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Conheça a Bepass, startup que implementou a biometria facial no estádio do Palmeiras

Em agosto, a startup captou R$ 3 milhões em uma primeira rodada de investimentos, e pretende ampliar seu serviço para estádios mundo afora. Seja como for, essas tecnologias sempre acendem questões sobre segurança digital. Ricardo Cadar, CEO da Bepass, responde algumas delas.

Por Sofia Kercher
10 nov 2023, 06h45
 (Foto: Divulgação/VOCÊ S/A)
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Sancionada em junho deste ano, a Lei Geral do Esporte determina que estádios com capacidade para mais de 20 mil pessoas devem obrigatoriamente utilizar biometria facial como meio de acesso até 2025.

No Allianz Parque, quem faz esse serviço é a Bepass, startup criada pelo engenheiro Ricardo Cadar em outubro de 2022. De acordo com o Palmeiras, mais de 500 mil torcedores já foram cadastrados no sistema, que passou a funcionar de maneira gradual desde janeiro.

Em agosto, a startup captou R$ 3 milhões em uma primeira rodada de investimentos, e pretende ampliar seu serviço para estádios mundo afora. Seja como for, essas tecnologias sempre acendem questões sobre segurança digital. Cadar responde algumas delas a seguir.

O que a Bepass vende?

Nosso produto é o controle de acesso por biometria facial. O que vendemos é a eliminação do cambismo nos jogos de futebol e nos eventos. Com essa tecnologia, não é possível transferir esse ingresso, já que ele fica atrelado ao rosto da pessoa. Também vendemos segurança, porque é possível saber exatamente quem está dentro do evento naquele instante. Por fim, vendemos um maior engajamento do clube com o torcedor, por meio de ações de marketing direcionadas. São essas três coisas: experiência, segurança e [um método] antifraude.

Sobre o uso de dados para marketing, isso não fere a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados)?

Quando a pessoa vai fazer o cadastramento facial na hora de adquirir o ingresso, ela precisa concordar com um termo de uso e política de privacidade. Ali, ela aceita uma série de coisas que estão de acordo com a LGPD. Além do controle de acesso ao estádio, a pessoa aceita ativações de marketing que podem ser feitas em relação ao evento. No caso de um jogo do Palmeiras, por exemplo, eu nunca vou poder usar os dados fora do clube. Também não vendemos esses dados para outras empresas.

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A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo anunciou ter prendido 28 criminosos graças à tecnologia. Como funciona esse compartilhamento de dados?

Existe um acordo feito entre a CBF e o Ministério da Justiça (por meio da SSP) que dita que todo mundo que compra
ingresso no estádio do Palmeiras precisa ter biometria facial, como uma medida de segurança. O que verificamos é o CPF que está atrelado à biometria. Caso o torcedor tenha alguma pendência na justiça ou mandado de prisão, o
sistema identifica, a catraca bloqueia, e a polícia é acionada. Então o que acontece é um cruzamento de dados entre o Allianz Parque e o Ministério da Justiça. Todos os clubes filiados à CBF poderão utilizar esse sistema.

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