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15 táticas para despertar sua curiosidade

Essa habilidade – nata aos humanos – é essencial para resolver problemas e encontrar um olhar inovador. Mas você precisa lembrar como estimulá-la

Por Bárbara Nór
Atualizado em 23 dez 2019, 12h19 - Publicado em 6 abr 2018, 17h00
 (Ilustrações: Guilherme Henrique/VOCÊ S/A)
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Com a tecnologia cada vez mais avançada, o que vai nos diferenciar das máquinas são nossas competências mais humanas, como empatia, criatividade e inteligência emocional. Por trás delas há um elemento fundamental: a curiosidade. Ela vem sendo apontada como uma das habilidades para um olhar capaz de enfrentar os desafios cada vez mais complexos. “A curiosidade é a busca por criar conexões novas e é essencial nesse contexto de inteligência artificial nas empresas”, diz Anderson Sant’anna, gerente do núcleo de desenvolvimento de liderança da Fundação Dom Cabral, em Minas Gerais.

Essa capacidade é uma das formas mais importantes de nos relacionar com o mundo à nossa volta e essencial para resolver problemas. Isso porque ela tem a ver com a capacidade de investigar hipóteses e entender bem o contexto — o que nos ajuda a tomar decisões mais sofisticadas do que as máquinas. “A curiosidade é um processo de construção, por meio da qual compreendemos e elaboramos uma série de coisas presentes no ambiente”, diz Ingrid Paola Stoeckicht, professora de inovação e criatividade na FGV e presidente do Instituto Nacional de Empreendedorismo e Inovação, do Rio de Janeiro. O problema é que a forma como somos educados e como trabalhamos nas empresas coíbe essa característica. Afinal, nós aprendemos a obedecer mais e a questionar menos e, em muitos casos, a repassar a solução de problemas às autoridades. Nessa toada, não há espaço para descobertas e dúvidas. Mas é possível despertar a curiosidade novamente. O desafio é reaprender a fazer algo que, por si só, é natural. “Nessa transição, temos de abandonar comportamentos, desfazer separações entre disciplinas e começar a investigar problemas de forma global”, diz Anderson. Ao longo desta reportagem, você verá como se tornar curioso.

1. Conheça seus inimigos

Medo de errar, autocobrança excessiva e pressa prejudicam. Ser curioso exige se arriscar, admitir que não sabe e, consequentemente, se expor. Reconheça quais são suas principais dificuldades e tenha paciência consigo mesmo. Não se mudam comportamentos do dia para a noite, mas com a prática constante.

2. Invente novas maneiras de fazer algo antigo

“Mude a rotina para ativar outras áreas do cérebro: um caminho diferente para o trabalho, usar o mouse com a mão oposta, assistir a um filme numa língua diferente, ficar de ponta-cabeça”, diz Daniel Cukier, CTO na Playax, empresa de tecnologia, e integrante do grupo de pesquisas em empreendedorismo digital e Startups de Software do IME-USP, em São Paulo.

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3. Faça escolhas diferentes

Opte por livros, séries e filmes que não seriam os primeiros em sua lista. “Explorar conteúdos fora de sua área amplia seu horizonte”, diz Anderson. “Você tem uma compreensão mais ampla do que o cerca e pode questionar o funcionamento das coisas.”

4. Tenha um momento espontâneo

“Escolha um dia da semana ou período do dia e saia sem fazer planejamento algum”, diz Marta Simone, coach criativa, de Brasília. A ideia é ser guiado pela intuição. Isso nos ajuda a lidar com o desconforto de uma situação não programada e a dar vazão a uma exploração mais livre, sem um objetivo predefinido.

5. Encare o medo de fazer perguntas bobas

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Toda curiosidade parte de um desejo de saber mais. Mas muitas vezes nos impedimos sequer de formular uma questão. não deixe de fazer perguntas, mesmo que elas soem óbvias. Vale também anotar essas questões quando surgirem para depois consultá-las e investigá-las melhor.

6. Aprenda a ouvir

entenda as pessoas à sua volta — quais são suas motivações, dúvidas e necessidades. Tente se colocar no lugar delas e imaginar por que reagem de determinada maneira — o exercício nos força a ser curiosos e a pensar em soluções que levem em conta os outros. “A curiosidade que mais tem valor é aquela que consegue trazer melhorias para a vida das demais pessoas”, diz Gustavo Minarelli, diretor de inovação e desenvolvimento de negócios globais na Lens & Minarelli, consultoria em São Paulo.

7. Observe as crianças

Crianças são seres curiosos por excelência — os famosos porquês insistentes são prova disso. “Elas perguntam, questionam, estão focadas na solução do problema”, diz Eduardo Freire, sócio da Framework, consultoria de inovação, de São Paulo. “Observá-las é um grande aprendizado.” Não fuja, aliás, das questões que elas fazem. Em vez do “porque sim” ou “porque não”, experimente investigar com elas as dúvidas que elas têm.

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8. Ensine algo a alguém

Se você não imagina como pode ver suas tarefas rotineiras de forma diferente, tente ensiná-las a alguém. As dúvidas da pessoa que ainda não tem a experiência podem revelar surpresas sobre o que já era conhecido. Da mesma forma, coloque-se no lugar de um iniciante quando for resolver um problema. Ou seja, faça mais perguntas para entender o contexto e ter uma visão mais ampla.

9. Peça ajuda

Buscar soluções coletivamente pode ser muito vantajoso, principalmente no trabalho. “Colaborar com equipes multidisciplinares com diversos pontos de vista ajuda a cobrir um assunto de forma sistêmica”, diz Sérgio Nascimento, consultor na Framework, consultoria de inovação, de São Paulo. Discuta com
os colegas suas ideias e interesses — a troca de insights estimula a curiosidade.

10. Faça a lição de casa

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De nada adianta ter curiosidade em relação a algum assunto e não sair do lugar para investigar o tema. “Para inventar o que não existe, é preciso, em primeiro lugar, saber o que já existe, ou seja, estudar, e muito”, diz Daniel, da Playax. Mas faça isso com senso crítico para ver como seu objeto de estudo pode ser aperfeiçoado.

11. Encontre seu perfil

“A forma de ser criativo e de ser curioso é única em cada pessoa”, diz a coach Marta. Ela sugere se lembrar de momentos em que você considera que foi curioso e criativo e como você agiu nessas ocasiões. Isso ajuda a entender suas motivações e a reconhecer as próprias capacidades.

12. Entenda seus vieses

A forma como pensamos não é livre de preconceitos ou de erros de julgamento. Ao contrário, temos uma porção de vieses em relação às pessoas, a situações e até sobre nós mesmos que condicionam nosso olhar. reconheça suas tendências e como elas podem impedi-lo de questionar as coisas. “Algumas vezes as pessoas parecem que precisam de permissão para poder pensar diferente”, diz Ingrid, da FGV. “Mas é preciso perguntar, mesmo que ninguém responda.”

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13. Seja persistente

“Se você quer fazer algo diferente, não pode desistir, senão os outros desistem também”, diz Eduardo, da Framework. Não desanime quando os colegas não parecerem interessados em explorar de forma curiosa os problemas diários. Diga o que vai fazer e persista. “Mudar nosso mindset é sempre difícil e demorado.”

14. Exercite sua curiosidade

Há alguns exercícios para estimular essa habilidade. Um deles é colocar quatro objetos bem conhecidos à sua frente e imaginar pelo menos três tipos de uso para cada um deles. Já outro é pensar o mundo com conceitos diferentes. Por exemplo, como seria se não contássemos o tempo ou se todos cantassem em vez de falar? “As perguntas e respostas devem ser as mais variadas possíveis e causar certo estranhamento”, diz a coach Marta.

15. Assuma a culpa

“Um problema de nossa cultura é terceirizar o processo de resolver questões”, diz Ingrid, da FGV. Ou seja, quando temos um problema, nosso primeiro impulso é esperar que outra pessoa, como um chefe ou autoridade, saiba solucioná-lo. Não procure logo a pessoa mais competente ou especializada quando estiver em dúvida: tente você mesmo descobrir soluções e permita-se tentar (e errar).

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