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A importância da confiança para as empresas

Em palestra na 6ª edição do Fórum VAGAS, o professor Eugênio Mussak explicou por que criar uma cultura ética é papel das lideranças e algo fundamental nas crises

Por Por Redação Você S/A
Atualizado em 17 dez 2019, 15h22 - Publicado em 27 abr 2016, 09h59

São Paulo – Construir uma relação de confiança com seu empregador pode ser uma tarefa difícil e demandar tempo, mas este é um dos valores que sustenta o progresso da empresa. É assim que pensa Eugênio Mussak, professor na Fundação Dom Cabral, fundador da Sapiens Soluções, colunista da Você S/A e palestrante da 6ª edição do Fórum Vagas que aconteceu nesta última terça-feira, 26, no AMCHAM em São Paulo.

Durante sua palestra, Eugênio explicou que as crises econômica e política pelas quais o Brasil está passando hoje podem ajudar no desenvolvimento das empresas fazendo com que os profissionais façam uma revisão dos valores. Afinal, o que é mais importante: ter um funcionário que apresenta bons resultados, mas deixa de lado os valores éticos e morais; ou dar uma segunda chance ao empregado que não consegue alcançar as metas, mas demonstra ter um grande respeito pelos valores? Eugênio diz que a segunda opção é a melhor postura perante crises. Ao manter, segundo ele, uma pessoa corrupta na empresa, o empregador perde sua legitimidade como líder– e o papel da liderança é fundamental para mudar essa cultura de inferiorização dos valores. É função de quem está no topo realizar ações na empresa e dar o bom exemplo de ética para seus funcionários. “A cultura não muda de uma hora para outra, leva tempo, mas é muito importante que haja a participação das lideranças”, disse Eugênio à Você S/A.

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Ousadia para abrir o próprio negócio

Ainda de acordo com o palestrante, toda empresa precisa de regras, mas não só delas. As regras, por si só, determinam o que podemos ou não podemos fazer. Os valores, por sua vez, conscientizam sobre o que devemos ou não fazer. Ter regras delimitadas, como no caso da Justiça, não é consequentemente pensar nos valores por trás das nossas ações. Podemos realizar tarefas e atingir nossa meta final sem sermos éticos, o que prejudica o desenvolvimento da confiança entre empregado e empregador e o crescimento da empresa. Destacar e exercer os valores no processo de trabalho faz com que as regras não sejam tão fundamentais e fiquem praticamente obsoletas com o tempo. 

A dificuldade de colocar os valores em prática, entretanto, encontra-se no fato deles serem intangíveis e na dificuldade de lidar com as vontades das pessoas. Em entrevista à Você S/A, o professor ressaltou que as chamadas gestões por controle são muito mais caras e menos eficientes do que as gestões por confiança. Enquanto na de controle o gestor precisa contratar alguém para trabalhar e outro para vigiar, na por confiança há uma relação mútua na qual o empregador demonstra confiar e o funcionário mostra resultados para tentar justificar que ele é digno daquele valor. “Gestão de pessoas não é controle. Você pode controlar objetos, produtos, finanças, mas não pessoas”, diz Eugênio.

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