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CEO de startup defende uma jornada de trabalho intensa, de 12 horas por dia

A Greptile, uma empresa de AI, não é para quem quer ter equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. A publicação do CEO gerou várias críticas – e candidaturas.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 22 nov 2024, 08h10 - Publicado em 22 nov 2024, 08h00
Imagem do jovem empresário Daksh Gupta.
 (Daksh Gupta via X/Reprodução)
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O mundo das startups do Vale do Silício é extremamente competitivo. Segundo Daksh Gupta, o CEO de 22 anos da Greptile, o segredo para se destacar entre os concorrentes é uma dedicação tão extrema quanto.

Em um post recente no X (antigo Twitter), Gupta conta que o ritmo de trabalho na Greptile é estressante. A jornada de trabalho seria de 84 horas semanais, com finais de semana no escritório e zero tolerância para trabalho mal feito. Nas palavras dele, a empresa “não é para quem quer ter equilíbrio entre trabalho e vida pessoal”.

A Greptile, startup que desenvolve ferramentas de Inteligência Artificial para ajudar programadores a encontrar problemas em seus códigos, está contratando – em sua publicação, Gupta estava contando que, logo no começo das entrevistas com candidatos, avisava desse ritmo intenso da empresa. Pelo menos ele é transparente.

O que era para ser um post da bolha tech do Vale do Silício acabou ganhando certa repercussão. O tweet tem cerca de mil comentários, a maioria debochando da decisão do CEO e criticando fortemente o suposto regime de trabalho da Greptile – que fere leis trabalhistas em vários países.

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Segundo Gupta, muitos de seus funcionários e colegas de startup saíram de empresas em que se sentiam “entediados, trabalhando pouco”. Seu objetivo durante as entrevistas seria filtrar os candidatos para encontrar aqueles que “desejassem essa intensidade, não apenas a tolerem”.

A Greptile e seu CEO foram criticadas por promoverem uma cultura tóxica de trabalho e políticas pouco saudáveis de equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Contudo, Gupta permaneceu firme em sua visão de funcionário e regime de trabalho ideal: em um novo post, ele responde à repercussão negativa, dizendo que tinha recebido “20% de ameaças de morte e 80% candidaturas à vagas”.

Contudo, Gupta se retrata de certa forma. O CEO pediu desculpa por ter tocado em um tema sensível, que afeta especialmente aqueles da área de tecnologia, que trabalham muito e não recebem de acordo. Ele ainda diz que esse regime intenso não vai ser o padrão da Greptile:

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“Essa forma de trabalhar não deve durar para sempre porque não é sustentável. É o primeiro ou segundo ano de uma startup, que é como atingir a velocidade de escape. Como as pessoas disseram nos comentários, à medida que amadurecemos, contrataremos pessoas mais velhas e experientes, que tenham famílias e não possam trabalhar 100 horas por semana, e naturalmente nos adaptaríamos como qualquer boa organização”, disse no novo post.

Em entrevista à Inc., Gupta defende que, se a sua empresa não é o primeiro lugar da área, então ela praticamente não existe. “Este é um espaço extremamente competitivo. Ninguém se importa com a terceira melhor empresa, ou mesmo a segunda melhor empresa em qualquer categoria de software”, afirma. “Se você vai colocar só 95% de esforço, é o equivalente a colocar 0% de esforço”.

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Pelo menos a transparência é um jeito de já deixar avisados aos possíveis novos contratados que o trabalho da Greptile não vai ser tranquilo. Gupta disse que vai atrás só daqueles dispostas a pôr corpo e alma em um projeto, mesmo que isso signifique trabalhar 12 horas por dia.

E sobre equilíbrio entre vida pessoal e profissional, Gupta ainda diz: “eu não tenho nada contra. Na verdade, recomendo a todos os nossos concorrentes.”

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