Quarteto de cordas leva música e esperança para comunidades do Rio
Grupo de jovens estudantes leva música para ruas cariocas e aulas para crianças da comunidade da Providência, no Rio de Janeiro
A Orquestra de Rua fez sua primeira apresentação nas calçadas da Gávea, bairro nobre da capital fluminense, por uma razão inusitada: levantar dinheiro para uma pizzada.
O grupo tinha acabado de se apresentar na Fundação Planetário e, depois de horas tocando, os nove membros estavam famintos. A ideia inicial era alimentar o pessoal, mas a arrecadação foi tão bem-sucedida que superou a expectativa.
Dois anos se passaram desde o episódio e o conjunto virou um quarteto formado por Juliane Souza, de 21 anos, Gláucia Maciel, de 20, ambas no violino, Jéssica D’Ornelas, de 21, na viola, e Lucas Freitas, de 21, no violoncelo.
Os quatro estudam em faculdades federais. “Temos de nos organizar para conciliar os ensaios, as matérias da faculdade e as performances”, afirma Juliane.
O sustento se dá com exibições públicas, como as de 2017, e apresentações em escolas, hospitais, eventos e no metrô, já que obtiveram autorização da prefeitura. “A rua nos rendeu inúmeras oportunidades, muita gente nos viu tocando e se interessou pelo projeto.”
Iniciados por programas sociais nas comunidades em que vivem, os músicos sabem a importância da representatividade para as crianças, por isso hoje oferecem aulas gratuitas a jovens de 7 a 16 anos na Casa Amarela, no Morro da Providência.
“Nosso objetivo é expandir o trabalho para outros morros, para que mais crianças também tenham oportunidade”, afirma a violinista.
*Estagiária sob supervisão de Elisa Tozzi