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Isis Borge

É diretora da divisão de recrutamento Engenharia, Supply Chain, Marketing e Vendas da Talenses
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Conheça os sinais de linguagem corporal que influenciam os recrutadores

Mesmo em entrevistas por vídeo, os recrutadores prestam muito atenção na comunicação não verbal. Entenda com o que você deve tomar cuidado

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
Atualizado em 16 out 2020, 09h00 - Publicado em 16 out 2020, 09h00
 (Anna Shvets / Pexels/Divulgação)
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As entrevistas por vídeo se tornaram uma realidade que tende a permanecer também no período pós-pandemia. Nesse novo cenário, antigas regras de etiqueta dos processos seletivos foram revistas ou flexibilizadas. Hoje, por exemplo, as vestimentas estão mais informais. As pessoas, de uma forma geral, também estão mais compreensivas e humanizadas para entender que interrupções de familiares ou pets e barulho de reformas dos vizinhos podem ser motivo de interrupção de uma conversa. No entanto, existe um ponto muito importante para ser sempre levado em consideração: a comunicação não verbal.

Já li sobre estudos que indicam que a comunicação não verbal de uma pessoa chega a ser 93% do que o interlocutor absorve, sendo que 55% refere-se à linguagem corporal e 38%, ao tom da voz. Apenas 7% do entendimento do outro sobre a nossa mensagem está relacionado à fala. É importante levar isso em consideração para a vida, nas relações pessoais e no contato com clientes ou colegas de trabalho de uma forma geral, não somente em um processo seletivo.

Nas entrevistas por vídeo, o empregador ou recrutador está, mesmo que involuntariamente, captando todos os sinais verbais e não verbais que o candidato está transmitindo. Enquanto faz isso, ele forma uma opinião a respeito da pessoa, que pode ser positiva, negativa ou neutra. Essa avaliação pode fazer toda a diferença no processo seletivo, por isso separei algumas dicas que podem aumentar a sua chance de sucesso nesse bate-papo:

Tenha um copo de água por perto

Seja na entrevista presencial ou por vídeo, tenha sempre um copo de água por perto. A ideia é que você possa umedecer a garganta caso sinta que a voz está oscilando ou se tornando mais fraca.

Preste atenção ao tom da voz

Fale de maneira clara e confiante. Não grite, mas também não fale muito baixinho. Uma boa energia, que é passada pela postura e pelo tom de voz, costuma causar ótima impressão nos recrutadores durante os processos seletivos. Não perca a oportunidade de demonstrar entusiasmo ao falar de experiências que foram significativas para você. Pessoas com a fala monótona, muito para dentro ou sempre no mesmo tom, não prendem a atenção do entrevistador, que poderá perder detalhes importantes da narrativa. No entanto, cuidado com os exageros para não passar uma imagem forçada de si mesmo. O equilíbrio é a chave de tudo.

Com bom senso, seja transparente

Um recrutador experiente tem muita facilidade para identificar mentiras. Como headhunter, sempre consigo captar o estado natural e os trejeitos do candidato logo no início da entrevista. A partir daí, qualquer alteração menos natural, se tornam perceptíveis. Fico atenta, por exemplo: quando o candidato está relaxado e, diante de uma pergunta específica, cruza os braços abruptamente como um claro sinal de defensiva; ou quando ele responde algo com as mãos na boca e no nariz ou coçando a sobrancelha. São apenas alguns dos muitos sinais de que a pessoa está desconfortável, tensa, em dúvida sobre o que diz ou até mesmo mentindo. É melhor ser verdadeiro do que transmitir uma clara mensagem de que está escondendo algo.

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Esteja confortável, mas com uma postura ereta

A postura na cadeira diz muito sobre o interesse da pessoa na vaga, no projeto ou na empresa, além de evidenciar o quanto aquela pessoa gosta do que faz. Então, procure não ficar relaxado demais na cadeira. Pode parecer uma dica óbvia, mas tem gente que, involuntariamente, não resiste a ficar se movimentando de um lado para o outro quando está em uma cadeira giratória.

Resiste a mexer freneticamente no cabelo

Não há problema em ajeitar o cabelo em um momento ou outro. Mas não deixe que isso vire o seu foco ou o do entrevistador. Para quem tem cabelo comprido, sugiro prender a franja ou a parte que costuma incomodar para que você não tenha mais uma variável para controlar no momento da entrevista.

Prefira uma produção discreta

Ao se arrumar para a entrevista, não exagere em cores, estampas ou acessórios. Isso evita que o entrevistador desvie a atenção do que você tem a dizer. O mesmo vale na escolha da parede ou do ambiente que ficará atrás de você durante uma entrevista on-line.

Transpareça positividade

De uma maneira geral, tenha atitudes positivas. Caso esteja em um dia mais difícil, minutos antes da entrevista, procure pensar em momentos bons da sua vida. Assim, terá mais chance de iniciar o bate-papo com uma boa vibração. Vale até ouvir sua música preferida uns minutos antes. Os chocólatras de plantão podem aderir a um docinho, por exemplo. Fazer uma meditação de 10/15 minutos para se concentrar também é válido. Enfim, invista em qualquer coisa que te faça bem e agregue um ânimo adicional.

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 Caso não esteja em um bom dia, comunique

A pandemia tem feito com que a gente experimente uma série de emoções diferentes com frequência. Infelizmente, ainda há pessoas perdendo entes queridos para a covid-19. Então, caso você tenha passado por algum acontecimento que ainda esteja refletindo na sua energia, procure explicar-se ao recrutador ou empregador. Diga que fará o seu melhor, mas que gostaria que ele estivesse ciente do seu atual momento.

Pessoas são contratadas pelo perfil técnico e demitidas pelo comportamento

Essa é uma grande verdade do mundo corporativo. Então, cuidado com as oscilações de humor durante toda a sua carreira, inclusive em entrevistas de emprego. Você demonstrar um desconforto muito grande, oscilação de humor brusca ou chorar de maneira nervosa diante de alguém ou alguma situação, pode levar o recrutador ou parceiro de trabalho a ter dúvidas quanto a sua inteligência emocional. Então, pensando na entrevista de emprego, se tiver alguma passagem da carreira que te deixa desconfortável, procure identificar e entender os porquês de você se emocionar ao abordar o assunto, além de reprogramar a forma como você reage a ele. Existem uma série de fórmulas de reprogramação neurolinguística, mas você pode sempre ter em mente algo feliz e se concentrar nisso quando for contar essa parte da carreira.

Conheça-se melhor

Uma ideia interessante para você entender melhor quais são seus sinais não verbais durante as conversas, é se filmar enquanto conta a sua carreira. Pode ser um treino mesmo, em algum lugar mais tranquilo da sua casa. Ao assistir o vídeo, avalie como está o posicionamento da sua cabeça, para onde olha enquanto fala, de que forma gesticula, qual é o tom da voz, entre outros pontos que você acredita que possa manter ou melhorar.

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Aproveito para relembrar que aqui no blog eu já dei algumas dicas de entrevistas por vídeo. Acredito que tanto as de hoje quanto as do artigo anterior, podem ser úteis no processo seletivo, em uma reunião ou quando for apresentar um projeto importante ou uma ideia em uma reunião. Espero que elas te ajudem a ter mais sucesso na carreira.

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Isis-Borge_VALE
(Divulgação/VOCÊ S/A)

 

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