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Luciana Camargo

Diretora estratégica da Associação Brasileira de RH (ABRH-SP). Escreve sobre carreiras, liderança, diversidade e inclusão e desenvolvimento pessoal
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Por que foco em cultura é tão importante?

A forma como as pessoas se sentem e se comportam nas organizações são o que guiam o crescimento de uma organização.

Por Luciana Camargo
Atualizado em 3 jun 2021, 16h42 - Publicado em 28 Maio 2021, 10h30
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 (Germano Lüders/Você S/A)
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Desta vez, quero tratar de um tema que nasceu a partir de um podcast que ouvi. Esta, aliás, é mais uma das mudanças catalisadas pela pandemia. Somente agora acabei investindo o tempo para explorar e conhecer este formato de compartilhamento de conteúdo. Num mundo de conteúdos cada vez mais acelerados, que exige retornos e recompensas imediatas, nunca foi tão bem-vinda a intimidade de uma conversa longa sobre assuntos que exigem nossa atenção.

O formato longo parece nos lembrar de uma forma genuína de se trabalhar ideias, não só apresentando as conclusões finais, mas costurando a opinião de especialistas e leigos, navegando por novas informações, pontos de vista, argumentos. Há também quem recorra a podcasts para praticar novas línguas, acompanhar notícias, ou mesmo se distrair com temas lúdicos.

Nos últimos tempos, eu tenho escutado Worklife de Adam Grant, psicólogo organizacional autor de Original, Give and Take & Think Again, que aborda visão dos profissionais excepcionalmente diferenciados para explorar os segredos de uma vida melhor no trabalho.

Em um dos episódios, Adam debate ideias com Malcolm Gladwell, autor de 5 best sellers do NYTimes, entre eles The Tipping Point e Blink and Outliers. O diálogo entre os dois autores me trouxe novas reflexões sobre  formas de abordar a cultura e performance, e como experiência e habilidades adquiridas podem ser dependentes de equipe e contexto, e não apenas do indivíduo.

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Após ouvir exemplos interessantes sobre performance de times de basquetes, tripulação de avião, equipes médicas, fiquei cheia de boas indagações: por que pessoas podem desempenhar tão bem em determinados lugares e não tanto em outros? Por que para líderes, de forma geral, é tão mais óbvio estabelecer metas e um novo modelo de governança esperando resultados imediatos sem considerar o contexto humano e organizacional desta estratégia? Por que a discussão sobre cultura é tão difícil de ser assimilada por alguns CEOs e gestores que condicionaram seus modelos mentais a um pragmatismo extremo, esquecendo que o ambiente de trabalho e o sentimento das pessoas são determinantes para atingir os resultados esperados?

Concluo que organizações em plena transformação de modelos de negócio, que se propõem a redesenhar estratégia claras para obter resultados e atingir mercados diferentes, deveriam ter ações centradas nas pessoas e nos novos contextos em que elas estarão inseridas. Em mercados crescentemente competitivos, esta transformação não somente já acontece como está em fase de aceleração. A pergunta que decorre desse raciocínio é imediata: então, como mudar o modelo de negócios para obter melhores resultados e soluções, alavancar produtividade e inovação? Um aspecto importante desta resposta está na forma como trabalhamos e – talvez ainda mais importante – como aprendemos e navegamos em um mundo que exige um pensamento cada vez mais aberto.

Segundo o artigo Create a Growth Culture, Not a Performance-Obssessed One, a cultura do crescimento depende estruturalmente de questões mais profundas, sobre como as pessoas se sentem e se comportam nas organizações. Em culturas de alta performance, como uma pessoa faz outras se sentirem passa a ser tão relevante quanto aquilo que ela sabe. O artigo traz cinco pilares como ponto de partida da reflexão:

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  1. Segurança psicológica nas relações promovidas por líderes dispostos a mostrar seu lado humano e vulnerável para aprender e criar juntos.
  2. Foco na aprendizagem contínua (que já conversamos sobre em um dos artigos por aqui) por meio da curiosidade, ambientes inclusivos e transparência.
  3. Abertura para experimentação e testes de novas hipóteses que ajudem a fomentar novos comportamentos.
  4. Cultivo de feedback contínuo em todas as dimensões da organização.

A cultura da empresa se manifesta no modo como as pessoas tomam decisões e colaboram, e a motivação individual de cada membro de um time fortalece a capacidade de promover mudanças coletivas, em um bom ambiente de trabalho.

No contexto atual, com os desafios do trabalho remoto para times virtuais, os desafios ainda são maiores. Pergunto a você, líder, o que está fazendo para criar um ambiente positivo para times serem mais produtivos, criarem, compartilharem e mostrar a melhor versão de si mesmos?

Ah, e aproveito para reforçar a dica: busque algum tema que você gosta muito em podcasts. Tem muita coisa boa por ai 🙂

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