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Qual a diferença entre IPCA e IGP-M?

Um calcula os preços ao consumidor; o outro, os preços pagos pelo produtor. Veja.

Por Alexandre Versignassi
11 ago 2023, 06h19

Resposta curta: o IPCA mede os preços ao consumidor final; o IGP-M, aqueles que o produtor paga por seus insumos. Um IGP-M alto hoje normalmente significa um IPCA maior amanhã – e vice-versa. 

Em outubro de 2020, por exemplo, o IPCA em 12 meses estava em 3,9%. O IGP-M, em grossos 21% – a pandemia, afinal, tinha derrubado a produção de matéria-prima; com menos oferta, os preços dos insumos foram lá para cima.

Essa disparidade deixava claro que mais hora menos hora a bomba explodiria na mão do consumidor final. E foi o que aconteceu. Dali em diante o IPCA foi subindo até seu pico mais recente, 12%, em abril de 2022. A disparidade entre os picos significa que o comércio sangrou suas margens de lucro para não perder clientes – cortesia da concorrência no varejo, mais vibrante do que no mercado de insumos.  

Agora vamos para a resposta longa. O IGP-M, na verdade, é a aglutinação de três outros índices de preços, compilados pela FGV. O principal é o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo). Se você produz frango, por exemplo, precisa comprar ração, que por sua vez usa soja como matéria-prima. 

O IPA, então, mede a variação nos preços da soja e da ração. Mais a do frango no atacado – o preço que o supermercado pagou. Em suma, entram todos os preços antes de o frango chegar às prateleiras. 

O IPA tem peso de 60% na composição do IGP-M. Depois entra o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção Civil – cimento, aço etc.). Ele responde por 10%. Os 30% finais ficam por conta IPC (Índice de Preços ao Consumidor). Esse é equivalente ao IPCA. 

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Para entendê-lo, então, basta ver como o próprio IPCA funciona. O IBGE pesquisa a variação de preço de 377 produtos e serviços ao consumidor final. Cada um deles é chamado de “subitem”. Por exemplo: acém, patinho, picanha e alcatra são subitens do item “Carnes”. Apura-se, então, o preço dos subitens para depois fazer uma média e tirar a variação da classe do produto, a coisa que o IBGE chama de “item”.

O item “Carnes”, por sua vez, faz parte de um subgrupo, o de “Alimentação no Domicílio”. E os subgrupos ficam aglutinados em categorias maiores, os grupos. São nove desses no total. Veja aqui na tabela. E boas compras. 

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(Arte/VOCÊ S/A)
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