Continua após publicidade

Três perguntas para Veronica Oliveira, criadora do Faxina Boa

Uma depressão, a fila do INSS e um meme de Kill Bill: Nasciam assim os canais “Faxina Boa” nas redes sociais e uma nova influencer

Por Tássia Kastner
Atualizado em 23 dez 2020, 11h33 - Publicado em 9 dez 2020, 08h00

Uma demissão do telemarketing, uma depressão severa e a demora de 100 dias para receber o auxílio saúde do INSS converteram Veronica Oliveira, 39, em diarista. Em vez de começar na profissão se lamentando, decidiu encarar a missão com humor.

Divulgou no Facebook memes (antes de a gente usar essa palavra como vírgula) de Kill Bill e Better Call Saul. Assim, logo ela passou a revezar seus dias entre entrevistas, algumas campanhas publicitárias e as faxinas. E assim, Veronica virou também “Faxina Boa”, que tem perfis também no Instagram e no Twitter

Mas foi na pandemia que a nova carreira deslanchou e ela pode se dedicar 100% a ser uma “inspiradora digital”. Em parte, porque as pessoas de classe média descobriram que não sabiam como cuidar da própria casa. 

“A gente aprende, e eu como filhote de classe média também, que somos bons demais para lidar com a própria sujeira.”

O resultado dessa experiência de quase quatro anos limpando as casas das pessoas é um livro, “Minha vida passada a limpo”, lançado em novembro.

Continua após a publicidade

1. Como e quando começou o Faxina Boa?
Ele completou quatro anos em novembro, e foi engraçado porque nada disso tinha planejamento. Fui falar que estava fazendo faxina porque estava afastada pelo INSS, ia levar quase 100 dias para receber. Tinha pesquisado como as pessoas anunciavam o trabalho doméstico, era sempre se justificando. Aí eu disse “eu quero fazer o contrário, dizer que gosto e que as pessoas podem me deixar entrar na casa delas”. Mas minha ideia mesmo era fazer meus amigos me chamarem para limpar a casa deles.

2. Quando isso virou um negócio?
Na primeira semana fazendo faxina, participei de uma reportagem por causa das postagens de Kill Bill. Depois, no Dia da Mulher [de 2017], fiz a primeira campanha para uma marca. As coisas foram acontecendo e eu não queria deixar passar nenhuma oportunidade. Fiz cursos de marketing digital para não deixar morrer o que eu estava construindo. Eu fui vendo que, se quisesse me dedicar, não ia poder fazer faxina. A pandemia foi um momento crucial porque não podia ir na casa das pessoas, e o Instagram teve um crescimento absurdo.

3. E qual é o futuro do Faxina Boa?
Estou perto de chegar na realização de coisas que eu quero para mim. A minha preocupação agora é como fazer isso chegar a outras pessoas. A gente vê a quantidade de mães que viram empreendedoras, mas não é uma escolha, é uma necessidade. Eu vejo cada erro que a gente comete, que se tivesse algum preparo… Penei muito para saber como virar autônoma. Gostaria de ser embaixadora da ONU Mulheres. Quero descobrir um jeito de transformar a vida delas.

Publicidade