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EUA estão a um passo de ter o melhor novembro da história

O recorde do S&P 500 para o mês 11 pertence a 1928: 12%. Novembro de 2020 já está em 11,3%. Ibov segue a toada e sobe 4% na semana.

Por Alexandre Versignassi, Luciana Lima
Atualizado em 14 dez 2020, 22h59 - Publicado em 27 nov 2020, 20h39

As bolsas dos EUA fecharam mais cedo hoje – por conta do Day After Thanksgiving. O dia seguinte ao feriado de Ação de Graças não é um feriado nacional, mas boa parte dos americanos emenda (e as bolsas de NY operam meio-período).

Mesmo assim, elas subiram mais um pouquinho. E o fato agora é: esse pode ser o mês de novembro mais forte da história do S&P 500, o principal índice das bolsas americanas. Falta um dia útil para o mês acabar (a próxima segunda). Neste momento, S&P 500 registra uma alta de 11,3% para o mês. O recorde de crescimento aconteceu há 92 anos. Foi em 1928, quando o índice subiu 12%.

Os outros índices seguem no mesmo ritmo. Na última terça-feira (24), o Dow Jones atingiu pela primeira vez na sua história o patamar de 30 mil pontos. Depois voltou para os 29 mil. Mesmo assim, contando o mês todo, o tradicional índice de 30 empresas subiu 13%.

O Nasdaq, das empresas de tecnologia, está em 10% no mês – e terminou o dia renovando sua máxima histórica de fechamento, aos 12.205 pontos. 

O otimismo gratiluz dos EUA reverbera por aqui. O Ibovespa subiu 4,23% nesta semana, aos 110.575 – no intraday, chegou a 111,6 mil.  

Nisso, o Ibov está cada vez mais próximo do seu recorde histórico, registrado em 23 de janeiro, quando o índice fechou em 119,5 pontos. Em relação ao fundo do poço, os 63,5 mil pontos do dia 23 março, a alta é de 74% (feliz de quem comprou naquela época).

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Outro reflexo do otimismo generalizado é a queda do ouro. O ativo de quem aposta no apocalipse fechou a semana numa baixa de 4,83%. 

Só tem um detalhe. Embora as perspectivas para a chegada das vacinas sejam bem positivas, ainda existe um longo caminho para a recuperação da economia. Um exemplo disso é que na semana passada, os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos aumentaram pela segunda vez seguida, atingindo a marca de 778 mil novos pedidos (a projeção estava em 733 mil).

Por essas, não falta quem duvide se há mesmo pilares para sustentar tamanho crescimento nas bolsas. Sam Potter, editor da Bloomberg, escreveu um artigo pertinente hoje, questionando se os investidores já não estariam operando fora da realidade. Altas absurdas nas ações só se sustentam se lá na frente houver uma subida proporcionalmente gigante nos lucros das empresas. Se eles não vierem, abre-se um buraco. E não há como afirmar se, numa economia combalida como a deste momento, isso vá mesmo acontecer. 

Uma dica da história. Sabe aquele novembro de 1928, o dos 12%? Então: aquilo foi parte de uma bolha que estouraria 11 meses depois, no Crash de 1929. Sim, o mundo é outro, bem mais esperto que o de 90 anos atrás na hora de lidar com crises. Mas até outro dia pensávamos que uma pandemia global persistente também era algo de outro tempo. Não era.      

O CURIOSO CASO DA KLABIN

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Um dos destaques da sessão do Ibovespa foi a Klabin. É que, finalmente, ela passou a ser dona do nome Klabin. Explicando: até agora, a marca que nomeia a companhia era propriedade da Sogemar, da família Klabin, fundadora do negócio – mas que não tem mais o controle sobre ele.  

Desde 2019, a produtora de papel e celulose começou uma negociação para encerrar o pagamento de royalties pelo uso do seu nome, incorporando a Sogemar. Para dar uma ideia, só neste ano os royalties foram de R$ 67 milhões. Só que para a venda acontecer, a família fundadora pediu 92,9 milhões de ações ordinárias, que dão poder de voto (e valem quase R$ 500 milhões). 

O principal acionista da Klabin, o BNDESPar, achou o valor muito alto e se recusou a pagar. Sem chegar a um acordo, a negociação se arrastou por meses. A novela só teve um desfecho ontem quando, após uma assembleia geral com os acionistas da Klabin, ficou aprovada a incorporação da Sogemar em troca de de 69,4 milhões de ações ordinárias – R$ 349  milhões, na cotação de sexta-feira (nota: as ações mais negociadas da Klabin não são as ordinárias, mas as units, que têm um valor maior, mas menos poder de voto)   

O fim do imbróglio foi bem recebido pelo mercado, já que tira um peso financeiro dos ombros da empresa. Resultado: uma das maiores altas do Ibovespa (+4,59%).

Bom fim de semana!

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Maiores altas

Eztec: +5,99%

Klabin: +4,59%

Suzano: + 4,04%

Tim: +3,81%

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Bradespar: +3,14%

Maiores baixas

IRB Brasil: -3,96%

Via Varejo: – 3,80%

Cogna: – 3,34%

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Cosan: -2,48%

Cielo: -2,33%

Petróleo

WTI: – 0,39%, a US$ 45,53

Brent: +0,80%, a US$ 48,18

Dólar: – 0,18%, cotado a R$ 5,32

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