Vídeo currículo: como enfrentar essa etapa do processo seletivo

As empresas estão reduzindo o uso da modalidade, mas ela ainda é realidade em algumas seleções. Veja como funciona e como gravar o seu.

Por Sofia Kercher
16 jun 2025, 18h00
Mulher ajustando seu celular em um tripé.
 (Westend61/Getty Images)
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Um híbrido audiovisual entre o currículo e a carta de apresentação. É assim que a mentora de carreira Leila Arruda define o vídeo currículo, uma etapa que vira e mexe pinta em processos seletivos online.

A gente diz que vira e mexe porque essa realidade tem se tornado cada vez mais escassa no mercado de trabalho. Segundo levantamento exclusivo realizado pela Gupy, de janeiro de 2024 para cá, cerca de 1 milhão de vídeos currículo foram enviados por meio da plataforma. Mas quando comparamos os primeiros seis meses de cada ano, vemos uma diminuição de 55% no volume de clipes enviados.

Segundo Jhenyffer Coutinho, head de Recursos Humanos da Gupy, as empresas estão começando a entender que a modalidade apresenta falhas na avaliação de candidatos – as quais abordaremos mais para frente. Por enquanto, vamos destrinchar boas práticas para gravar o seu.

Como gravar um bom vídeo currículo 

A primeira frase de Leila já dita o tom do que é, em essência, um vídeo currículo. A especialista desenvolve: não é sobre ler seu currículo ipsis litteris, e sim fazer uma interpretação de quais dados serão relevantes com base na vaga que se está interessado. 

“Assim como devemos moldar nosso currículo para caber na vaga, devemos moldar nossa narrativa em um vídeo como esse”, diz Arruda. Para mais dicas sobre o que abordar, vale a leitura da última capa da Você S/A, sobre como sair na frente em processos seletivos online. 

Voltando. Sobre o cenário e o figurino, Leila recomenda que você se arrume como se estivesse fazendo uma entrevista presencial. A começar pelo dress-code: uma maquiagem leve, uma roupa social, e nenhum tipo de filtro. “Empresas valorizam pessoas reais. A partir do momento em que você coloca um filtro, é como se invalidasse isso e, consequentemente, sua candidatura”, defende. 

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Encontre um fundo sóbrio, preferencialmente perto de uma janela com luz natural. Escolha um momento e um local para gravar com o menor número de ruídos externos. 

A duração não pode ser menor que um minuto e não maior do que três minutos corridos. Para que você consiga passar sua mensagem de modo mais assertivo possível, Arruda recomenda o uso de aplicativos gratuitos de teleprompter – que mostra o texto no canto superior do seu celular, permitindo que você leia as palavras enquanto olha diretamente para a câmera (algo fundamental nesse tipo de cenário). “O avanço da tecnologia tem facilitado muito esse tipo de etapa. Você fica muito mais amparado do que na entrevista presencial”, defende a especialista. 

Jhenyffer complementa: sem floreios, sem cortes e sem legendas. Para ela, um vídeo currículo de sucesso ganha com um bom storytelling, pensado para aquela oportunidade em específico. 

O uso de aplicativos gratuitos de teleprompter permitem que você leia as palavras enquanto olha diretamente para a câmera 

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Em baixa

Jhenyffer foi categórica ao afirmar: vê com bons olhos a diminuição do uso do vídeo currículo nos processos seletivos. Apesar de ser uma ferramenta útil para avaliação de postura e de aspectos de fit cultural – além de ganhar tempo na triagem dos perfis – a especialista entende que existam ferramentas mais inteligentes e interessantes para fazê-lo. 

“É uma fase comumente desconfortável. Isso acaba desencadeando desistências no processo seletivo”, explica a especialista. Dados da empresa mostram que 50% das pessoas desistem de processos seletivos quando os consideram longos demais. Do lado dos RHs, a volumetria elevada também acaba truncando a seleção de candidatos. 

Para além disso, Coutinho explicita que a modalidade pode traçar caminhos perigosos. Além de excluir pessoas com menos letramento tecnológico – coisa que qualquer processo seletivo online corre o risco de fazer, diga-se – a etapa pode gerar avaliações com viéses inconscientes. “A aparência e modo de se comunicar diante de um vídeo não deveria afetar a forma como uma pessoa é vista dentro de um processo seletivo. Infelizmente, no vídeo currículo, é isso que acaba acontecendo”, diz a especialista.

“Claro, existem profissões em que ter essa desenvoltura é necessária. Mas, via de regra, empresas que têm pensado em processos de seleção mais cuidadosos e responsáveis têm eliminado esta etapa”, finaliza.

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