Continua após publicidade

Para inovar é preciso aprender a fracassar

Nós, latinos, somos implacáveis com o fracasso. Esse traço cultural se torna um problema num momento em que precisamos fazer a inovação florescer

Por Luiz Carlos Cabrera
Atualizado em 15 out 2024, 10h09 - Publicado em 18 dez 2014, 18h25
Inovação (Getty Images/)
Continua após publicidade

Em outubro, participei do Congresso Mundial de Recursos Humanos, em Santiago, no Chile, onde fui moderador de um painel apresentado por Alessandro Carlucci, ex-presidente da Natura.

O jornalista Andrés Oppenheimer, argentino radicado nos Estados Unidos, conduziu a palestra de abertura do evento, na qual falou sobre Criar ou Morrer, seu recém-lançado livro em língua espanhola (Editora Debate).

Andrés investigou a vida de inovadores de sucesso, como Gastón Acurio, chef peruano que revolucionou a culinária de seu país, e o mexicano Jordi Muñoz, que imigrou para os Estados Unidos aos 19 anos, sem visto de trabalho, apenas com os contatos da comunidade de makers de que dispunha, e hoje, aos 23 anos, é presidente da fabricante de drones 3D Robotics e mora na Califórnia. 

O que mais me impressionou foi a avaliação de Andrés sobre a razão de termos poucos inovadores na América Latina. Para o jornalista argentino, nos falta um Messi nas ciências ou um Neymar na tecnologia.

Por que temos muito menos engenheiros do que advogados e administradores? Andrés dá sua receita para mudar esse quadro: 1) criar uma cultura de inovação; 2) desenvolver uma educação voltada para isso; 3) revogar as leis que inibem a inovação (exemplo: a burocracia para criar empresas); 4) estimular os investimentos em inovação; e 5) participar da globalização da inovação.

Continua após a publicidade

Mais do que esses cinco pontos, o que mais me impressionou foi a avaliação que Andrés faz de nossa baixa tolerância ao fracassso. Nós, latinos, somos cruéis com o fracasso! Esse traço se torna um problema que tolhe as iniciativas mais arriscadas. Nos ambientes onde a inovação floresce, o fracasso faz parte da rotina.

Um exemplo é do americano Brian Acton, fundador do WhatsApp, que procurou emprego e não foi aceito no Twitter e no Facebook antes de desenvolver o aplicativo que foi vendido por 19,5 bilhões de dólares. Alguém de mente muito fechada na área de recrutamento do Facebook deve estar se remoendo até hoje.

Peter Drucker, em sua visão de futuro, tinha razão. O que fará a diferença no mundo moderno definitivamente será o trabalhador do conhecimento. Não teremos esse recurso se continuarmos a educar, a gerenciar e a desenvolver esses talentos como os tradicionais trabalhadores organizacionais. Também concordo com o Andrés: ou inovamos ou morremos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.