Segue o fluxo: os novos ETFs disponíveis no país
XP lançou um ETF de fundos imobiliários, enquanto a BlackRock converteu alguns de seus fundos listados lá fora em BDRs.
A XP lançou neste mês o primeiro ETF de fundos imobiliários do país. Já a BlackRock estreou os BDRs de ETFs, recibos que dão direito a pacotes de ações de um determinado setor – pacotes negociados em bolsas fora do país acessíveis direto pela B3.
Por partes: ETF é a sigla para Exchange-Traded Funds, fundos que são negociados em bolsas de valores como se fossem uma única ação, e contêm diversas lá dentro.
A graça desse tipo de investimento é a simplicidade. Em vez de decidir onde colocar o dinheiro, ativo por ativo, como acontece em fundos tradicionais, o ETF copia um índice de referência, e pronto. Se o índice subir, você ganha; se cair, você perde. Como não há um gestor, o custo é bem mais baixo e você ainda elimina o fator erro humano na tomada de decisões.
No caso do ETF de fundos imobiliários da XP, o investidor terá exatamente o ganho do Ifix, que é o índice da B3 para esse investimento. Mas há uma desvantagem: o investidor de ETF perde a isenção do IR sobre o ganho com os dividendos (a receita com aluguel do fundo).
Quando se fala de ETF, a primeira lembrança é de fundos que replicam os principais índices de ações, como o Ibovespa ou o S&P 500. Mas existem ETFs que replicam outros tipos de índice, como setores específicos da economia, índices de sustentabilidade, renda fixa, commodities, moedas e assim por diante.
Os dois ETFs mais famosos da BlackRock no Brasil – e com mais investidores – são os que replicam o Ibov e o S&P 500.
No total, são 246 mil investidores de ETFs por aqui. É pouco. E isso depois de um salto de 125% de 2019 para cá. Não custa lembrar que a bolsa tem 3,1 milhões de CPFs.
A oferta desse tipo de fundo também é pequena: a B3 tem hoje 19 ETFs de ações, 6 de renda fixa, 1 imobiliário e os 37 novos BDRs de ETFs. Uma ervilha perto do universo de mais de 2.300 ETFs nos Estados Unidos. E, no total, americanos têm mais de US$ 4 trilhões em ETFs. A comparação é injusta até com a poupança, que tem R$ 1 trilhão (ou US$ 190 bilhões).
E não conte com os BDRs para ampliar o mercado por enquanto. É que os BDRs de ETFs só podem ser vendidos para investidores qualificados (aqueles que tiveram a felicidade de acumular mais de R$ 1 milhão em investimentos). O que a CVM liberou para reles mortais foi a compra de BDRs de ações – lá atrás, em outubro.
Se você for um dos milionários do mercado financeiro, vai poder comprar ETFs de ações de tecnologia dos Estados Unidos (em vez de ficar só com aquele BDR da Tesla na mão) ou até de ouro, prata e ações de empresas chinesas. E aí, animou?