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Transformação digital: qual o futuro da economia?

Nas previsões sobre o futuro, é comum falar apenas dos aprimoramentos tecnológicos. Mas precisamos considerar também o desenvolvimento das pessoas.

Por Ligia Zotini, colunista de VOCÊ S/A
Atualizado em 18 out 2020, 11h00 - Publicado em 18 out 2020, 11h00

Todos os dias somos bombardeados com informações a respeito do futuro de todas as coisas. Estamos inseridos em discussões infinitas sobre como a era da inteligência artificial, da robótica, das realidades imersivas, da internet das coisas, do blockchain e da poderosa computação quântica transformará totalmente nossa sociedade. O principal impacto será na economia.

O futuro das trocas financeiras, do trabalho e das relações (sejam elas pessoais, governamentais ou corporativas) sofrerá profundas e potentes mudanças. Muitos especialistas afirmam que essas tecnologias tornarão as pessoas “desempregáveis”. Mas essas declarações só geram
medo e confusão.

O que não se explica é que os empregos que desaparecerão serão os que estiverem diretamente conectados com atividades repetitivas da hard economy, ou “economia dura” — cujo modelo vem da Revolução Industrial 3.0, que era baseada na escassez, no comando, no controle e na pouca possibilidade de os profissionais criarem algo que fugisse do escopo das atividades predefinidas. Os humanos eram simplesmente os recursos de
uma linha de produção num mundo mais lento e dividido em caixinhas. Esse mundo ficou no passado.

Os desafios de um planeta Vuca (acrônimo em inglês de quatro características marcantes que descrevem o momento que estamos vivendo: volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) não podem ser atendidos com as fórmulas econômicas da Revolução 3.0. Quando analisamos o progresso tecnológico, que é a base da atual (r)evolução, verificamos que a tecnologia é neutra. Será o uso dela que determinará quais tipos de futuro cocriaremos — que podem ir de desejável a distópico, dependendo de nossas ações.

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Do encontro da internet com os dispositivos móveis, economias digitais e criativas se tornaram realidade, e a transformação digital virou um mantra. Mas estamos às vésperas de receber, em massa, tecnologias muito poderosas. Serão elas que nos libertarão dos trabalhos nos quais somos usados como máquina. Isso trará a possibilidade de viver de acordo com novas dinâmicas. É a Economia 4.0, que pode ser definida como digital, criativa, acessível, confiável e compartilhada. Desse conjunto de características nascerá a soft economy, ou, como muitos gostam de nomeá-la, “economia sutil”.

É importante entender que, com a tecnologia conectando cada vez mais pessoas globalmente em redes sem intermediários, não só as máquinas
estão sendo desenvolvidas mas também os humanos. Por isso, ao pensar no futuro, é preciso colocar na balança, ainda, a evolução das pessoas.
Só assim poderemos traçar cenários mais complexos sobre o trabalho, os relacionamentos, a alimentação, o entretenimento e as religiões. Só assim as pessoas poderão construir mapas para a própria evolução, entendendo que o humano é o protagonista dos progressos sociais da tecnologia.

(Arte/VOCÊ S/A)
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