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Mentoria para estagiários: vale a pena investir nesse formato?

Especialista da Companhia de Estágios analisa os prós e contras da prática que começa a ganhar espaço nas empresas brasileiras

Por Da Redação
Atualizado em 24 jul 2025, 11h32 - Publicado em 24 jul 2025, 08h00
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 (FG Trade/Getty Images)
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No universo dos programas de estágio, uma prática que ganha força entre empresas preocupadas com a formação de talentos é a mentoria. Inspirada em modelos aplicados tradicionalmente à liderança, a mentoria para estagiários busca oferecer um espaço seguro de escuta, desenvolvimento e reflexão, desde que bem adaptada às necessidades desse público que acaba de iniciar a jornada profissional. Mas será que todo estágio exige esse tipo de apoio? E como, afinal, a mentoria se encaixa nesse contexto?

De acordo com a gerente de projetos da Companhia de Estágios, Jéssica Gondim, a mentoria para estagiários é uma ação complementar, com potencial para impulsionar o desenvolvimento e até ampliar a taxa de efetivação destes talentos, desde que não seja confundida com supervisão direta nem com trilhas de capacitação padronizadas. “O ideal é que o mentor não seja o gestor direto. Ele precisa estar fora da rotina de cobranças e resultados, justamente para favorecer um ambiente mais leve, propício a trocas e autoconhecimento”, explica.

Dados da pesquisa Perfil dos Estagiários e Candidatos a Estágio no Brasil 2024, da Companhia de Estágios, indicam que 48% dos jovens priorizam benefícios voltados ao desenvolvimento, como treinamentos e mentorias, ao escolher uma vaga. “Ao contrário das trilhas genéricas, a mentoria individual requer empatia, escuta ativa e conexão entre mentor e mentorado. Quando bem aplicada, ela pode ser um diferencial decisivo para o estagiário e uma estratégia inteligente para a empresa”, comenta Gondim.

Em um cenário de múltiplas demandas e orçamentos enxutos, cada companhia precisa avaliar: o que o estagiário realmente precisa para crescer e o que faz sentido no seu contexto?

 

Quando a mentoria pode ser uma boa ideia

1. Foco no autoconhecimento e nas decisões de carreira

Diferente da supervisão direta, a mentoria permite conversas mais profundas e menos formais. Pode ajudar estagiários indecisos a refletirem sobre sua trajetória e propósito, atuando como uma “guia de carreira”. Mas não é um bate-papo informal. Para garantir retorno, é essencial definir objetivos desde o início: será um apoio para o autoconhecimento? Um incentivo à decisão de carreira? Um caminho para fortalecer a cultura da empresa? A definição prévia do propósito evita frustrações.
A estrutura também importa: número de encontros, frequência, registro de trocas e regras de sigilo são pontos importantes para garantir equidade entre os mentorados e a eficácia do processo.

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2. Visão ampliada sobre o negócio e a cultura da empresa

Estagiários costumam ficar imersos em suas áreas de atuação. A mentoria contribui para ampliar essa perspectiva, ajudando-os a compreender melhor o funcionamento da organização como um todo, promovendo uma visão estratégica do negócio e reforçando a cultura interna. Ela serve para criar uma ponte entre o estagiário e o mundo corporativo sem a rigidez das cobranças diárias. Por ser conduzida, em geral, por alguém de outra área, permite diálogos mais abertos sobre dúvidas de carreira, desafios emocionais e interesses profissionais de forma segura e construtiva. 

3. Pode aumentar a taxa de efetivação e retenção

Diferentemente de uma trilha de desenvolvimento, a mentoria proporciona uma experiência personalizada a respeito da carreira, estabelecendo uma relação que se ampara em valores de segurança, aprendizado e senso de pertencimento. Por este motivo, os programas de mentoria contribuem para a retenção de talentos e podem preparar melhor os jovens para oportunidades de efetivação. Estas trocas podem ajudar estagiários indecisos sobre qual área seguir, reforçar a visão estratégica e estimular o interesse por novas oportunidades dentro da empresa.

Quando não é o melhor caminho

1. Possibilidade de sobrecarregar o estagiário

Se a empresa já oferece uma trilha robusta de desenvolvimento, com treinamentos e projetos finais, a mentoria pode ser apenas mais um peso. Vale lembrar que estagiários também têm faculdade e entregas diárias. Sobrecarregá-los com múltiplas iniciativas pode ser contraproducente.

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2. Risco de gerar falsas expectativas

Empresas que não têm vagas abertas ou estrutura para absorver todos os talentos podem gerar frustração se venderem a mentoria como porta de entrada garantida para a efetivação. Mentoria para estagiários deve ser muito diferente das mentorias para líderes, que já possuem bagagem e experiência prévia. Estagiários, em geral, precisam de mais direcionamento. Por isso, o modelo aplicado a essa etapa da carreira deve ser adaptado, com suporte de agentes de integração e uma curadoria cuidadosa de perfis, garantindo o famoso “match” entre mentor e mentorado.

3. Falta de estrutura pode prejudicar resultados

Mentores precisam de bagagem, tempo de casa e domínio técnico. Além disso, os objetivos da mentoria precisam estar claramente definidos, bem como os critérios para avaliar se foram alcançados. É muito importante que os mentores de estagiários recebam orientações claras sobre o que se espera deles: como conduzir os encontros, manter confidencialidade e registrar as informações. Sem esse preparo, o programa pode gerar ruídos, ou até desmotivar o estagiário.

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