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O que é o exit de uma startup?

O termo é confuso para quem não é empreendedor, mas Tesla, Facebook e Stone são exemplos de empresas que já passaram por ele.

Por Luciana Lima e Alexandre Versignassi
Atualizado em 19 nov 2020, 16h53 - Publicado em 19 nov 2020, 08h00

A expressão se refere ao “ponto de saída” de uma startup, ou seja, quando ela é vendida. Quem controlava o negócio pode sair de fato, e fazer outra coisa da vida, ou seguir na empresa, como um dos sócios – ou mesmo como o sócio majoritário com plenos poderes. O termo é confuso para quem não é do meio, já que se refere à empresa (uma entidade que não sai nem entra em lugar algum), e não aos donos (os agentes que de fato entram ou saem).   

Seja como for, esse processo acontece quando as startups têm um negócio maduro nas mãos (ainda que não necessariamente lucrativo), e precisam de capital parrudo para alçar novos voos.  

Ou por isso ou porque os investidores iniciais querem realizar lucros de uma vez, passando a bola do negócio para outros agentes a fim de topar o risco. Normalmente, esse é o caso dos fundos de private equity (que gerenciam fortunas). O objetivo ali é que o fundo tenha liquidez, dinheiro em caixa. Então é comum que invistam em startups simplesmente para fazer o porquinho engordar e, em algum momento, vendê-lo pelo maior preço possível.

Se uma startup abre o capital na bolsa (faz um IPO, passando a contar com milhares de acionistas), isso também vale como um exit. Foi o caso da Stone, a startup de maquininhas de cartão que,em 2018, realizou o IPO na Nasdaq e captou US$ 1,22 bilhão com a venda de uma parte da empresa.

A história de exits bem sucedidos no Brasil é longa. Em 2009, por exemplo, o Buscapé foi vendido quase que totalmente para o Grupo Naspers por US$ 342 milhões. Na ocasião, o fundador Romero Rodrigues, ficou com uma fatia de apenas 9% da empresa. Mas nem sempre isso acontece. Também é comum startups fazerem o exit, e seguirem com o mesmo dono.

 A Tesla, de Elon Musk, e o Facebook, de Mark Zuckerberg, são dois exemplos entre as empresas mais valiosas do mundo. Ambas fizeram seus IPOs há um bom tempo (2010 e 2012, respectivamente) e já tinham feito seus exits bem antes, ao vender fatias gordas para fundos de investimento. 

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Porém, tanto Zuck quanto Musk continuam no comando das empresas. O primeiro porque detém o maior poder de voto sobre as decisões do Facebook (quase 60% das ações que dão direito a voto são dele – não tem conversa) e o segundo por ser o maior acionista da Tesla, com uma fatia de 21% do capital.

Já Steve Jobs teve um probleminha quando fez o exit de sua empresa. Depois de várias rodadas de vendas parciais para fundos de investimento, mais o IPO, em 1980. Jobs acabou só com 11% das ações. E acabaria demitido da Apple em 1985, após discordâncias com o pessoal que tinha uma fatia maior que a dele. Mas ele acabou voltando em 1997 – para nunca mais sair. 

*Esta é uma versão atualizada do texto “O que é o exit de uma startup“, da seção Guru – Perguntas & Respostas, página 74, edição 270. O texto publicado anteriormente afirmava de forma errônea que o exit de uma startup se referia exclusivamente à saída dos fundadores do negócio do controle da empresa.

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