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Acionistas aprovam compra do Twitter por Elon Musk (que já tinha desistido da ideia)

Rede social está processando o bilionário para obrigá-lo a concluir a compra. A novela será decidida em julgamento marcado para outubro.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 13 set 2022, 17h45 - Publicado em 13 set 2022, 17h45

A novela envolvendo Elon Musk e Twitter ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (13): os acionistas da empresa aprovaram a aquisição da rede social por parte do bilionário. Só tem um problema, é claro: Musk não quer mais comprar o Twitter. A companhia, porém, processa o dono da Tesla para obrigá-lo a concluir o negócio. A conclusão dessa história deve vir num julgamento que está marcado só para mês que vem.

A decisão dos acionistas aconteceu numa assembleia rápida, em que a maioria dos votos aconteceram pela internet. Já era amplamente esperado que os acionistas aprovassem a oferta de Musk, que totalizou cerca de US$ 44 bilhões – ou US$ 54,20 por ação do Twitter. Em termos de comparação, os papéis da empresa foram negociados por volta dos US$ 41 hoje (e o preço foi pouco afetado pelo noticiário).

Em abril, o conselho de administração da empresa já havia aprovado a compra. Pouco mais de um mês depois, porém, o empresário começou a dar sinais que poderia abandonar a empreitada. Musk utilizou uma desculpa principal: a de que o Twitter havia omitido dados sobre o real número de contas falsas e bots na rede social. Segundo estimativas da própria rede social, apenas 5% dos seus usuários se enquadrariam nesse grupo. Em julho, disse que queria cancelar o acordo definitivamente.

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Apesar da aprovação dos acionistas hoje, que é necessária para a venda acontecer, ainda é um mistério se de fato o Twitter será vendido. A empresa processou Musk e quer obrigá-lo a concluir a transação, e o julgamento deverá começar no dia 17 de outubro, no estado de Delaware.

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No mesmo dia da decisão dos acionistas, o ex-funcionário do Twitter Peiter Zatko testemunhou no Senado americano, trazendo informações que podem dar força ao lado de Musk nessa história. Zatko é ex-chefe do setor de segurança da rede social e, no fim de agosto, veio a público revelar o que, segundo ele, seria uma série de irregularidades e problemas da empresa, especialmente no quesito segurança de dados.

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Entre as falhas apontadas pelo denunciante, estão o uso de softwares desatualizados, a falta de cuidado com os dados de seus usuários e a omissão de informações, tanto para o público como para órgãos reguladores. Mais importante, porém, é que o ex-funcionário também afirma que a estimativa do número de bots e contas de spam do Twitter não reflete a realidade – o argumento central de Musk.

O Twitter, por sua vez, nega as acusações e diz que Zatko foi demitido por baixa performance.

As denúncias de Zatko são consideradas uma carta da manga para o lado de Musk, que, segundo especialistas em direito, tem argumentos mais fracos do que o lado do passarinho. Na semana passada, o bilionário conseguiu permissão de uma juíza para incluir as informações do ex-funcionário no processo.

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Seu depoimento de hoje no Senado, porém, pareceu afetar pouco o humor dos acionistas do Twitter. No começo da fala, as ações da empresa até caíram, mas se recuperaram logo depois.

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