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Abertura de mercado: petróleo sossega o facho e mercados apontam para nova alta

Barril acorda estável. S&P 500 gosta, e parte para zerar as perdas no trimestre. Ibovespa caiu 11% no período.

Por Alexandre Versignassi, Bruno Carbinatto
Atualizado em 18 out 2024, 09h25 - Publicado em 30 set 2021, 08h11
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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O petróleo amanheceu mansinho, em queda de 0,08%. Como alta dos combustíveis fósseis é a grande força que tem movido os mercados para baixo nos últimos tempos, os índices ficaram livres para voar – ou ao menos para tentar sair da lama. 

O S&P 500 tende a conseguir. Está 0,75% positivo no trimestre depois do fechamento de ontem. E os índices futuros prevêem outra alta agora para o último dia de setembro. Às 7h45, marcavam 0,37%.

Pouco, mas relevante para uma bolsa cujas ações estão num patamar historicamente alto. Mede-se o preço real das ações via índice preço sobre lucro (P/L). Você divide o valor de mercado de todas as empresas de um índice pelo lucro que elas deram nos últimos 12 meses. Quanto maior o número resultante, mais fora da realidade estão os preços.

O P/L do S&P 500 está em 34, quando o normal, em termos históricos, é pouco mais de 10. Ou seja: espera-se que os lucros das empresas aumente muito – se o “L” cresce, afinal, o resultado de P dividido por L diminui. Isso vai acontecer? Com os preços do petróleo (e do gás natural, e do carvão) nas alturas, difícil. Se a eletricidade encarece na China por conta da alta no carvão, fica mais caro fabricar o nosso amigo iPhone, e a Apple lucra menos. Vale o mesmo para qualquer outra empresa que dependa direta ou indiretamente da saúde da China (tipo todas).

No Brasil,Brasil, a situação é um pouco diferente. O P/L do Ibovespa é de 7. Isso. Sete. Cinco vezes menor que o do S&P 500. Note que o P/L não tem a ver com o tamanho de um mercado. Houvesse uma bolsa em Santa Rita do Passa Quatro e as duas empresas listadas ali fossem promissoras, ela teria um P/L maior que o do S&P 500. 

Isso significa que a bolsa brasileira está barata. 7 é o menor P/L desde o aftermath da Crise de 2008, quando o mercado global pensava a sério que mundo deixaria de existir. E a sete do trimestre aponta BEM para baixo: queda de 11%. 

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Os gringos já perceberam, e passaram a comprar certas acões brasileiras em bloco. Caso das de frigoríficos. JBS, Marfrig, BRF e Minerva têm se destacado como pontinhos azuis em um oceano vermelho nos dias de queda do Ibov. São fundos estrangeiros entendendo que essas ações (de P/L baixinho) estão a preço de Black Friday. 

E talvez eles tenham decidido estocar comida para um eventual apocalipse. Com a China a perigo, afinal, nunca se sabe…

Boa quinta!  

humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros S&P 500: 0,39%

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Futuros Nasdaq: 0,42%

Futuros Dow: 0,40%

*às 7h50

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,16%

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Bolsa de Londres (FTSE 100):  +0,15%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,40%

Bolsa de Paris (CAC): -0,10%

*às 7h35

Fechamento na Ásia

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Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,67%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,31%

Hong Kong (Hang Seng): -0,36%

Commodities

Brent: -0,08%, a US$ 78,57*

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Minério de ferro: alta de 4,47%, a US$ 119,23 a tonelada no porto de Qingdao (China)

*às 7h30 

Agenda

9h IBGE divulga a taxa de desemprego do trimestre até julho; projeção é de de 13,9% 

09h30 Ministério de Trabalho dos EUA divulga o número de pedidos de seguro-desemprego da semana passada.

market facts

Risco político

A Petrobras está na boca do povo ultimamente, com o aumento dos combustíveis – e essa semana tem sido especialmente aquecida para a estatal. Alinhado a Bolsonaro, o presidente da Câmara Arthur Lira vem criticando governadores pelo ICMS, o imposto estadual sobre consumo, e chegou a defender fixar um valor para o tributo. Henrique Meirelles criticou a proposta de Lira e argumentou que o problema principal é a alta margem de lucro da Petro. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que a Petro tem que ter “olhar social” para solucionar o problema.  Enquanto isso, o conselho de administração da companhia aprovou a destinação de R$ 300 milhões para a criação de um programa social para ajudar famílias vulneráveis a pagar o gás de cozinha – uma ideia de Bolsonaro, diga-se.

O mistério do Banco Inter

As ações do Banco Inter (BIDI11 e BIDI4) figuraram entre as maiores perdas do Ibovespa por dois dias seguidos. Na terça-feira, elas fecharam em queda de 11,82% e 11,70%, respectivamente, num dia de sangria generalizada nos mercados. Na quarta, novas baixas de 3,70 e 2,84%, mesmo com o Ibovespa se recuperando. No mês, a queda das duas é de cerca de 28%. O Valor ouviu analistas, que se dividiram na explicação. Há um rumor nos corredores do mercado que dizem que a empresa fará um provisionamento extraordinário no balanço do seu terceiro trimestre – mas o próprio Banco Inter veio a público para negar. 

Vale a pena ler:

Aluguel nas alturas

Achou seu reajuste do aluguel caro? Que tal 70% de aumento? É o que está acontecendo agora em Nova York, que voltou a receber um grande fluxo de moradores que haviam fugido do grande centro urbano na pandemia. E o fenômeno não é exclusivo de NY: em todos os Estados Unidos, os valores do aluguel estão subindo em velocidades astronômicas. A Bloomberg explica o porquê aqui (em inglês)

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