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Conheça a startup que atende a demanda de restaurantes e entregadores

Pedro Andrade, do AppJusto, busca equilibrar melhores condições de trabalho para entregadores de aplicativos com taxas mais baixas para estabelecimentos.

Por Tássia Kastner
11 mar 2022, 06h01

As condições de trabalho dos entregadores de aplicativos foi o ponto de partida de Pedro Andrade para criar o AppJusto. A ideia não é ter só mais um aplicativo de delivery, mas criar um negócio social. O foco: permitir que os trabalhadores sejam autônomos de verdade – que possam escolher entregas e determinar o preço delas.

Enquanto tirava o projeto do papel, Pedro Andrade descobriu que os restaurantes também estavam insatisfeitos, já que os apps do mercado chegam a cobrar 40% do valor do pedido em taxas. A conta quase não fecha.

Nesta entrevista, ele conta como sua empresa pretende ganhar mercado.

1. Como surgiu o AppJusto?
Quando começou a pandemia, ficou claro o problema dos entregadores de aplicativos: eles tinham que se arriscar muito [a saúde e no trânsito] e estavam ganhando menos. Eles são tratados com uma relação de autonomia, mas não podem determinar o valor do seu trabalho – são as plataformas que fazem isso. Vi que estava na hora de resolver o problema, criar uma plataforma em que os entregadores seriam autônomos de verdade. Do lado dos restaurantes, a gente viu que eles também estavam insatisfeitos: pagam quase 30% de taxa sobre o valor do pedido, e ainda têm que pagar promoção, cupom de desconto… Alguns restaurantes chegam a pagar 40%. No Justo, existem parâmetros para o preço da entrega, e isso foi decidido com os entregadores. É R$ 10 por corrida de até 5 quilômetros, mais R$ 2 por quilômetro adicional. O motorista tem liberdade para cobrar mais. E as opções de entrega, para o consumidor, aparecem no checkout por quantidade de gente à disposição, não pelo preço mais barato. Dos restaurantes, a gente cobra 5% mais 2,21% da taxa de maquininha de cartão. E é a mesma para todo mundo. A ordem dos restaurantes no aplicativo é por proximidade, e não há anúncio.

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2. O merca do de apps é difícil, e vários desistiram porque não era rentável, caso do Uber Eats.
Nós somos uma alternativa, não um competidor. Primeiro, temos uma leva inicial de gente [usando o app] que é o consumidor consciente. São pessoas que pedem [nos deliveries tradicionais] e dão uma baita gorjeta, ou que não pedem porque sentem que estão explorando o entregador. Segundo é que cobrando uma taxa muito baixa do restaurante, a gente conversa para saber o quão mais barato ele consegue vender no nosso aplicativo. Eles falam em 20%. Todo mundo fica bem [o entregador, o restaurante e o consumidor, que paga menos]. A taxa baixa é chamariz, pode ser que tenha que subir, mas, mesmo que aumente um pouco, a distância em relação aos concorrentes é muito grande. Eles podem baixar a taxa para competir, mas a solução que não pune o trabalhador é difícil eles implementarem.

3. E por que fazer um crowdfunding para levantar dinheiro?
No começo, a gente tinha a ideia de ser cooperativista, só que a governança é difícil. Aí decidimos ter como sócios os entregadores e restaurantes. Se ele está colocando dinheiro na plataforma, isso permite que eles façam parte. Usamos o menor valor permitido em equity crowdfunding, que é R$ 100. Nessa rodada de captação, o valor que precisamos do crowdfunding é de R$ 1,5 mihão a R$ 2,25 milhões.

 

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