7 dicas para desenvolver o letramento emocional
Pode parecer simples, mas entender e comunicar as próprias emoções de forma saudável requer muito treino.
Saber identificar e lidar com os nossos sentimentos é bom não só para os nossos relacionamentos pessoais, mas para os profissionais. Como expliquei no meu último artigo, o letramento emocional — nome que damos a essa habilidade — se tornou algo ainda mais relevante dadas as várias crises que vivemos nos últimos anos e seu consequente impacto no bem-estar.
Afinal, entender e comunicar o que se passa dentro de nós ajuda — e muito — a encarar as dificuldades tanto externas, quanto internas. Só que, para chegar neste ponto, é necessário muito treino.
Pode parecer simples, mas a verdade é que dar nome aos nossos sentimentos requer prática. Começamos a aprender tal habilidade lá atrás, quando ainda éramos crianças, e continuamos na adolescência, juventude, vida adulta… Enfim, é uma jornada longa.
E não poderia deixar de ser, já que, decifrar o nosso íntimo e traduzi-lo para as outras pessoas é complexo. Contudo, não desanime: essa missão não é impossível!
Como desenvolver o letramento emocional
Tudo começa por aquela palavra que você já deve ter escutado várias vezes dentro e fora do ambiente de trabalho: autoconhecimento. Na verdade, mais do que isso, o que precisamos desenvolver é uma autoconsciência emocional.
Uma dica para isso é: toda vez que notar um desconforto ou uma sensação boa, tente dar nome a ela. Ou seja, tente responder para si o que você está sentindo. É tristeza? É felicidade? Ansiedade? Desânimo? Entusiasmo?
Dar nome às coisas nos ajuda a torná-las mais concretas, mais palpáveis.
Nessa linha, você pode pensar também em manter um diário, no qual você irá anotar o que sentiu em determinada situação. E, se esse exercício estiver sendo difícil, busque livros e artigos sobre inteligência emocional — aprender sobre esse conceito irá ajudar a criar um repertório para o seu letramento.
Estes são os dois passos básicos para você começar o seu desenvolvimento, mas dá para fazer mais:
- Pratique a empatia: tente ver as coisas do ponto de vista das outras pessoas, fazendo um esforço genuíno para entender as suas emoções e as suas perspectivas. Olhar para fora é tão importante quanto olhar para dentro — e irá ajudar na criação do seu repertório de letramento.
- Escute com atenção: muitas vezes, na correria do dia a dia, não ouvimos de verdade o que alguém nos diz, interpretamos algo errado, passamos batido por uma informação… Tudo isso pode fazer com que as nossas reações e respostas não sejam tão adequadas ao contexto. Por isso, escutar atentamente é uma boa forma de treinar o controle emocional — minha próxima dica.
- Treine seu controle emocional: ou seja, desenvolva a capacidade de regular suas próprias emoções em situações estressantes, de insegurança, medo, enfim, contextos desconfortáveis. Para isso, você pode adotar técnicas de respiração profunda, meditação e outras que ajudem a administrar o mal-estar.
- Tenha uma comunicação eficaz: a ideia aqui é que você aprenda a expressar seus sentimentos de um jeito construtivo e apropriado para o ambiente de trabalho, o que, por sua vez, também ajuda em situações de conflito.
- Aprenda sobre resolução de conflitos: desenvolver essa habilidade é uma forma de lidar com disputas e desentendimentos de maneira construtiva. É também uma forma de colocar em prática o controle emocional, a escuta ativa e, claro, a comunicação eficaz.
Por último, é importante lembrar que o letramento emocional é uma construção contínua. Não “dominamos essa arte” do dia para noite e nem de forma absoluta. Como expliquei, é necessário prática, paciência e, principalmente, vontade de nos conhecer mais profundamente — o que, eu garanto, vale a pena!