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Nem 8, nem 80: como ter equilíbrio na criação de filhos

Abandonar as polarizações, e buscar o equilíbrio, é uma tarefa fundamental no exercício da parentalidade.

Por Ligia Zotini, colunista da VOCÊ S/A
Atualizado em 11 out 2020, 11h00 - Publicado em 11 out 2020, 11h00

Bernardo e eu celebramos a chegada em 8/8 de nossa filhinha Belle. Durante a gestação, muita coisa muda, mas nada se compara à transformação que envolve o parto, e as decisões que seguem esse momento. Como eu e Bernardo somos envolvidos com inovação, futurismo e práticas meditativas, foi comum nos questionarem se as escolhas seriam com base nas técnicas mais naturais ou nas mais tecnológicas.

Não foi fácil nos posicionarmos. Como tudo atualmente, esse tema também está polarizado. Ou se decide pelo modo mais natural possível, mesmo que ele traga desgastes físicos e emocionais, ou pelo mais tecnológico e industrializado, sem pensar muito na humanização necessária para tal momento. Existe muita culpa, cobranças e medos.

Respiramos e refletimos muito até sentir o que serviria para a nossa parentalidade. Antes de seguir, porém, gostaria de introduzir o significado dessa palavra. “Parentalidade” é o conjunto das atividades desenvolvidas por um progenitor ou cuidador, buscando o saudável e pleno desenvolvimento de uma criança. E a decisão foi que manteríamos a harmonia entre o natural e o nutricional. Natural seria nutrir nossa filha com tudo aquilo que ciência e consciência pudessem nos proporcionar. Belle nasceu saudável, de cesárea, pois havia riscos. Mas o parto aconteceu pelas mãos da Dra. Sílvia e do Dr. Fabricio, médicos humanizados e amorosos, que cocriaram conosco um parto no nascer do sol, ao som do mantra hindu Gayatri.

(Arte/VOCÊ S/A)

Na sequência dessa decisão, nos deparamos com outra. Por conta do pouco leite, tivemos de introduzir a complementação alimentar, via fórmula, no segundo dia de vida. Seguimos desde então com mamadeiras, que mantêm Belle alimentada, calma e saudável. Mas fazemos reiki antes de cada uma dessas mamadeiras, porque o nutrir não acontece só pelo físico. É também pelo emocional.

Quando não seguimos padrões preestabelecidos e polarizados, e buscamos estudar e pesquisar (sem deixar a sensibilidade de lado), fazemos do desenvolvimento de uma criança algo inédito – e feito para ela. Já consigo traçar cenários futuros incríveis, com base nos adultos que elas serão, porque os pais as presentearam com suas verdades mais potentes.

Por fim, se alguém me perguntar se o parto foi normal, direi que foi o normal para Belle.
E, se perguntarem se damos o peito, direi que sim. Porque é no peito que estão nossos corações, que consideramos a nossa mais importante fonte de nutrição para nossa filha.


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