4 lições para os líderes em um ano de crise
As estratégias para ser um bom chefe mesmo na crise
SÃO PAULO – A coach executiva Eva Hirsch Pontes, do Rio de Janeiro, listou os comportamentos fundamentais que precisam ser adotados pelos gestores em momentos de crise. As lições serão preciosas em 2016, ano repleto de incertezas na economia e nas empresas.
1. Conheça os limites da sua equipe
“Precisamos incluir uma dimensão humana no trabalho. Você precisa conhecer o limite do outro para pedir mais do outro. Pedir a mais é a mesma coisa que um treinador que pede para um atleta machucado entrar em um jogo. Entenda como cada um pode responder à sua demanda e como pode executar aquele trabalho. Mas só consegue isso um líder que conhece as pessoas. Para isso, é preciso escutar. Não precisa criar a 25ª hora do dia para ouvir a equipe, dá para incluir essa atividade no dia a dia. Nós desaprendemos a escutar, mas retomar essa prática não é difícil: fique por inteiro na conversa, sem olhar o celular ou o computador”.
2. Motive o time mostrando o que cada um tem de melhor
“Não existe resposta única para a motivação, mas quanto mais você fortalecer os pontos positivos de cada um, melhor. Se as pessoas entendem que estão usando o que têm de melhor no dia a dia de trabalho, ficam mais motivadas. Um dos grandes erros do passado era esperar que todo mundo desenvolvesse plenamente todas as competências e ficava uma loucura – como se alguém dissesse que o Neymar é um jogador incompleto porque não sabe atuar na defesa, só no ataque. Quando trabalhamos a partir das fortalezas, gastamos menos energia e nos sentimos mais engajados. Nos momentos de crise é importante também comemorar cada pequeno ganho. Isso faz com que a gente sinta que está ganhando jogo a jogo em um longo campeonato.”
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3. Dê atenção à equipe
“É preciso ter um comportamento de apoio. Não ser paternalista e passar a mão na cabeça, mas dialogar, fazer o outro sentir que está contribuindo. Fizemos uma pesquisa com 1 200 pessoas e perguntamos que aconteceria se os entrevistados recebessem mais atenção. A maioria respondeu: eu me sentiria mais motivado. E o que é receber mais atenção? Para mais de 40% dos pesquisados é ter um chefe que encontra tempo na agenda para ouvir o subordinado quando ele tem dificuldades de trabalho. O que motiva é estar num ambiente em que o apoio é proporcional ao desafio.”
4. Seja justo
“O sentimento de justiça é fundamental, pois a confiança está na base da liderança. E como um funcionário vai confiar em um chefe em cujo senso de justiça eu não acredito? Como vou comprar a visão do líder se não acredita nele? Então, é preciso ser justo com o time. Premiar quem merece ser premiado, dar feedback negativo para quem não está indo bem e ser transparente. Se a empresa está em um momento complicado, a melhor coisa é conversar sobre o assunto e usar a notícia ruim como estímulo para uma reviravolta.”