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Dani Almeida

Especialista em comunicação e fundadora da agência Rugido Digital.
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Curtidas ajudam, mas não pagam boletos

Pare de perseguir seguidores e likes. Foque nas vendas.

Por Dani Almeida
Atualizado em 28 jun 2021, 17h24 - Publicado em 28 jun 2021, 14h19
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Photo taken in Thai Mueang, Thailand (Tascha Rassadornyindee / EyeEm/Getty Images)
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Eu não vou negar que somos loucos por curtidas e seguidores – e você vai entender o porquê disso hoje. Não vou negar que quem tem audiência tem poder e alto potencial (veja bem… eu disse “potencial”) de vendas.

Mas preciso te contar que a grande maioria de quem usa as redes sociais pra negócios está presa à Matrix, vivendo um looping cruel e eterno: a ditadura das curtidas e a corrida por seguidores.

O que você escolheria? Um perfil com 2 mil seguidores que fizesse R$ 100 mil em um mês, ou um perfil com mais de 2 milhões de seguidores que não conseguisse faturar R$ 1 mil?

A resposta, infelizmente, não é tão óbvia quanto parece.

A pílula azul

Existe um cargo bem comum no Vale do Silício, chamado Growth Hacker. São pessoas com foco em ações que proporcionem crescimento (growth) viral nas redes sociais. E essas ações são norteadas principalmente por estudos sobre o comportamento humano, e pela neurociência.

Como seres humanos pre-ci-sa-mos de validação, de nos sentirmos pertencentes a um grupo (falei sobre isso nesta coluna aqui). Esses desejos são instintivos e estão programados na parte mais primitiva do nosso cérebro.

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Pois bem, os Growth Hackers são pessoas que desenvolveram e desenvolvem funções as quais, ao apertar esses gatilhos, fazem com que as redes sociais cresçam vertiginosamente.

Quer um exemplo? Os coraçõezinhos ativam o gatilho da aprovação. E quem é que gosta de gerar um conteúdo que não é curtido, não ganha comentários e afins? Nem a minha filha de 8 anos.

Outro dia, a escola inventou um blog para os alunos postarem textos e desenhos. Para minha surpresa, ao primeiro texto que ela postou, tudo que ela sabia dizer era: “Mamãe, será que os meus amigos vão gostar e me dar um coraçãozinho?”. Passei horas reforçando que as histórias que eles estavam criando ali – e não os coraçãozinhos – eram o mais importante.

Mas, para além do coração (usado por Facebook, Instagram, LinkedInd, TikTok…) existem outras funções que nem percebemos. O arrastar pra baixo no Instagram e no Facebook por exemplo, que atualiza as postagens no seu feed, ativa o gatilho da urgência. Seu cérebro pensa: “Existe algo novo e preciso saber o que é!”.

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Todas essas ferramentas em conjunto deixam as pessoas viciadas em usar as redes sociais. E isso faz com que as redes cresçam. As nossas ações ao interagir nas redes são tão instintivas que, mesmo sabendo racionalmente como essas funções atuam, impossível passarmos incólumes ao efeito que elas produzem. Duvida?! Vale assistir ao documentário O Dilema das Redes, na Netflix.

O fato é que, por conta de todo esse cenário, a gente tende a achar que o post que “bomba” com o chamado engajamento é o que mais vende. Na maioria das vezes, porém, essa não é verdade.

A pílula vermelha

A realidade é que as curtidas ajudam, mas não pagam boletos. Ajudam porque, quanto maior a interação gerada por um conteúdo que você posta na rede social (não importa qual), mais aquela rede social mostra você pra os seus seguidores.

É assim que funciona o algoritmo, o mecanismo por trás das redes sociais que dá uma “nota” para cada conteúdo que você cria e também para o seu perfil. Essa nota é baseada em cada interação (curtidas, comentários, mensagem direta, visualizações, compartilhamentos, salvamentos etc). No Instagram, por exemplo, compartilhamentos têm mais peso que curtidas.

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Mas se número de seguidores, de curtidas e de comentários fossem sinônimo de vendas, uma influenciadora com mais de 2 milhões de seguidores não teria dificuldade pra conseguir vender 36 camisetas, certo?! Trata-se de uma história real – e existem muitas outras que a gente nem fica sabendo.

Fazendo a análise de perfil de uma corretora de imóveis no Instagram um dia, vi uma postagem com 4 curtidas, sendo que a média de curtidas nos posts do perfil dela (com mil seguidores) era bem mais alta (30 a 100). Percebi que era um post de venda. Comentei sobre o baixo engajamento e ela me revelou que tinha vendido uma cobertura com aquele post.

Tenho alunas no nicho da moda com perfis de pouco mais de 2 mil seguidores, vendendo dezenas de peças com o conteúdo certo em um só vídeo – com pouquíssimas curtidas e comentários. Arquitetas que com menos de mil seguidores e audiência qualificada já faturaram algumas centenas de milhares de reais. Contadores que dobraram o faturamento tendo 2 mil seguidores.

O fato é que, para vender nas redes sociais, você precisa do plano de conteúdo certo. Ou seja, um mix de conteúdo que: conecte, posicione você e a sua empresa como referência (ou autoridade), sirva como prova social (contendo comentários de clientes, por exemplo)  e, por último, gere desejo de compra e a certeza de que os seus serviços e produtos são a melhor solução para a sua audiência.

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Muitas vezes, as suas redes funcionam mais como prova social. Esse é o último elemento que faz o cliente tomar a decisão de comprar de você e da sua empresa – mesmo sem passar a te seguir e sem engajar.

Por isso, saia já desse looping. Foque nos números e você perde as pessoas. Foque nas pessoas (e, por consequência, no conteúdo certo)… e os números acontecerão. Te encontro nas redes!

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