3 perguntas para… Pablo Spyer, do Minuto Touro de Ouro
"Vai tourinho!" virou a marca do recém-contratado diretor de operações da EQI Investimentos. Ele falou à Você S/A sobre seu estilo de comunicação.
“Vai, tourinho!”, brinca Pablo Spyer à frente de um par de monitores Bloomberg em que acompanha o mercado financeiro. É o bordão do Minuto Touro de Ouro, um vídeo de 60 segundos que o economista publica de segunda a sexta em suas redes sociais. Funciona como uma pílula matinal bem-humorada sobre o que deve movimentar a bolsa no dia – o touro é, claro, uma referência ao símbolo de altas na bolsa (o de baixa é o urso). A paixão de Pablo pelo mercado é antiga. “As crianças pediam às mães para levá-las ao Playcenter, e eu pedia à minha para ir ao prédio da Bovespa”.
1. Como surgiu a ideia do touro de ouro?
O touro é o símbolo da alta do mercado. Além disso, eu estudei na FIU (Florida International University). Os formandos de lá são chamados de golden panthers (panteras de ouro). Aí, juntando o touro [da bolsa] com a pantera, acabei inventando o touro de ouro. Daí também veio a frase “Vai, tourinho!”. Ela narra a corrida para o touro chegar a uma máxima histórica. Quem tem ações, precisa torcer para o touro.
2. De onde vem seu estilo de comunicação?
Meu pai, Marcos Wilson, foi um grande diretor de jornalismo em televisão. Ele terminou a carreira como diretor da CBS News, nos EUA – por isso fui morar lá. Quando decidi fazer o Minuto Touro de Ouro, não queria produzir algo sisudo. Disse ao meu pai: “Quero lançar algo inspirado em modelos que fazem sucesso nos EUA, mas pretendo tropicalizar”. Passei cinco finais de semana vendo fita-cassete [de programas antigos] com ele. Fiz vários pilotos até chegar neste modelo atual. No “Fechamento Touro de Ouro”, um quadro do programa Pingos no Is, da rádio Jovem Pan, tenho testado um formato mais popular. Esses dias, em que o Banco Central subiu a taxa de juros, liguei um extintor para demonstrar que o BC está trabalhando para apagar a chama do fogo da inflação.
3. Já teve receio de que sua forma de comunicar passasse uma imagem de profissional pouco sério?
Sim, tive preocupações. Trabalhava em uma corretora e, lá, a mesa de operações foi contra. Disse que era uma loucura, que a gente ia perder todos os clientes. Aí, acabei fazendo só para mim, nas minhas redes sociais, sem relacionar à empresa. Já a EQI [escritório de agentes autônomos ligado ao BTG que acaba de contratar Spyer como diretor de operações] vê com bons olhos, e quis associar com força a marca ao “Minuto”. Está sendo um sucesso, tendo uma força que eu nem imaginava que ia ter. Então, o modelo se prova bem-sucedido. Os meus medos todos passaram.