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9 formas de contratação para cada nível e objetivo da sua empresa

Para que o crescimento da empresa não se transforme em excesso de trabalho e negligência aos clientes, é importante investir em recrutar pessoas

Por Natalia Gómez, da VOCÊ S/A
Atualizado em 18 dez 2019, 09h21 - Publicado em 1 Maio 2019, 08h00

Começar um novo negócio e vê-lo dar certo é o sonho de todo empreendedor. Só que, às vezes, o sucesso pode se tornar um grande problema.

Isso acontece quando o volume de trabalho aumenta e o empresário não consegue dar conta das demandas porque não tem como dividi-las com alguém.

No médio prazo, a falta de braços é uma equação perigosa que pode resultar em erros, queda de qualidade e negligência — o que, no limite, leva à perda de clientela.

É claro que, antes de chegar a esse ponto, surgem alguns sinais que mostram que você está precisando de reforços.

A bandeira de alerta se ergue no momento em que o empreendedor não consegue mais procurar novas oportunidades porque está absorvido em atender às demandas já existentes ou, então, perde muito tempo executando tarefas que não são ligadas às atividades principais do negócio.

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“Chega um momento em que se percebe que o valor da hora de trabalho é muito alto para ele perder tempo indo ao banco, por exemplo”, diz João Villa, da Blue Numbers, consultoria especializada em pequenas empresas.

Mas recrutar pessoas não é um processo tão simples assim. Por isso, nesta última reportagem do Guia do Empreendedor, ajudamos você a superar esse desafio.

Escolha certeira

O primeiro passo para criar um time é definir qual modalidade de contratação é mais compatível com o momento da empresa. Quando não é necessário ter alguém em tempo integral, a melhor alternativa é pagar uma empresa de prestação de serviços ou um profissional autônomo para fazer trabalhos pontuais em determinados períodos do ano.

Por causa de sua flexibilidade e dedicação não integral, esse modelo tem custo mais baixo do que o regido pela CLT.   

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No entanto, é preciso assegurar de que não existe uma relação de subordinação. O empreendedor pode definir as tarefas a serem executadas, o prazo e o valor do pagamento, mas não pode interferir na rotina do profissional ou em sua forma de trabalhar.

“É preciso sempre lembrar que não se é chefe do prestador de serviços”, diz Antônio Bratefixe Júnior, advogado especializado em direito do trabalho do escritório Có Crivelli Advogados.

Um erro comum é estabelecer uma relação de subordinação e exclusividade, o que caracteriza vínculo empregatício e pode levar a empresa a perder uma ação trabalhista. “A Justiça vai olhar como é a natureza da relação no dia a dia, independentemente do que foi colocado em contrato”, explica Antônio.

A empresária Taty Stahl, de 36 anos, aprendeu a duras penas a importância de ter um contrato de trabalho com seus prestadores de serviço. Dona da Lab 220, empresa de máquinas de vendas automáticas (as vending machines), ela sofreu três decepções com freelancers que não entregaram o que foi combinado.

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“Depois de não receber o serviço e precisar correr atrás para cumprir a tarefa, eu comecei a usar contratos detalhando prazo, valores e produto final”, diz.

Além disso, para garantir que os fornecedores estejam realmente trabalhando nos projetos, ela determinou entregas parciais — com pagamentos atrelados e valores mais altos para prestadores que cumprem bem as datas e os objetivos. “Sai mais barato do que arriscar”, afirma.

Leandro Miranda, da Ibijus: dificuldade levou o empresário a desenvolver um método online para selecionar profissionais | Foto: Marcus Desimoni

Em tempo integral

Quando a quantidade e a complexidade do serviço demandam dedicação constante, um funcionário CLT sai mais barato do que o prestador de serviço — mesmo que seu custo total para a empresa seja o dobro do salário pago.

“Essa é uma conta que o empreendedor tem de fazer, pensando no futuro e no volume de trabalho”, diz David Kallás, coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper.

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Outras vantagens do celetista é conhecer de perto a realidade da companhia e ser mais engajado no trabalho, pois aquela é sua única fonte de renda.

“A principal característica do funcionário CLT é que ele vai ter o DNA do negócio e ajudará a empresa a crescer”, explica Domingos Fortunato, sócio do escritório Mattos Filho.

Mas, antes de assinar a carteira, é preciso entender quais serão os papéis e as responsabilidades desse profissional. Sem isso na cabeça, não dá para abrir uma vaga. “As pessoas querem ter a pessoa certa no lugar certo, mas não têm clareza de que lugar é esse”, afirma João, da Blue Numbers.

O salário é um ponto crucial. Definir a remuneração correta demanda pesquisa de mercado para mapear quanto o funcionário que você quer atrair recebe em outras empresas — não se guie pelo cargo, mas pela função.

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Além disso, reflita sobre as competências técnicas e comportamentais ideais para o futuro empregado. E não deixe de examinar a cultura corporativa, ou seja, os valores e o “jeito de ser” de sua empresa.

“Contrata-se por competência e demite-se por incompatibilidade de cultura”, diz Igor Piquet, diretor de apoio a empreendedores na Endeavor.

Caça-talentos

Com tudo isso em mãos, é hora de anunciar as vagas. Além de utilizar as redes sociais e sites especializados, peça recomendações aos seus contatos. Isso porque filtrar as dezenas (ou até mesmo centenas) de currículos recebidos pode ser uma tarefa hercúlea.

O desafio de fazer a triagem era tão grande que levou o empresário Leandro Miranda, de 42 anos, dono da Ibijus, escola virtual de direito com mais de 160 000 usuários, a criar um processo seletivo online próprio.

Primeiro, Leandro divulga as vagas nas redes sociais e depois realiza uma palestra online ao vivo para os interessados. Nessa mesma ocasião, aplica dois testes: um questionário de múltipla escolha com perguntas sobre o perfil pessoal e a experiência profissional e um ­teste de competências relativo à atividade que será exercida pelo candidato.

A última etapa é uma en­­trevista por Skype. Como a equipe de Leandro pode trabalhar remotamente, essa é uma oportunidade para ele encontrar bons profissionais de todo o país.

“Antes a gente divulgava a vaga e vinha cada currículo de um jeito, agora as informações chegam organizadas e é mais fácil filtrar”, diz Leandro, que tem uma equipe de nove pessoas, todas CLT e em home office.

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