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As dicas de Pedro Bial para ampliar o repertório e escrever melhor

Jornalista estreia como professor em curso online e ensina técnicas para profissionais aprimorarem sua capacidade de comunicação

Por Mariana Poli, da VOCÊ S/A
Atualizado em 9 dez 2020, 14h31 - Publicado em 22 Maio 2020, 13h30

Como organizar as ideias antes de colocá-las no papel? De que maneira identificar situações, circunstâncias e conteúdos que possam render bons textos? É possível escrever rápido sem perder a qualidade? Esses são alguns pontos que Pedro Bial aborda no curso O Ato de Escrever, que acaba de estrear na plataforma de educação online Curseria

Ao longo de 10 aulas, o jornalista apresenta técnicas para escrever com mais eficiência, produzindo textos relevantes e ricos em referências e informações.

Em suas exposições, gravadas previamente, ele mostra como ampliar o repertório, analisando autores como Guimarães Rosa, Rubem Braga e Mário Quintana, ensina a tomar gosto pela leitura, revela truques para fisgar a atenção do leitor e introduz os quatro aspectos que considera fundamentais para todo bom escritor: conteúdo, concisão, clareza e humanidade.

Na entrevista a seguir, exclusiva a VOCÊ S/A, Bial fala sobre a experiência como professor, dá dicas para escrever melhor e revela qual foi a maior lição de carreira que aprendeu ao trocar o jornalismo pelo entretenimento.

Esta é primeira vez que você atua como professor?
Na adolescência eu fui professor de basquete, depois, na faculdade, dei aulas sobre reportagens, mas um curso como esse, na internet, é algo inédito.

Ministrar um curso de escrita trouxe algum novo desafio a você?
Nunca me imaginei fazendo algo parecido. Lá atrás, no início da minha carreira, eu adorava a ideia de ser professor. Mesmo assim, precisei rever todo meu processo e mexer com certas questões. Eu não gosto e não sei falar de escrita como se houvesse um único caminho. Há muitos caminhos para elaborar um texto e aprimorar esse meio de expressão.

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E qual seu objetivo com o curso?
Quero abrir caminhos para a criatividade das pessoas, libertando-as de amarras que podem estar as impedindo diante do desejo de escrever.

Se pudesse dar duas ou três dicas para que nosso leitor, aquelas que ajudam você a escrever melhor, quais seriam elas?
Ler, reler e pensar sobre o que está escrevendo.

Nos últimos tempos, a palavra “narrativa” virou moda. E, de fato, ganha quem tem a melhor: no marketing, na política, na entrevista de emprego. Quais são os elementos mais importantes para construir uma narrativa interessante?
É chato quando uma palavra assim vira moda, porque se desgasta. É por isso que gosto de encontrar termos esquecidos, cobertos por poeiras e ir limpando essas cinzas e trazendo os seus significados e valores de volta à vida. Mas, voltando à pergunta, acredito que o principal elemento para construir uma narrativa interessante é que ela seja genuína. Não adianta ter todas as técnicas para construir uma história sedutora se ela não tem verdade. E verdade no sentido de vivência. As palavras são como cheques, você escreve o valor ali, assina, mas precisa ter fundo.

O que as pessoas precisam observar para não rebaixar a qualidade de seus textos: abreviações; ausência de pontuações; acentos ignorados?Observação e obediência à ortografia, saber usar pontuação, colocar acentos, isso tudo torna um texto limpo e caprichado e melhora sua impressão. Em tempos de internet, não vejo por que o pessoal falar ou escrever com barbarismos. Qualquer dúvida sobre ortografia, problemas de regência, concordância, crase, a internet ajuda para caramba. Então, no fundo, acho que você precisa é procurar o conteúdo, entender exatamente o que você tem a dizer.

Mas você acredita que até as mensagens rápidas de e-mail e WhatsApp precisam ser bem escritas? Ou há uma espécie de licença gramatical para elas?
Acho que uma mensagem pode ser absolutamente simples e, por isso mesmo, ser bem escrita. Cada um tem o seu estilo e na minha opinião, neste caso, o mais importante é ter clareza na mensagem. Estes são veículos de textos que, em geral, a pessoa não está exprimindo seu âmago, está apenas querendo comunicar alguma coisa. Funcionou? Então não precisa estar impecável gramaticalmente. Agora, eu tenho mania, então procuro usar tudo certinho em cada “zap” que mando.

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Uma das dificuldades que os profissionais enfrentam, sobretudo em reuniões e apresentações, é ter espontaneidade. Pegando carona em sua experiência de apresentação ao vivo, como comunicar bem sem roteiro ou preparação prévia?
Se você está bem preparado, se você domina o assunto, se de fato estudou e se preparou, rapaz, aí não tem erro. E eu não conheço outra fórmula, outra receita, porque se você usar uma muleta e perdê-la, já era. Escreveu num papel, o papel caiu, você está perdido. Um bom dever de casa garante uma boa apresentação.

Você tinha uma história consolidada no jornalismo quando fez a virada para o entretenimento. Que lições de carreira você aprendeu nessa transição?
Que a versatilidade pode ser uma virtude, que nós não somos uma coisa só, que uma determinada atividade não nos explica, não nos limita e não nos reduz. E que é possível ter leveza no jornalismo e densidade no entretenimento. Isso ampliou o meu horizonte.

SERVIÇO
Onde:
Curseria
Inscrições:
curseria.com 
Valor do curso: 779 reais

No dia 25 de maio, às 19h30, Pedro Bial fará uma live no YouTube para falar sobre o tema. Para participar, basta se inscrever neste link. 

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