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O que é o PMI (Purchasing Managers’ Index)?

A sigla vem de Purchasing Managers Index, “Índice de Gerentes de Compras” – e dá pistas sobre como ele é feito.

Por Bruno Carbinatto
20 fev 2024, 06h00
É

um índice mensal que mede a atividade econômica de um determinado setor ou país, bastante acompanhado pelo mercado para embasar previsões e análises. A sigla vem de Purchasing Managers Index, “Índice de Gerentes de Compras” – e dá pistas sobre como ele é feito.

Calculam o dado com base em questionários mensais enviados para executivos de importantes empresas privadas que movem o PIB de um determinado país e/ou setor, geralmente na metade do mês.

No documento, pergunta-se como andam os negócios da empresa – incluindo dados de volume de produção, novos pedidos de clientes, estoques, preços cobrados e custos dos insumos (os itens podem variar de acordo com o setor).

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Mais especificamente, o questionário quer saber se houve expansão, retração ou estagnação nesses quesitos em relação ao mês anterior, além de motivos que expliquem eventuais variações. Pede-se também para os respondentes já incluírem nas respostas os efeitos da sazonalidade – já se espera naturalmente que as vendas do varejo em janeiro sejam menores que as de dezembro, por exemplo.

Um adendo importante: o PMI se baseia em critérios concretos em relação aos negócios das empresas, e não em previsões dos executivos ou de seus sentimentos mais gerais e abstratos sobre a economia como um todo.

Depois de tudo isso, processam as respostas com uma fórmula matemática e calculam o índice. Ele vai de 0 a 100, e possui uma particularidade: a ideia é mostrar se a atividade econômica retraiu, expandiu ou manteve-se estável no mês (em relação ao mês anterior). Consideram 50 como o ponto central, que representa a estabilidade. Números acima disso indicam expansão; abaixo, arrefecimento. Quanto mais longe do 50, para cima ou para baixo, maior a variação mensal.

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A ideia do PMI é dar a visão de como anda a economia vinda diretamente de quem está na linha de frente dela. Com isso, ele serve de base para prever variações em indicadores oficiais dos países, como PIB, emprego e produção industrial.

O primeiro PMI foi criado em 1948 pelo Institute for Supply Management (ISM), que continua publicando o dado para a economia americana mensalmente. O mais conhecido, porém, é o índice produzido pela Standard & Poor’s (S&P) Global, que calcula PMIs de mais de 40 países – Brasil incluído –, além de um PMI global.

Existem variações de PMIs também. Alguns, por exemplo, focam em determinados setores da economia. No Brasil, a S&P calcula duas versões do índice: o industrial e o de serviços, além de uma terceira, o PMI composto, que combina ambos os setores para dar uma visão geral da economia.
No total, mais de 400 companhias participam de cada levantamento, selecionadas de acordo com sua relevância para o PIB do país. O resultado final é uma média ponderada, considerando os pesos de cada empresa.

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Por conta da maneira como é calculado, o PMI pode gerar confusão em olhos poucos atentos. Em dezembro de 2023, por exemplo, o PMI de serviços do Brasil foi de 50,5 – uma desaceleração ante o dado de novembro, que veio em 51,2, e o menor patamar em três meses para o índice. Mas isso não significa retração – como o número ficou acima dos 50, houve expansão. Mais comedida que a de novembro em relação a outubro, mas houve.
Já o PMI industrial caiu para 48,4, aí sim representando o engate da marcha à ré. Juntando os dois, o PMI composto fechou dezembro em exatos 50, ou seja, a saúde da economia como um todo mostrou-se estável.

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