O que é alavancagem?

É investir com dinheiro emprestado – caso dos day traders que operam no mercado futuro de dólar. Eles compram contratos que lhes dão o direito de adquirir, tipo, 10 mil dólares em dezembro de 2022 a um preço fixo. Digamos, R$ 5,90. Para adquirir um contrato assim, você precisa do valor cheio na mão em reais. R$ 59 mil, no caso.  

Mas e se, no dia em que você comprou o contrato, o dólar subiu muito, uns 5%? Muita gente passa a achar que, em dezembro, o dólar vai estar a R$ 6. Os contratos, então, começam a ser vendidos a R$ 60 mil. Opa. Mas você não acabou de comprar um por R$ 59 mil? Parabéns. Já pode vender e embolsar R$ 1 mil de lucro. 1,70% de lucro em questão de horas. Legal.

Como a alavancagem entra nisso? Seguinte: você não precisa dos R$ 59 mil do nosso exemplo para comprar um contrato futuro. As corretoras emprestam esse dinheiro para você em troca de uma “margem de garantia” (mais umas taxas). Esse valor varia de instituição para instituição. Aqui, vamos imaginar que ela seja de R$ 150. Em troca, a corretora te empresta os R$ 59 mil de que você precisa para entrar na jogada.

Agora, vamos dizer que rolou aquela alta de 5% no dia e os contratos para dezembro passaram imediatamente a valer R$ 6. Aí você vende o contrato por R$ 60 mil no mercado, paga os R$ 59 mil de volta para a corretora (o processo é automático) e fica com R$ 1 mil de lucro. Suas fichas para entrar nesse cassino custaram R$ 150, certo? Voilà: seu lucro não foi de 1,70%. Foi de 566% – muito mais legal. Isso é alavancagem.

O lado meio vazio desse copo: se o dólar tombar no dia, o valor do contrato para dezembro cai. Aquilo que você comprou por R$ 59 mil vai para o vermelho. Passa a valer, tipo, R$ 56 mil. Aí danou-se: você corre o risco de encerrar a operação devendo R$ 3 mil para a corretora. E agora vire-se para pagar. Afinal, isso é alavancagem 😉 Na real, não se trata de investimento. Pode chamar de jogo mesmo.