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Entenda a crise que assombra a China

Desaceleração do crescimento, turbulência imobiliária e menos estímulos do governo criaram uma tempestade perfeita na segunda maior economia do mundo.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 6 set 2023, 08h03 - Publicado em 6 set 2023, 06h18

O que está acontecendo na China? Nas últimas semanas, o país tem assustado os mercados globais.

Isso porque o gigante asiático, principal motor do crescimento global com seu apetite insaciável para commodities, vem desapontando com dados econômicos ruins – e há quem diga que esse é o começo do fim da era do boom chinês.

Não só a turbulência estava fora do radar como se esperava o contrário. Desde do final de 2022, quando o país abandonou sua draconiana política de Covid-zero, economistas previram uma rápida recuperação da atividade. Mas a retomada chinesa tem se mostrado sucessivamente menos animadora do que o esperado, com toda uma série de dados – incluindo consumo, produção industrial, mercado de trabalho, exportações e importações – vindo abaixo do esperado por analistas.

Bancos correram para atualizar suas projeções, e agora algo raro pode acontecer: a China talvez não bata a meta de crescimento estabelecida por Pequim para 2023, de 5%. Nomes como Morgan Stanley, JP Morgan, UBS e Citi já preveem um crescimento menor que este para o ano. Com o detalhe que, quando foi fixado, o alvo foi considerado bastante conservador para os padrões chineses.

Não cumprir a meta é raro. Aconteceu em 2022, quando a economia cresceu só 3%, bem abaixo dos 5,5% estabelecidos – por causa dos lockdowns. Antes disso, só em 1998, quando o crescimento (de 7,8%) ficou 0,2 p.p. aquém do esperado pelo Partido Comunista.

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Pesa também que o gigantesco setor imobiliário passa por uma nova crise. Construtoras, com destaque para a Country Garden, que tem forte atuação em cidades médias e pequenas, estão altamente endividadas e a demanda por suas construções caiu. Ameaçam dar calote, o que pode gerar um efeito dominó crítico. O segmento foi fortemente estimulado pelo governo nas últimas décadas, gerando uma espécie de bolha, que agora ameaça estourar. Há dois anos, a construtora Evergrande já tinha acendido esse mesmo medo.

Há quem diga que o buraco é mais embaixo. O Wall Street Journal decretou que é o “fim do boom de 40 anos da China”, citando projeções do FMI que colocam o crescimento médio do país para os próximos anos abaixo de 4%. Uma desaceleração que lembra a do vizinho Japão, hoje estagnado há décadas de um forte boom no século 20.

Enquanto isso, uma mudança significativa no governo chinês: menos estímulos. Xi Jinping e sua turma até vêm prometendo ajudar a economia capenga, mas as medidas, até agora, têm sido amenas (como pequenas baixas nos juros). Não bastou para animar o mercado. Economistas entendem que há uma mudança na perspectiva de Pequim, que quer evitar estímulos artificiais, pouco sustentáveis – justamente como aquele feito ao segmento imobiliário.

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