mas mantém viva a esperança de que algum dia arrumem a casa. 

Bom fds e boa Copa 😉

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Única alta

CSN (CSNA3): 11,02%

Maiores baixasQualicorp (QUAL3): -8,39%

CVC (CVCB3): -6,85%

Via (VIIA3): -6,28% 

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Renner (LREN3): -6,26%

Natura (NTCO3): -5,99%

 

Ibovespa: -2,55%, aos 108.976 pontos.  Na semana, 0,10%.

 

Em NY:

S&P 500: -0,03%, aos 4.026 pontos.

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Nasdaq:  -0,52%, aos 11.226 pontos.

Dow Jones: 0,45%, aos 34.347 pontos.

 

Dólar: 1,89%, a R$ 5,41. Na semana, 0,66%.

 

Petróleo

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Brent: -2,69%, a US$ 83,63. Na semana, -4,6%.

WTI: -2,13, a US$ 76,28. Na semana, -4,8%.

 

Minério de ferro: 3,27%, a US$ 105,77 a tonelada na bolsa de Dalian.

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