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Pare de ser egoísta

Deixar o egoísmo de lado e pensar mais sobre o que é importante para o todo é o que vai ajudar a combater a crise de ética que estamos enfrentando

Por Luiz Carlos Cabrera
Atualizado em 24 dez 2019, 09h19 - Publicado em 12 jul 2017, 10h00

Nos dias de hoje, está muito difícil manter a serenidade e, principalmente, exercer o papel de educador ao tentar explicar aos jovens o que acontece com o clima sociopolítico do país. Na minha ânsia de não deixar as novas gerações desaparecerem, tenho me apropriado de uma frase do amigo Mario Sergio Cortella: “O que estamos vivendo não é o ápice da sujeira, é o início da limpeza”.

É verdade. E o que desapareceu não foi apenas a ética e a honestidade, mas o senso de bem comum. Essa característica deveria ser imperiosa nos homens públicos em qualquer cidadão do nosso país. Pensar nisso é uma qualidade que se precisa ter na família, no trabalho, no lazer, na manutenção da rede de relações — ou seja, na vida.

Pensar e agir levando em conta o bem comum é abandonar o egoísmo e fazer um exercício de respeito ao próximo, de entender e dar prioridade ao que é coletivo. Isso não está acontecendo ultimamente. O que mais vemos é o foco predominante no individual, na satisfação de necessidades particulares. Tudo em nome da sobrevivência pessoal que leva à adoção de práticas inaceitáveis em qualquer sociedade que se diga é

“Agir levando em conta o bem comum é abandonar o egoísmo e fazer um exercício de respeito ao próximo”

tica e democrática. Corruptores e corruptos querem resolver seus problemas e, para isso, mentem deslavadamente e se escondem na falsa defesa da socie­dade, de sua empresa, ou de seus familiares.

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A falta do senso de bem comum é responsável pela crise de desrespeito à natureza, pelo desequilíbrio climático e pelo crescimento da pobreza. Exagero? Pense em quanto se poderia ter feito pela saúde e pela educação com uma pequena parcela do que ouvimos que foi roubado, desviado, lavado!

O exercício do bem comum começa em casa pela educação social, pelo aprender a dividir, pelo aprender a respeitar (e amar) o próximo, por pensar primeiro no coletivo e depois no individual. É pelo exemplo de pai e mãe que o bem comum se instala no repertório dos jovens e cria condições para que os outros, com os quais eles convivem, aprendam o que significa servir, o que significa respeitar, o que significa compartilhar.

Vai demorar para que isso se restabeleça em nossa sociedade e as coisas só vão acontecer se cada um de nós der o primeiro passo e pensar sobre o assunto constantemente — assim, isso atingirá cada vez mais pessoas. Vamos começar agora?

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