Investidores, neblina, auxílio emergencial e a compra e venda de ações
Volume de negócios na bolsa foi fraco e mostra cautela do mercado com cenário político
Se você está dirigindo e de repente uma neblina te deixa completamente sem visão, o que você faz? Reduz a velocidade, eu espero. Ninguém quer se envolver em um acidente na estrada.
Algo parecido anda acontecendo na B3. O volume médio de negócios nesta sexta-feira foi de R$ 22,5 bilhões. Esse volume é 22% menor que a média do ano, de R$ 29 milhões.
Isso quer dizer que os investidores estão na defensiva e adotando a tática de, na dúvida, não fazer movimentos bruscos. Ou não fazer movimento nenhum. O volume financeiro de um pregão é quanto, em dinheiro, foi negociado na compra e venda de ações (e outros contratos também, como opções).
O problema é que para tomar uma decisão de comprar ou vender uma ação, o investidor tem que ter alguma clareza sobre a situação da companhia ou mesmo das condições da economia. E bem, sabemos, nenhuma dessas coisas anda fácil de prever.
Depois de dias com alguma paz no noticiário de Brasília, um rumor (sim) de que o governo poderia estender o pagamento do auxílio emergencial para além de dezembro (que, lembrando, já é uma prorrogação).
A fonte do boato foi da consultoria BAF, segundo o serviço Bom Dia Mercado. E não adiantou outras consultorias e analistas políticos tentarem colocar panos quentes na notícia. A bolsa brasileira ampliou a queda e fechou no menor patamar do dia: 98.309 pontos (-0,75%). Na semana, a alta foi de 1%.
O dólar avançou 0,34%, cotado a R$ 5,6435, próximo da máxima do dia. Juros futuros também voltaram a subir.
Relembrando: a maior preocupação do mercado financeiro no atual momento é com o descontrole de gastos públicos. Quando o governo adiou o debate sobre turbinar o Bolsa Família sob o nome de Renda Cidadã, o mercado deu o primeiro suspiro aliviado. Parecia que a neblina era um trecho curto da viagem.
Quando políticos organizaram o acordo de paz entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, as primeiras nesgas de sol indicaram que a neblina ia mesmo diminuir.
O mercado dava sinais de que poderia segurar o volante com menos força e começava a pisar no acelerador de novo. Na quarta o Ibovespa bem que flertou com os 100 mil pontos, perdidos há quase um mês.
Mas estrada serrana é assim: sinuosa e de neblina imprevisível. E imprevisibilidade leva à queda e a menos negócios. Melhor aproveitar o final de semana e descansar.
MAIORES ALTAS
MAIORES QUEDAS
Bolsas americanas
Dow Jones: 0,39%
S&P 500: 0,01%
Nasdaq: -0,36%
Petróleo
WTI: -0,20%, a US$ 40,88
Brent: -0,79%, a US$ 42,82