Imagem Blog

Guru

Perguntas & Respostas
Continua após publicidade

Qual foi a maior inflação da história?

Não foi a da Alemanha – aquela metade responsável pela ascensão de Hitler. A Hungria ganhou em 1946, com 400 bilhões de trilhões por cento em seis meses.

Por Alexandre Versignassi
11 nov 2022, 06h17
Uma árvore frutífera carregada de frutos e notas de dinheiros.
 (Marina Hauer/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

A mais famosa foi aquela da Alemanha no começo do século passado. Entre 1914 e 1923, os preços por lá subiram 143 trilhões por cento. É como se uma cesta básica de R$ 750 passasse a custar a R$ 1 mil trilhões daqui a nove anos. Para dar conta, o governo alemão chegou a produzir notas de trilhões de marcos. Mas a inflação alemã não foi a maior. A mais fantástica da história rolou na Hungria entre janeiro e julho de 1946: 400 bilhões de trilhões por cento.

Um número de fato astronômico. A Via Láctea tem 52,8 anos-luz de raio. Todo o universo observável, 46 bilhões de anos-luz. Em quilômetros, isso dá 440 bilhões de trilhões. Pois é: a gente precisa pensar longe para entender o que significa um número da grandeza dos bilhões de trilhões (ou sextilhões, ou 10ˆ21 caso você prefira uma notação mais científica).

E a inflação húngara produziu números até maiores. A moeda húngara da época, chamada pengo, já era fraca antes. Em 1945, você precisava de 1,3 mil pengos para comprar um dólar. Em julho de 1946, no pico da inflação, a moeda americana estava cotada a 4.600.000.000.000.000.000.000.000.000.000 – 4,6 bilhões de sextilhões, ou 4,6 x 10ˆ30.

A raiz do problema foi um sistema de correção monetária automática, instituído no início do surto inflacionário. Se você deixasse mil pengos na conta por uma semana e os preços tivessem dobrado, tudo bem: o governo atualizava o saldo para 2 mil. A intenção era boa, mas acabou criando uma bola de neve – que só seria interrompida com uma espécie de plano real deles, quando o pengo foi substituído por uma nova moeda, o florin húngaro (e a correção monetária automática deixou de existir). Hoje, você precisa de 400 florins para comprar um dólar. Menos mal. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.