Paciente digital: como a tecnologia vem redefinindo o atendimento médico

Saiba de que forma os profissionais da Medicina devem rever sua atuação conforme a jornada de consumo em saúde tem mudado.

Por Antonio Hirt, em colaboração especial com a Você S/A*
Atualizado em 16 jun 2025, 11h54 - Publicado em 15 jun 2025, 08h00
A imagem mostra um médico usando um jaleco branco e um estetoscópio ao redor do pescoço. Ele está escrevendo em uma prancheta, segurando uma caneta com a mão direita. A cena parece ser em um ambiente interno com uma cortina clara ao fundo.
 (Freepik/Reprodução)
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Tecnologia e inovação já são premissas relevantes e recorrentes na área da saúde. A forma como realizamos exames, determinamos diagnósticos e prescrevemos tratamentos são atualizadas sempre a partir das novas descobertas. Hoje, esse avanço é quase um processo natural, que acompanha a modernização das pesquisas, dos equipamentos e da ciência.

Já era sabido que esse progresso, em algum momento, chegaria também aos pacientes e à forma como eles buscam e interagem com os médicos. A pandemia da Covid-19 acelerou consideravelmente essas mudanças, trazendo à tona um conceito que já estava em ascensão: o paciente digital. Esse novo perfil, mais do que nunca, tornou-se uma tendência central na medicina. 

O paciente digital é um indivíduo ativo e conectado, que resolve tudo online, pelo celular, de forma prática e facilitada. Ele utiliza ferramentas e plataformas digitais para gerenciar sua saúde e bem-estar, buscar informações e interagir com profissionais. É muito bem-informado, está cada vez mais engajado em decisões sobre seu tratamento, valoriza a conveniência e a personalização no atendimento, e prioriza a transparência no cuidado com a saúde.

 

Avaliação de outros usuários virou critério de escolha

Recentemente, um novo estudo da Doctoralia detalha essa nova jornada de consumo em saúde. Entre os achados, a pesquisa mostrou que a avaliação de outros usuários é o principal ponto considerado pelos pacientes na hora de escolher um profissional, seguido pelos planos de saúde atendidos, localização do consultório e a disponibilidade de agenda. Muito similar com aqueles reviews que sempre fazemos para comprar algo pela internet.

O que isso significa? Que é hora de os médicos ficarem ainda mais atentos a essa mudança de perfil e se alinharem às novas demandas dos pacientes. Se os hábitos e preferências desses consumidores estão mudando, não podemos remar contra a correnteza. O estudo trouxe, por exemplo, que um terço dos agendamentos no Brasil são realizados fora do horário comercial (9h às 18h) e que 13% dos usuários preferem marcar consultas aos fins de semana. Desconsiderar esse cenário é um erro. O caminho é adequar-se a essas expectativas para tornar a experiência do paciente uma prioridade.

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Além disso, o novo perfil do paciente digital mostra que ele vem às consultas entendendo os sintomas que apresenta, inclusive, com ideias de possíveis diagnósticos e opções de tratamento. Obviamente, muitas vezes, as informações não estão corretas, mas, a questão é como lidar com essas pessoas multiconectadas e que têm na palma da mão acesso a conteúdo ilimitado.

 

Escuta ativa… sempre

Isso nos leva a um outro indicador: o interesse genuíno foi citado por 26% dos pacientes quando perguntados sobre o que eles mais valorizam na interação com o médico, seguido da explicação detalhada (23%). Ou seja, os pacientes de hoje estão cada vez mais exigentes. Eles querem uma consulta humanizada, olho no olho, em que o médico demonstre um comprometimento verdadeiro com o seu relato.

Nesse contexto, as ferramentas digitais estão fazendo a diferença para que a atenção seja exclusivamente voltada ao atendimento. Prontuário eletrônico, agendas online e acesso remoto a resultados de exames se tornaram fundamentais para desburocratizar a jornada. O uso da inteligência artificial nas consultas também é uma tendência crescente. Mais do que transcrição, a IA já oferece insights sobre os sintomas e indica terapêuticas possíveis frente ao que foi exposto durante a consulta.

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O futuro do paciente digital promete avanços ainda mais significativos. Consultas online cada vez mais intimistas, medicamentos personalizados e tratamentos baseados em genética já são realidade e devem expandir. Esse novo consumidor do setor da saúde exigirá cada vez mais pontualidade, praticidade e segurança, e a evolução da tecnologia permitirá atender a essas demandas, promovendo uma saúde mais personalizada e eficiente. O papel do médico continuará sendo central, mas as ferramentas digitais farão com que a interação seja mais fluida e que o cuidado seja ainda mais focado nas necessidades individuais.

*Antonio Hirt é gastroenterologista, especialista em endoscopia digestiva e cirurgia do aparelho digestivo.

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