IA na prática: O que todo autônomo precisa saber para produzir mais sem parecer impessoal

Se a IA é o novo Excel, então ela deve estar ao alcance de todos. Mas quem vai realmente se beneficiar são os que decidirem testá-la.

Por Daniel Ferretti, em colaboração especial com a Você S/A*
Atualizado em 2 jun 2025, 17h03 - Publicado em 2 jun 2025, 17h00
-
 (BlackJack3D/Getty Images)
Continua após publicidade

Temos vivido uma das transformações mais profundas e aceleradas da história do trabalho: a consolidação da inteligência artificial como ferramenta do dia a dia. Para os profissionais autônomos que constroem a sua rotina e formas de atuação, esse avanço representa uma oportunidade sem precedentes – mas também um convite à adaptação.

É natural que diante de tantas novidades, surjam dúvidas. Afinal, será que a IA veio para substituir? Ou será que ela pode ser uma aliada estratégica, principalmente para quem empreende sozinho? Como alguém que atua diariamente na interseção entre tecnologia e comportamento no setor financeiro, posso afirmar: a IA não substitui. Ela transforma.

Temos visto isso de perto nas experiências da Franq com os bancários autônomos. Diferente de quem atua em estruturas tradicionais, o profissional autônomo tem liberdade para decidir como organiza seu tempo, seus processos e suas ferramentas. Isso coloca esses profissionais em uma posição de vantagem: eles podem experimentar, adaptar e implementar soluções de forma ágil, sem depender de grandes hierarquias.

E isso faz toda a diferença. Enquanto em muitos bancos os investimentos em tecnologia estão voltados para o cliente final — seja em apps, autoatendimento ou inteligência para aumentar vendas —, a ponta operacional, o atendente, o profissional que interage com o cliente real, muitas vezes segue com ferramentas antigas, telas pouco intuitivas e processos manuais. Falo aqui de bancos e setores financeiros, mas o leitor certamente consegue notar semelhanças em diversos segmentos.

O autônomo pode escolher como trabalhar e o que usar. E é justamente aí que a IA entra como multiplicadora de capacidade. Mais do que modismo, ela deve ser vista como o novo “pacote Office” do profissional moderno. Assim como, há décadas, quem dominava Word e Excel se destacava, hoje quem aprende a usar IA no dia a dia abre um novo patamar de produtividade.

E não estamos falando de teoria. Abaixo, eu elenco quatro frentes práticas onde a IA pode ser útil já, com ferramentas acessíveis e sem necessidade de conhecimento técnico:

Continua após a publicidade

1.⁠ ⁠Criação de conteúdo e presença digital

Para quem precisa atrair novos clientes, estar presente nas redes sociais é indispensável. A IA pode ser uma excelente parceira na produção de conteúdos — desde sugestões de temas até a redação de legendas ou roteiros para vídeos. Também pode avaliar a clareza e o impacto das mensagens, propondo ajustes.

Assim como, há décadas, quem dominava Word e Excel se destacava, hoje quem aprende a usar IA no dia a dia abre um novo patamar de produtividade.

Além disso, é possível “conversar” com a IA sobre o posicionamento do negócio, testando diferentes abordagens de linguagem e público. Isso ajuda a construir uma marca pessoal sólida — algo essencial para quem vive da confiança dos clientes.

2.⁠ ⁠Automação de tarefas repetitivas

Todo autônomo sabe o tempo que se perde com tarefas operacionais: organização de documentos, envio de propostas, acompanhamento de status. Essas atividades, muitas vezes, ocupam mais espaço do que o próprio atendimento ao cliente.

Continua após a publicidade

Com o uso adequado da IA, esse tipo de tarefa pode ser agilizado ou até automatizado. Já existem soluções que analisam documentos, identificam inconsistências e sugerem correções em segundos. Em vez de esperar o retorno de um analista, o próprio sistema antecipa o que precisa ser ajustado.

3.⁠ ⁠Atendimento mais escalável (e humano)

Os chatbots deixaram de ser robôs travados. Com os avanços da IA conversacional, já é possível estruturar atendimentos automáticos com tom natural e personalizado. Isso permite que o autônomo consiga atender mais pessoas ao mesmo tempo, sem abrir mão da empatia.

Essas tecnologias não vêm para eliminar o contato humano, ao contrário, elas liberam tempo para que ele aconteça de forma mais qualificada, especialmente nos momentos em que o cliente realmente precisa de atenção.

4.⁠ ⁠Argumentação e negociação com mais preparo

Quem trabalha com crédito ou investimentos sabe: muitas vezes é preciso montar uma argumentação bem estruturada para defender uma proposta. A IA pode auxiliar na organização dessas ideias, na redação de defesas e até na simulação de possíveis objeções, ajudando o profissional a se preparar melhor. Esse tipo de apoio pode ser decisivo em operações mais complexas, quando a clareza da comunicação e a coerência dos dados fazem toda a diferença.

Continua após a publicidade

Estamos apenas no começo. Os próximos meses (sim, meses!) devem trazer modelos de IA cada vez mais especializados, prontos para atuar em nichos específicos, seja no mercado financeiro, jurídico, educacional ou de saúde. Além disso, surgirão os chamados “agentes autônomos de IA”: sistemas que tomam decisões dentro de um conjunto de regras, quase como mini assistentes digitais.

Isso reforça uma ideia central: a IA não vai eliminar o profissional autônomo, mas vai elevar o nível de exigência. Quem dominar essas ferramentas será mais ágil, mais eficaz e terá mais tempo para se dedicar ao que a IA não consegue fazer, como construir relações de confiança e interpretar contextos humanos.

Por fim, vale um lembrete: a IA não é mágica e nem substitui a responsabilidade do profissional. É preciso revisar o que ela entrega, dar contexto, corrigir erros. O famoso “delírio da IA” — quando ela inventa ou distorce informações — ainda existe, e só o bom senso humano pode filtrá-lo.

Trata-se, portanto, de aprender a usar essa tecnologia com inteligência, não para automatizar tudo, mas para fazer melhor aquilo que só você pode fazer.

Continua após a publicidade

Se a IA é o novo Excel, então ela deve estar ao alcance de todos. Mas quem vai realmente se beneficiar são os que decidirem experimentar, brincar, testar. Porque, no fim das contas, a grande revolução não é da máquina. É de quem aprende a usá-la.

Compartilhe essa matéria via:

*Daniel é diretor de produtos e co-fundador da fintech brasileira Franq, uma plataforma de bancários autônomos. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

ECONOMIZE ATÉ 65% OFF

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.