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Reforma alça o Ibovespa em 2,82%. Na Nasdaq, Zoom sobe 40% em um dia

Por aqui, a proposta de reforma administrativa é recebida com confete. Lá fora, o Bombril das videochamadas vê seu lucro crescer 3.300%.  

Por Juliana Américo, Alexandre Versignassi
Atualizado em 17 out 2024, 10h55 - Publicado em 1 set 2020, 18h17
 (Kena Betancur/Getty Images)
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“Estamos decolando”. Essas foram as palavras de Paulo Guedes após o anúncio de prorrogação do auxílio emergencial – R$ 300 por mês até dezembro. Mas haja força nas turbinas, por que agora estamos num patamar abissal – milhares de metros abaixo do nível do mar.  

IBGE divulgou hoje o PIB do 2º trimestre e o resultado é tenebroso. O indicador recuou 9,7% ante os primeiros três meses do ano – que já tinha apresentado um queda de -1,5%. Em relação ao mesmo período do ano passado, o PIB caiu 11,4%. É o maior tombo da história. A indústria foi o setor que apresentou pior desempenho, com redução de 12,3%. 

Claro que o Brasil também não está sozinho quando o assunto é redução do desempenho da atividade econômica. De acordo com dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), as quedas variam de 3% a 20% entre os países que já divulgaram os seus números. Na lanterna está o Reino Unido com uma diminuição de 20,4%. Nós estamos empatados com a Alemanha e menos piores que países como  Canadá (-12%), Itália (-12,4%), Chile (-13,2%), França (13,8%), Portugal (-14,1%), México (-17,3%) e Espanha (-18,5%). 

Guedes defende que a queda já é um “som distante”. De fato, outros indicadores mostram uma certa recuperação. O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês), divulgado também nesta terça-feira pelo IHS Markit, registra melhora pelo terceiro mês consecutivo no Brasil, com 64,7 pontos. Esse índice mede justamente a atividade da indústria, carro-chefe da recessão.

O fato é que a queda no PIB, pelo jeito, já estava bem precificada pelos investidores mercado. O que movimentou o mercado hoje foi a confirmação de que Bolsonaro enviará a proposta da reforma administrativa ao Congresso até o final da semana. O projeto prevê o fim da estabilidade de servidores e a possibilidade de redução de salários – o que abre uma perspectiva de redução nos gastos públicos, e confirma as expectativas de quem torce pela manutenção da “agenda liberal” de Guedes. 

Como o uniforme dessa torcida é colete azul escuro de nylon, não deu outra: alta de 2,82% no Ibovespa, a 102.167,65 pontos. O ânimo dos investidores com a reforma administrativa (e, por extensão, com o futuro da economia) refletiu no dólar, que operou em baixa ao longo do dia e fechou em R$ 5,38 (-1,78%).

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A Petrobras também não passou em branco: os papéis da estatal subiram 4,66%, seguindo a alta da bolsa e o cenário internacional, no qual o petróleo tipo Brent fechou em 0,66% (US$ 45,58 o barril) e o tipo WTI subiu 0,35% (US$ 42,76 o barril). 

Por outro lado, a queda do dólar pressionou as ações dos frigoríficos, e fez as empresas liderarem as maiores baixas do dia: Marfrig (-3,37%), Minerva (-1,38%), JBS (-0,62%) e BRF (1,48%).

Lá fora também foi dia de divulgação de indicadores. A atividade industrial dos EUA, medida pelo Instituto de Gerência e Oferta (ISM, na sigla em inglês) subiu para 56 pontos em agosto, acima da projeção de 55 pontos. Já o PMI americano ficou em 53,1 pontos, acima dos 50,9 pontos de julho. 

E a reação do mercado foi positiva. Tanto que o Nasdaq Composite e o S&P 500 renovaram seus recorde históricos. O Nasdaq subiu 1,39%, aos 11.939 pontos; o S&P 500 avançou 0,75% aos 3.526 pontos. 

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As ações das gigantes da tecnologia, para variar, estiveram entre as responsáveis pelas altas. Apple (3,98%), Google (1,62%) e Amazon (1,40%) presentearam seus felizardos acionistas com mais altas firmes. Mas o destaque mesmo da Nasdaq ficou com a Zoom.

Vamos fazer um zoom? 

A empresa que virou o Bombril das videoconferências apresentou um balanço mágico para o segundo trimestre: US$ 185 milhões de lucro. Isso é dinheiro que uma Apple da vida usa como fio dental. Mas o fato é que representa um aumento de 3.300% em relação ao ano passado. Resultado: alta de 40,78% nas ações da empresa.  

Claro que todo mundo sabia que o Zoom se daria bem com a quarentena, já que ele virou a sala de reuniões, e o bar, do planeta por boa parte do ano – e não deixou de ser. Mesmo assim, o aumento no lucro é o dobro do que os analistas esperavam.

E a subida de 40% veio justamente por um motivo: a expectativa de que o trabalho remoto siga firme – basicamente para sempre. Certas coisas da pandemia, afinal, jamais serão um “som distante”.  

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Maiores altas

Hering: 9,02%

Hapvida: 6,58%

Ultrapar: 6,22%

Multiplan: 6%

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Iguatemi: 5,58%

Maiores baixas

Marfrig: -3,37%

IRB Brasil: -2,24%

Cosan: -1,87%

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Minerva: -1,38%

JBS: -0,62% 

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