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Há muita diferença entre um programa de estágio e um de trainee?

Para as empresas existe uma diferença sensível entre um estagiário e um trainee. Entenda

Por Camila Pati
Atualizado em 19 dez 2019, 16h13 - Publicado em 6 jun 2018, 15h00

São Paulo – Para as empresas, uma das principais diferenças entre um estagiário e um trainee é o custo. O primeiro, mais barato do que o segundo, não recebe tanto investimento em treinamento e desenvolvimento, característica primordial de um programa de trainee.

“Para trainees, há empresas que pagam pós-graduação, MBA. A grade de desenvolvimento é muito bem estruturada, exige investimento”, diz Juliana França, coordenadora de projetos da Page Talent, braço do PageGroup focado em recrutamento para estágio e trainee.

Ao fim de um programa de trainee, espera-se que o profissional assuma uma cadeira de liderança, geralmente na posição de gerente, ou exerça função técnica sênior. Quando acaba um programa de estágio, o melhor dos mundos para um universitário é receber uma oferta de efetivação.

Estagiário não é um empregado da empresa. Seu contrato de trabalho é regido pela Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, e é considerado por lei um ato educativo escolar supervisionado. O estágio permite que o jovem aprenda na prática o que estuda em teoria na sala de aula.

Justamente por isso, a matrícula no ensino regular é um requisito para a função de estagiário seja em instituições de ensino superior, de educação profissional, ensino médio, educação especial ou ainda nos anos finais do ensino fundamental. A carga horária máxima pode variar entre 4, 6 e horas, a depender do curso.

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Piadinhas sobre estagiários que só servem café ou tiram cópias falam mais do passado do que do presente. Encarando processos seletivos cada vez mais exigentes e concorridos, os estagiários, segundo a coordenadora da Page Talent não ficam mais restritos a funções operacionais. “O estagiário hoje participa das atividades importantes para a empresa”, diz Juliana.

Ainda que mais estratégicos, os estagiários têm bem menos responsabilidade do que os trainees, que são contratados com funcionários efetivos. “Com expediente 8 horas, regido pela CLT, direito a participação nos lucros e resultados (PLR) o trainee está mais disponível do que o estagiário”, explica Juliana.

Por serem, a rigor, programas de formação de liderança, trainees miram candidatos mais maduros do que os estagiários, que estejam perto de se formar na faculdade ou com até dois anos de formados.

Com oferta de treinamentos técnicos, comportamentais, os programas também têm salários mais altos do que a média de mercado para analistas, por exemplo.
A Ambev, que tem um dos programas mais concorridos do Brasil, oferece 6,1 mil reais. Outros programas conhecidamente bem pagos são os da Souza Cruz (7,5 mil reais de salário) e do Banco Safra, que tem salário de 6,8 mil reais.

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De acordo com ela, não é raro encontrar candidatos a trainee que estejam participando de mais de uma dezena de processos seletivos ao mesmo tempo.

Disponibilidade para mudanças de cidade, estado e até de país, além de inglês fluente, são requisitos que se repetem para candidatos a programas de trainee em grandes empresas.

Seja pela promessa de ascensão rápida, seja pelo salário, a disputa é acirrada. “Tem programa que recebe 24 mil inscritos”, diz Juliana. No caminho até a aprovação, os candidatos precisam passar por várias etapas: testes online, entrevistas presenciais, dinâmicas de grupo, painéis.

A temporada de abertura de inscrições para programas de trainee e de estágio está para começar. Geralmente, grande parte das empresas recebe candidaturas nos meses de julho, agosto e setembro para selecionar a turma do ano seguinte.

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“Está havendo uma movimentação grande para vagas de estágio e trainee”, diz Juliana, que prevê que 2018 tenha mais oportunidades do que nos dos últimos anos.

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