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Sofia Esteves

Fundadora e presidente do conselho do Grupo Cia. de Talentos, professora e pesquisadora de gestão de pessoas
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3 reflexões sobre carreira em 13 minutos de show da Rihanna no Super Bowl

Entenda como a cantora aproveitou o palco para promover seu próprio negócio – e o que isso pode nos ensinar.

Por Sofia Esteves
16 fev 2023, 15h54

Antes de entrar no assunto propriamente dito, preciso explicar que eu não acompanho a carreira da cantora de perto e que, por isso, não estou vindo aqui, neste espaço, comentar especificamente sobre a trilha de sucesso de Rihanna no mundo da música. Na verdade, o que aconteceu foi que, nos últimos dias, vi postagens no LinkedIn sobre a artista— e o impacto da sua apresentação no Super Bowl — e fiquei curiosa. 

Sei que há anos Rihanna não subia em um palco e que, portanto, era natural um zum zum zum em torno do acontecimento, mas parecia que tinha algo a mais nessa história que repercutiu tanto nas redes. 

Após ver o show em um dos maiores eventos esportivos nos Estados Unidos e ler sobre o ocorrido, me peguei refletindo sobre algumas questões de carreiras que podem ajudar você que me lê — ainda que, claro, a realidade da famosa e a nossa sejam muito diferentes.

Uma das reflexões que me veio à cabeça tem a ver com um trecho específico do show. Uma cena rápida, coisa de três segundos, mas que fez barulho no meio publicitário. 

Sim, estou falando do retoque da maquiagem.

Esse “simples gesto” — que, de simples, não tem nada — me fez pensar em como a comunicação é uma ferramenta poderosa, mesmo quando nenhuma palavra é dita. Quando Rihanna pega o produto da Fenty Beauty, checa seu visual no espelho da maquiagem e faz um rápido retoque, ela aproveita os holofotes para promover sua marca de cosméticos sem dizer um “A” sobre o pó compacto. 

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A sua imagem e a credibilidade da sua marca falaram mais alto e, o que poderia ser uma publicidade forçada no meio de um show, parece ter sido uma ação de marketing bem-sucedida. Tanto que, segundo a empresa de monitoramento de redes sociais Sprout Social, a Fenty foi a marca mais mencionada no ambiente digital. 

Neste caso, a lição que fica tem a ver com o impacto da nossa imagem profissional. Quando a mensagem que ela transmite é de confiança e de credibilidade, uma parte importante da comunicação já foi estabelecida: você conquistou a atenção e o respeito da outra pessoa e, a partir disso, é possível estabelecer uma relação.

Sabendo do poder da comunicação não-verbal, Rihanna parece ter aproveitado a oportunidade para passar outra mensagem: ela não estava ali apenas como cantora, mas como empresária. 

Em meio a um show, relembrando sucessos da sua carreira como cantora, ela mostrou que sua trajetória profissional não é só na música, mas no mundo dos negócios. O que me faz pensar sobre algo que costumo falar: a nossa capacidade de conciliar diferentes interesses profissionais.

Esse, claro, não é um passo obrigatório para construir uma carreira bem-sucedida, mas me parece um exercício interessante isso de pensar que não precisamos ficar presos ao nosso diploma, a uma profissão, a uma função. Mais do que fazer uma transição na área de atuação, o que às vezes pode funcionar bem para algumas pessoas é agregar interesses diferentes com equilíbrio, sem gerar sobrecarga. 

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Um pé no palco, outro pé nos negócios — ou qualquer outra combinação que interessar. 

E, por falar em conciliar interesses, ainda teve a tão comentada revelação da gravidez. Na apresentação, a cantora usava uma roupa que marcava a barriga, o que seria um detalhe insignificante se não fosse o fato de, historicamente, artistas mulheres se sentirem impelidas a “disfarçar” a gravidez para que isso não atrapalhasse a sua imagem e a sua carreira. Para que marcas não deixassem de firmar contratos, para que portas não fossem fechadas por conta da “condição” da mulher.

No mundo corporativo, infelizmente, ainda existem profissionais que precisam lidar com o medo de perder o emprego ou de ter uma promoção congelada por ter se tornado mãe. Mas, quando alguém se levanta e marca seu espaço como uma profissional com múltiplos talentos e como uma mulher com diferentes papéis, isso passa uma mensagem poderosa.

Como eu escrevi no começo, a realidade da cantora e nossa são completamente diferentes, mas existem algumas coisas que nos aproximam e que podem nos servir de inspiração. O impacto da comunicação não-verbal, a força de uma imagem profissional de credibilidade, a possibilidade de se viver múltiplas carreiras e a importância das pessoas poderem conciliar diferentes papéis com equilíbrio. Você conseguiu captar alguma outra mensagem? 

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