Imagem Blog

Guru

Perguntas & Respostas
Continua após publicidade

PGBL: como ele aumenta a restituição do Imposto de Renda?

Se você é CLT e ganha, vamos dizer, R$ 15 mil por mês, pode ver sua restituição subir de R$ 1,7 mil para R$ 6,1 mil se tiver um plano de previdência privada do tipo PGBL. Entenda como funciona.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 26 abr 2024, 16h43 - Publicado em 17 jan 2024, 06h00
.
 (Kauan Machado/Midjourney/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

Direto ao ponto: se você é CLT e ganha, vamos dizer, R$ 15 mil por mês, pode ver sua restituição subir de R$ 1,7 mil para R$ 6,1 mil se tiver um plano de previdência privada do tipo PGBL

Para conseguir isso, você precisaria ter aplicado R$ 22,2 mil (12% da renda anual tributável para esse salário) ao longo do ano. Essa restituição de R$ 6,1 mil, no fim das contas, vai equivaler a 27,5% do tanto que você aportou em PGBL. Caso você leve em conta apenas a diferença entre os R$ 6,1 mil e os R$ 1,7 mil que já receberia de qualquer jeito (R$ 4,4 mil), ainda dá uma porcentagem generosa sobre o aporte: 19,8%. 

A mágica acontece porque os depósitos em PGBL funcionam como se fossem despesas com saúde ou educação: reduzem sua “base tributável”, ou seja, a renda bruta que o IR tem a morder. 

No exemplo de quem ganha R$ 15 mil, a base tributável é de R$ 185 mil – 12,33 salários (os de cada mês mais o um terço de férias – o 13º não entra na conta, porque é tributado à parte no IR).

Continua após a publicidade

Bom, pela declaração simplificada, rola um abatimento automático de R$ 16,7 mil sobre essa base – o teto do corte nessa modalidade. Isso reduz a base tributável para R$ 168,2 mil, e gera a restituição de R$ 1,7 mil. 

Para conseguir o abatimento da grana que foi para o PGBL, você precisa fazer a declaração completa – aquela em que dá para deduzir da base tributável as despesas com médico, escola dos filhos etc.

No cálculo em que chegamos aos R$ 6,1 mil de restituição para um salário de R$ 15 mil, não entrou nenhuma dessas despesas. O aporte para PGBL, sozinho, já descontou R$ 22,2 mil da base tributável. 

Mas não foi só ele. Na declaração completa, também se deduz o que foi pago para o INSS. Nesse caso, R$ 10,5 mil (o teto) no ano. A base tributável, então, caiu para R$ 152,3 mil – razoavelmente menor que os R$ 168 mil lá da simplificada. E é isso que gerou, nessa conta, a restituição mais generosa, de R$ 6,1 mil.  

Continua após a publicidade

Agora, a parte mais burocrática. Aqueles “12% da renda anual tributável” são o teto do desconto no IR para aportes que um PGBL dá. Para saber qual é de fato essa renda, você multiplica seu salário por 12,33. Ganha R$ 6 mil por mês? Ela será de R$ 73.980. 12% disso dá R$ 8.877. Este será o seu limite para redução da base tributável. Ganha R$ 40 mil? Pode colocar R$ 59 mil por ano no PGBL, e ficar com uma restituição (ou abatimento em impostos a pagar) equivalente a 27,5% disso: R$ 16,2 mil. 

É importante saber o limite porque um investimento em PGBL só vale a pena se os aportes realmente não ultrapassarem 12% da sua renda anual (e se você fizer a declaração completa para anabolizar sua restituição de imposto, claro). É que PGBL também paga imposto. Na hora de você resgatar, lá na frente, vai incidir IR sobre todo o montante que estiver ali (o principal mais o rendimento). A restituição mais gordinha serve, na prática, para reduzir o efeito deletério sobre esse imposto do futuro.

Com os outros investimentos é diferente. Você só paga IR sobre os ganhos. Colocou R$ 10 mil no Tesouro Direto e tirou R$ 12 mil depois de dois anos? Vai pagar imposto (de 15%) apenas sobre R$ 2 mil. Num VGBL, outro tipo de previdência privada, a tributação também se dá apenas sobre o ganho (o piso aí de 10%, a alíquota mínima para quem opta pela tributação “regressiva”, a mais vantajosa no longo prazo). Já num PGBL, como dissemos, os 10% vão incidir sobre todo o dinheiro que estiver ali.

Ter um PGBL e colocar mais do que 12% da renda anual ali, então, não faz sentido. Qualquer coisa que exceda isso vale mais a pena deixar em investimentos que tributem apenas os ganhos (ou seja, todos os outros). 

Continua após a publicidade

Mas ter um PGBL obedecendo o limite de aportes anuais é, sim, um grande negócio – ao menos para quem tem condições de separar 12% da renda bruta todo mês para um plano de previdência privada e realmente não pretende contar com essa grana antes de se aposentar.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.